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CAPES/Qualis: B2
Depressão em estudantes de medicina
Depression in medical students
Miguel Angelo Giovanni Noronha Júnior1; Yuri Amorim Braga1; Tamyres Gonçalves Marques1; Rosane Terra Silva1; Samila Danielle Vieira1; Victória Alves Ferreira Coelho1; Tomás Antunes Alves Gobira1; Liubiana Arantes de Araújo Regazzoni2
1. Acadêmico(a) do curso de Medicina da Universidade José do Rosário Vellano-Unifenas. Belo Horizonte, MG - Brasil
2. Médica. Doutora em Neuropediatria. Professora adjunta do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG e Professora da Unifenas. Belo Horizonte, MG - Brasil
Miguel Angelo Giovanni Noronha Junior
E-mail: juniorgiovanni2000@hotmail.com
Recebido em: 12/12/2013
Aprovado em: 01/06/2014
Instituição: Universidade José do Rosário Vellano - Unifenas Belo Horizonte, MG - Brasil
Resumo
A depressão é condição médica comum geralmente associada à incapacidade funcional e comprometimento da saúde física e mental da pessoa. Envolve aspectos afetivos, cognitivos e neurovegetativos. Estima-se que 15 a 25% dos universitários apresentam algum transtorno psiquiátrico durante sua formação, notadamente depressão e ansiedade. Nos estudantes de Medicina a prevalência dos transtornos depressivos oscilou entre 30 e 60%. O objetivo foi realizar revisão bibliográfica acerca da depressão em estudantes de Medicina e as principais causas que a determinam. Foram selecionados 31 artigos em língua portuguesa, inglesa e espanhola entre 1987 e 2013, nas bases de dados PubMED, Scielo. A prevalência da depressão em estudantes de Medicina é superior à da população geral, sendo subdiagnosticada em 50% dos casos e subtratada na maioria dos casos. As exigências das escolas médicas são fatores precipitantes para o surgimento da depressão, que aliado ao estigma que há em torno da doença dificulta o tratamento. Alunos de Medicina com melhor rendimento escolar possuem alto risco de suicídio. Estudantes femininos, do quinto ano e aqueles que têm filhos possuem maior grau de depressão. Não foram encontrados dados de que a depressão esteja relacionada à etnia, classe econômica e idade dos estudantes. Os sintomas depressivos em estudantes de Medicina têm elevada prevalência e estão relacionados tanto às questões universitárias quanto às sociais. No entanto, a depressão é pouco diagnosticada e tratada, o que contribui para a elevada morbimortalidade da população.
Palavras-chave: Medicina; Educação Médica; Estudantes de Medicina; Depressão; Transtorno Depressivo.
INTRODUÇÃO
A depressão é condição médica comum, crônica e recorrente. Está frequentemente associada à incapacidade funcional e ao comprometimento da saúde física e mental da pessoa. É caracterizada como transtorno de humor multifatorial que envolve aspectos afetivos, motivacionais, cognitivos e neurovegetativos que devem ser levados em conta em sua avaliação e tratamento.1-6
Desde a segunda metade do século XX, observa-se aumento da prevalência de depressão. E a idade de seu surgimento tem sido de pacientes cada vez mais jovens.7
Estima-se que 15 a 25% dos estudantes universitários apresentem algum tipo de transtorno psiquiátrico durante sua formação acadêmica, notadamente transtornos depressivos e de ansiedade. Alto número de estudos acerca dos sintomas depressivos em universitários foi realizado entre estudantes de Medicina. Com isso, estima-se que a prevalência dos transtornos depressivos nessa população oscile entre 8 e 17%.2,8 Fatores que contribuem para esses números são decorrentes da alta carga horária à qual os estudantes de Medicina estão submetidos, juntamente com conteúdo didático extenso.9 Outro fator também pontuado é a insegurança em relação à própria competência e à sobrevivência no mercado de trabalho.8-10
O estigma associado à doença propriamente dita e ao uso de serviços médicos psiquiátricos representam importante barreira para o tratamento desses estudantes.2,7,11 Como citam Givens e Tjia11, em 2002, os estudantes de Medicina manifestam, em 37% e em 24% das vezes, que a dificuldade para seu tratamento decorre da possível quebra de confidencialidade do seu acompanhamento psiquiátrico e do medo de registros em seu histórico acadêmico, respectivamente, e sua possível repercussão negativa sobre sua competência.7,11,12
O rastreamento da depressão em estudantes de Medicina com as escalas autoaplicáveis apresenta-se como método extremamente útil, pois pode identificar precocemente aqueles alunos mais suscetíveis ao desenvolvimento de sintomas depressivos,13 como os que se encontram no primeiro e último períodos8 e os autoexigentes, que não aceitam falhas em relação ao desempenho escolar.7 É importante destacar que a depressão é das principais causas de suicídio entre jovens com baixo rendimento escolar.12,14,15 Com isso, esses estudantes poderiam permanecer sob vigilância pelos núcleos de apoio psicopedagógicos das instituições de ensino,13,16 a fim de evitar o agravamento da depressão.
