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CAPES/Qualis: B2
Programas de recuperação acelerada pós-operatória em ressecções colorretais
Programs of fast-track surgery recovery of colorectal resections
Leonardo Maciel da Fonseca1; Maria Isabel Toulson Davisson Correia2; Rodrigo Gomes da Silva1
1. Grupo de Coloproctologia e Intestino Delgado do Instituto Alfa de Gastroenterologia - Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG - Brasil
2. Professora Doutora do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Grupo de Nutrição do Instituto Alfa de Gastroenterologia-Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG -Brasil
Dr. Rodrigo Gomes da Silva
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto Alfa de Gastroenterologia -
2º andar Av. Alfredo Balena, 110
Belo Horizonte, MG - Brasil. CEP: 30310-100
Email: rodrigogsilva@uol.com.br
Recebido em: 25/08/2010
Aprovado em: 16/02/2011
Instituição: Grupo de Nutrição do Instituto Alfa de Gastroenterologia Hospital das Clínicas da UFMG Belo Horizonte, MG - Brasil
Resumo
Os cuidados intraoperatórios, especialmente em operações de grande porte, foram aprimorados a partir do desenvolvimento de novas técnicas anestésicas e de analgesia, utilização de procedimentos minimamente invasivos e medidas para reduzir o estresse cirúrgico. Os programas de recuperação acelerada pós-operatória ou "fast-track" têm sido desenvolvidos a partir da combinação dessas técnicas associadas a novas evidências científicas para o uso do tubo nasogástrico, cateteres urinários, preparo colônico pré-operatório, início da alimentação oral e mobilização no pós-operatório. Os objetivos desses programas são promover operações sem dor, reduzir a resposta endócrino-metabólica ao trauma cirúrgico, com baixas taxas de disfunções orgânicas e menos morbidade. Em caso de êxito, a permanência hospitalar também será reduzida. O objetivo desta revisão é relatar os mais relevantes e recentes conhecimentos sobre esse assunto, destacando-se as ressecções colorretais.
Palavras-chave: Assistência Perioperatória; Cuidados Pós-Operatórios; Complicações Pós-Operatórias; Morbidade; Resultado de Tratamento; Hospitalização; Cirurgia Colorretal
INTRODUÇÃO
Colectomias eletivas estão associadas a taxas de complicações pós-operatórias entre 20 e 30% e permanência hospitalar média de oito a 12 dias.1,2 Fatores relacionados a essa longa permanência são a dor e íleo pós-operatório e disfunção de órgãos e sistemas, principalmente cardíaco e pulmonar.
Além da importância médica, a operação colorretal representa forte impacto socioeconômico, decorrente de internações prolongadas, altas taxas de morbidade e prevalência de afecções tratadas por esses procedimentos. De acordo com Delaney et al.3 em levantamento realizado nos Estados Unidos da América entre outubro de 1999 e setembro de 2000, baseado em dados da Health Care Financing Administration, 161.000 pacientes foram submetidos a algum tipo de ressecção do colo ou do reto, permanecendo aproximadamente 1,8 milhão de dias hospitalizados, com custo de aproximadamente 1,75 bilhão de dólares. No Brasil, apesar de não estarem disponíveis esses dados, são previstos, para o ano de 2010, 13.310 novos casos de câncer de colo e reto em homens e14.800 em mulheres.4
Kehlet e Mogensen5, na última década do século passado, idealizaram protocolo de recuperação após procedimentos cirúrgicos de grande porte, baseado na associação dos conhecimentos e descobertas anteriormente descritas. Esse protocolo implicou conduta ativa e multimodal no cuidado a pacientes cirúrgicos, com o objetivo de diminuir as repercussões causadas pelo trauma operatório. Ele ficou conhecido na literatura internacional como fast-track, podendo ser traduzido como protocolo de recuperação acelerada pós-operatória (PRAP).
Acrescentam-se, ainda, outras medidas comprovadamente benéficas, incorporadas também por Kehlet e Mogensen5. Destaca-se orientação pré-operatória ao paciente sobre a operação e como transcorrerá o pós-operatório6, utilização de bloqueio torácico-epidural com anestésicos locais7,8, cateterismo vesical preferencialmente restrito ao primeiro dia de pós-operatório, com algumas exceções, como ressecções anteriores do reto9, analgesia realizada com múltiplos medicamentos de diferentes ações (analgesia balanceada) e preferencialmente sem opioides10,11, profilaxia de náuseas e vômitos pós-operatórios12 e colaboração multidisciplinar13.
COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA DO EMPREGO DE PROTOCOLOS DE RECUPERAÇÃO ACELERADA PÓS-OPERATÓRIA
Estudos iniciais sobre a adoção dos PRAPs foram motivo de série de casos, não randomizados ou retrospectivos.14-16 Apesar disso, benefícios com a utilização desses protocolos foram demonstrados nesses estudos. Destaca-se boa aceitação da dieta precoce por via oral, menos tempo de íleo pós-operatório, permanência hospitalar mais curta, sem aumento no número de complicações e concomitante redução dos custos hospitalares. Alguns desses estudos exibiram taxas de readmissões mais altas nos pacientes tratados com esses protocolos16-18, mas outros não evidenciaram esse tipo de intercorrência.14,19
Na melhor revisão da literatura, há seis estudos prospectivos randomizados sobre a utilização de PRAP em pacientes submetidos a ressecções colorretais.3,20-24 Foram referidos melhores resultados funcionais, menos tempo de íleo pós-operatório, boa tolerância à dieta precoce por via oral, curta permanência hospitalar, sem aumentos nas taxas de readmissão e no número de complicações.
Um destes estudos envolveu 70 pacientes submetidos a ressecções colorretais eletivas devido a neoplasias. Foram comparados 35 conduzidos por PRAP com outros 35 tratados da maneira tradicional. Os do primeiro grupo toleraram a dieta sólida por via oral mais precocemente, deambularam mais rapidamente, apresentaram evacuação ou passagem de fezes pelo estoma em menos tempo e tornaram-se independentes no autocuidado antes do segundo grupo. Também permaneceram menos tempo no hospital (mediana de cinco dias vs sete dias; p<0,001), inclusive os que foram submetidos à excisão total do mesorreto (mediana de sete dias vs 8,5 dias). O número de complicações foi semelhante, incluindo fístulas de anastomose e náuseas e vômitos pós-operatórios. A taxa de readmissão também não diferiu entre os grupos.21
Os dois estudos prospectivos randomizados mais recentes foram publicados em 2009.22,24 O primeiro trabalho, multicêntrico suíço, avaliou o total de 151 pacientes submetidos a colectomias e obteve permanência hospitalar mais curta e taxas inferiores de complicações no grupo em que os PRAPs foram empregados.22 Outro estudo, realizado na República Checa, envolvendo 103 pacientes mostrou que o grupo de pacientes em que foram empregados cuidados baseados nos PRAPs requereu menos tempo de IPO, com melhor tolerância à dieta por VO, menos tempo para início da deambulação, taxas de complicações inferiores e permanência hospitalar mais curta.24
Duas metanálises publicadas no ano de 200925,26 e uma terceira ainda no prelo24 avaliaram os benefícios do emprego de PRAPs após operações colorretais em relação aos cuidados tradicionais. As principais variáveis avaliadas foram permanência hospitalar, taxas de morbidade, readmissão hospitalar e mortalidade.
A primeira pesquisa incluiu 11 estudos e 1.021 pacientes.26 A permanência hospitalar do grupo de recuperação acelerada foi, em média, 2,35 dias menor (-3,24 a -1,46, IC 95%) em relação ao grupo de cuidados tradicionais. As taxas de complicações variaram entre 4 e 47% no grupo de recuperação acelerada e entre 8 e 75% no de cuidados tradicionais. Na maioria das pesquisas as taxas de complicações foram inferiores no grupo de recuperação acelerada, contudo, sem significância estatística. Em apenas um trabalho os pacientes do grupo de recuperação acelerada apresentaram taxas de complicações significativamente reduzidas. As taxas de readmissão foram de 0 a 24% e de 0 a 20% para o grupo de recuperação acelerada e cuidados tradicionais, respectivamente. Apesar de maior no primeiro grupo, essa diferença não teve significância estatística, o mesmo se verificando em relação à taxa de mortalidade. No grupo de recuperação acelerada, a mortalidade variou entre 0 e 5% e no grupo de cuidados tradicionais oscilou entre 0 e 9%.
A outra metanálise incluiu apenas estudos prospectivos randomizados. Quatro foram selecionados, publicados entre 2003 e 2007, com total de 198 pacientes.25 A permanência hospitalar não foi calculada, pois uma pesquisa apresentou esse dado a partir de média e desvio-padrão, dois trabalhos encontraram esse dado por mediana e intervalo e outro das duas maneiras, não impedindo, mas prejudicando os cálculos estatísticos. Em três desses trabalhos a permanência hospitalar foi significativamente mais curta no grupo de recuperação acelerada. Não se detectou diferença significativa nas taxas de complicações, mortalidade e de readmissão hospitalar. Há evidências de que os PRAPs são melhores que os cuidados tradicionais, mas faltam comprovações provenientes de grande estudo prospectivo randomizado.
A terceira investigação27 incluiu mais dois estudos prospectivos randomizados em relação à metanálise anterior, ambos publicados em 2009 e citados anteriormente.22,24 Essa nova metanálise englobou 452 pacientes e os autores relataram que a adoção de PRAP em relação aos cuidados tradicionais reduziu de forma significante a permanência hospitalar [em média - 2,51 dias (IC 95% -3,54 a -1,47)] e a incidência de complicações [RR (IC 95%): 0,53 (0,41-0,69)]. Não se registraram diferenças nas taxas de readmissão hospitalar [RR (IC 95%): 0,80 (0,32 - 1,98)] e mortalidade [RR (IC 95%): 0,53 (0,09 - 3,15)].
