ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
Medicina ética
Luiz Gonzaga Pimenta
Apesar dos estudiosos de Ética e Ética no Hospital, elaboramos editorial sobre valores morais da conduta humana, como participantes da Comissão de Ética do Hospital das Clínicas da UFMG, símbolo cultural incrustado nas montanhas das Minas Gerais. Do cume da montanha assistimos ao horizonte unindo Terra e Céu, mimetismo da perfeita simbiose Medicina - Ética.
Ética, do grego ethiké, do Moderno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa de Michaelis, é filosofia que estuda a moral e a conduta humana. Em medicina, representa o "Templo de Cós" da arte de examinar e motivo de cuidar dos doentes, agindo por princípios e nunca por interesses.
Não é fácil vivenciar ética. Todo médico, do início ao término do trabalho, deve colocar o dever acima de tudo. Em sendo ético, sente a agradável sensação do saber cumprido: "tudo fiz em prol do melhor para todos." Esta é uma adaptação do que foi lido há mais tempo.
Há uma razao e um tempo para tudo. Razao para a propedêutica e tempo para a terapêutica. Conhecimento, disponibilidade e humanismo em adição ética significam trabalho da manha à noite. Comodismo, não ético, é como água potável: estagnada, perde a pureza. Trabalho médico é solicitado no ambulatório de maneira personalizada ou em regime hospitalar a um corpo clínico, ambos éticos, por saberem distinguir oprimidos e opressores.
Sem levar em conta aspectos polêmicos, as instâncias comunitárias encontram-se enfermas por três das mais importantes epidemias:
fome crônica;
difícil acesso à saúde;
crise de solidariedade.
Médico - Medicina - Ética não podem desconhecer ou distanciar-se dessa tríade maligna do terceiro milênio.
Colegas da "ética hipocrática", saibam que, longe da elegância, mencionando Goethe, Gandhi, Luther King, Halsted e tantos mais, optamos pela simplicidade, acendendo uma vela no fundo do cadinho, símbolo do calor humano universal, contrapondo a escuridao das vezes que omitimos os valores éticos no ambulatório ou no hospital.
Do contingente humano hospitalar, a Diretoria realiza democrática eleição de especial Comissão de Ética por período não inferior a dois anos. Ganha cada paciente a vigilância de eficiência e segurança, seja o tratamento clínico ou cirúrgico. Cumprindo a lei, agem os hospitais de nosso estado com credibilidade. Obedecendo à lei, os obreiros de cada hospital somam esforços junto aos necessitados.
Não nos esqueçamos de que, uma vez doente, toda pessoa torna-se alvo de uma afecção orgânica, martirizada por sofrimento psicológico e pelo sufoco de uma alma à beira da última esperança.
Ao terminar, reverenciamos Schweitzer, médico e Prêmio Nobel da Paz: "O alimento da alma é ético: saciando a fome interior que sentimos quando fazemos uma boa ação, percebemos que somos necessários a alguém e ajudamos o próximo em algum momento ou lugar".
LUIZ GONZAGA PIMENTA
Presidente da Comissão de Ética Médica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
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