O objetivo deste estudo foi realizar revisão bibliográfica acerca da depressão em estudantes de Medicina, buscando avaliar a prevalência dos sintomas depressivos, bem como a possibilidade de determinado período do curso atuar como fator de risco para o desenvolvimento da depressão.
Foram selecionados 31 artigos em língua portuguesa, inglesa e espanhola, publicados no período de 1987 a 2013, que buscavam associação entre depressão e estudantes de Medicina. As bases de dados usadas para as buscas incluíram: PubMED, Scielo, site do New England Journal of Medicine. As palavras-chave para a busca foram: "estudantes", "Medicina", "depressão".
REVISÃO DA LITERATURA
O ingresso no ensino superior é um acontecimento significativo na vida dos jovens e, tradicionalmente, coincide com o período do desenvolvimento psicossocial marcado por mudanças importantes.17 Estima-se que 15 a 25% dos estudantes universitários apresentam algum tipo de transtorno psiquiátrico durante sua formação acadêmica, notadamente transtornos depressivos e de ansiedade.17,18 Os pacientes deprimidos apresentam limitação da sua atividade e bem-estar, além de mais utilização de serviços de saúde. No entanto, a depressão é subdiagnosticada e subtratada e em torno de 50% a 60% dos casos não é detectada pelo médico clínico.19,20 Os motivos para o subdiagnóstico advêm de fatores relacionados aos pacientes e aos médicos. Os pacientes podem ter preconceito em relação ao diagnóstico de depressão e descrença em quanto ao tratamento. Já os fatores ligados aos médicos incluem falta de treinamento, falta de tempo, descrença na efetividade do tratamento, reconhecimento apenas dos sintomas físicos da depressão e identificação dos sintomas de depressão como uma reação "compreensível.2
Muitas vezes, os pacientes deprimidos também não recebem tratamentos suficientemente adequados e específicos. A morbimortalidade associada à depressão pode ser, em boa parte, prevenida (em torno de 70%) com o tratamento correto.20 Os estudantes de Medicina com depressão, se identificados precocemente, podem ser acompanhados por terapia comportamental, apoio emocional, a psicoterapia interpessoal e habilidade social, o que pode ajudar os jovens médicos a superarem suas dificuldades e levar vida mais saudável.21
Buchman et al.20 e Sherry et al.22 sugeriram que estudantes de Medicina possuem alto índice de depressão quando comparados à população como um todo, entretanto, outros estudos identificaram que esses índices eram inferiores ao esperado para a população geral. O percentual de depressão entre estudantes de Medicina variou entre 30 e 60%.17-19 Meleiro23 afirma que os alunos de Medicina com melhor rendimento escolar encontram-se em grupo de alto risco de suicídio. Os referidos autores corroboram que, por serem pessoas mais exigentes, estariam mais propensas a sofrer as pressões impostas diante de qualquer falha. O estudante passa a ter culpa pelo que não sabe e com isso se sente paralisado pelo medo de errar. O sentimento desencadeado é o de desvalia e impotência, que muitas vezes são responsáveis por ideias de abandono do curso, depressão e suicídio.23
Outra informação obtida em algumas pesquisas foi de que estudantes dos últimos anos do ensino médico possuem elevado grau de depressão, com prevalência nos estudantes do quinto ano.22,23 Entretanto, alguns autores demonstram maior prevalência entre estudantes do quarto ano.24,25 Em todos esses achados não foram identificados fatores específicos que levam a alto índice de depressão entre esses estudantes. No tocante às fontes de estresse mais mencionadas, pode-se dizer que as maiores preocupações dos estudantes estão relacionadas à área acadêmica no que diz respeito à sobrecarga, exigências e desempenho e que essas preocupações estão presentes ao longo de todo o curso de Medicina.11,25 Expectativas como futuro médico não aparecem na lista das mais intensas nos primeiros anos de curso e passam a ser preocupação a partir do terceiro ano, quando se inicia o contato com o paciente.25 Já na fase final do curso surgem outras preocupações, tais como as disputadas provas de residência médica, que exigem grande dedicação por parte do aluno.24-26
Atualmente, a depressão é das principais causas de suicídio em jovens adultos e adolescentes, juntamente com o baixo rendimento escolar e o abuso e dependência de drogas. Além disso, o médico, por ser, na maioria das vezes, ativo, ambicioso, competitivo, compulsivo, entusiasta e individualista, é facilmente frustrado em suas necessidades de realização e reconhecimento. Isso pode ser suficiente para produzir ansiedade, depressão e necessidade de cuidados psiquiátricos. Mas se houver preconceitos com a Psiquiatria, o médico buscará outras opções, como a somatização, abuso de álcool e drogas e o suicídio.22
Foi identificado alto índice de distúrbios depressivos nos estudantes femininos, o que parece decorrer principalmente do fato de as mulheres tenderem a exagerar nos sintomas psicológicos quando preenchem os questionários. E também, que por si só, a depressão é doença que afeta mais mulheres do que homens.29,30 Também foi identificado que as mulheres percebem os estressores de forma mais intensa que os homens25, o que faz com que elas identifiquem mais precocemente os sintomas depressivos e, assim, busquem o tratamento.
Os estudantes casados obtiveram índices de depressão menores que os demais, como sugerem Meleiros23 e Katz et al.28 Ao mesmo tempo, ficou evidenciado que estudantes que possuem filhos têm maior grau de estresse, e, consequentemente, de depressão.23,28
Não foram encontradas nos estudos selecionados evidências de que a depressão esteja relacionada a etnia, classe econômica e idade dos estudantes.17,19,23,30 Apesar disso, acredita-se fortemente que a condição socioeconômica é fator importante para a depressão, talvez não só para sua prevalência, mas para o grau de sua gravidade. Devido a isso, faz-se necessária investigação mais aprofundada a esse respeito em estudos futuros. Ao mesmo tempo, não foram registradas diferenças entre os índices de depressão de estudantes de Medicina e a categorização da faculdade como pública ou privada.17,19,25
Não foi possível comparar os índices de depressão dos estudantes em relação ao método de ensino adotado pelas instituições de ensino, isto é: tradicional ou aprendizagem baseada em problemas (Problem Based Learning - PBL), devido à dificuldade de encontrar estudos realizados em locais que adotam o método PBL.
O rastreamento da depressão em estudantes de Medicina torna-se fato de extrema importância, uma vez que estudos revelam que mais de 60% dos estudantes de Medicina são subtratados e/ou não buscam tratamento.17,19,26,28 Grande parte dos alunos diz que prefere lidar com os problemas por conta própria do que buscar ajuda e se expor, o que poderia prejudicá-los não só em suas vidas acadêmicas, mas também profissionalmente.25,27-31
CONCLUSÃO
A prevalência de sintomas depressivos encontrados em estudantes do curso de Medicina é muito superior à média da população geral. Observou-se que a escola médica e suas exigências são fatores precipitantes para o surgimento dos sintomas de depressão, que aparecem desde o início do curso e se agravam nos dois últimos anos da graduação. Esse fato, em conjunto com o estigma que há em torno da doença, dificulta a procura por ajuda e tratamento adequado, o que justifica a elevada morbimortalidade dos pacientes depressivos. Isso pode repercutir no sistema de saúde do Brasil, uma vez que a depressão do médico pode interferir na qualidade do atendimento oferecido ao paciente. Baseado nisso, a criação de estudo maior, com o objetivo de criação e aperfeiçoamento de programas psicológicos dentro das universidades, desde o primeiro período do curso, deve constituir-se em ótima solução para melhor controle e regressão dessa doença que acomete cada vez mais estudantes.
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