GRUPO DE RECUPERAÇÃO ACELERADA PÓS-OPERATÓRIA (ERAS GROUP-ENHANCED RECOVERY AFTER SURGERY GROUP)
Em 2001, cinco departamentos de cirurgia de universidades da Escócia, Suécia, Dinamarca, Noruega e Holanda formaram grupo multicêntrico com o objetivo de estabelecer e desenvolver rotinas pré, intra e pós-operatórias, visando a reduzir complicações e melhorar a recuperação de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de grande porte. Essa associação foi chamada de Grupo de Recuperação Acelerada Pós-operatória (ERAS Group - Enhanced Recovery After Surgery Group). Os participantes enumeraram 17 ações principais (Figura 1), definidas a partir de revisão da literatura e reuniões para consenso. O protocolo obtido ficou conhecido como protocolo ERAS.28
DIFICULDADE EM IMPLANTAR PROTOCOLOS DE RECUPERAÇÃO ACELERADA PÓS-OPERATÓRIA
Atualmente, os cirurgiões são incentivados a usar a análise crítica e a prática baseada em evidências para orientar suas decisões e condutas. Contraditoriamente, há resistência quanto à adoção de novas condutas, mesmo quando estas trazem benefícios e são corroboradas cientificamente. Há grandes barreiras entre a melhor prática médica e a rotina clínica diária. Essas barreiras existentes para adoção de mudanças são complexas, multifatoriais e influenciadas por vários interesses, intrínsecos e extrínsecos ao sistema de saúde. Interesses políticos, financeiros, organizacionais, culturais e científicos são considerados tão importantes quanto a percepção dos pacientes e dos profissionais da saúde.
Apesar de evidências documentadas sobre os benefícios dos PRAPs, levantamentos realizados em países europeus e nos Estados Unidos ressaltaram baixas taxas de mudança de condutas.29,30 Causas levantadas para esses resultados são a falta de concordância com os dados publicados, dificuldade em aceitá-los e sua complexidade. Outras barreiras incluem dificuldade de acesso aos trabalhos e pesquisas, falta de recursos humanos, impossibilidade de cobrar pelos procedimentos, entre outros.
Levantamento realizado entre os anos de 2003 e 2004, em 295 hospitais do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e Estados Unidos, envolvendo 1.082 pacientes submetidos a colectomias, mostrou resultados distantes da melhor prática clínica.29 O preparo de cólon foi utilizado em 94% dos pacientes. A operação laparoscópica foi mais comum na França (28% dos pacientes operados por essa via) e menos comum no Reino Unido (1%). O tubo nasogástrico foi mantido no pós-operatório em 40% dos pacientes americanos e em 66% dos europeus, retirado, em média, no terceiro dia de pós-operatório. Nesses países, 50% dos pacientes demoraram três a quatro dias para ingerir líquidos e quatro a cinco dias para comer alimentos sólidos. O íleo pós-operatório persistiu em até 45% dos pacientes até o quinto dia de pós-operatório. A permanência hospitalar média nos países europeus foi de 10 dias e de sete dias nos Estados Unidos.
Estudo multicêntrico europeu, prospectivo, não mascarado e não randomizado, envolvendo cinco centros, avaliou a implantação de protocolo multi-modal de cuidados pós-operatório.30 Um dos cinco centros estava habituado a empregar tais condutas há cerca de 10 anos e os outros quatro cuidavam dos pacientes da maneira tradicional. Os membros dos quatro centros tiveram programa de treinamento e educação ao longo de seis meses. Foram relacionados 17 itens do protocolo ERAS, considerados mais importantes, e compararam entre os centros o número de itens que foram adotados. Esse estudo acompanhou 425 pacientes submetidos a colectomias eletivas por doenças malignas e benignas. A adesão a cada item específico do protocolo variou entre 13 e 100% entre os centros. Pacientes apresentaram mediana de três dias para preencher os critérios predeterminados para alta, sendo de cinco dias a mediana de permanência hospitalar. O centro com experiência nesse tipo de protocolo apresentou de forma significativa permanência hospitalar mais curta. Nesse centro, 66% dos pacientes deixaram o hospital quando atingiram os critérios predefinidos para alta, enquanto a média dos outros centros foi de 26% (p<0,001). As taxas de complicações foram semelhantes. Os autores concluíram que esse tipo de protocolo é factível e seguro, mas são necessárias mais pesquisas para que haja completa adesão a todos os elementos, associada à experiência e melhor organização do serviço médico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O emprego de PRAP está basedo em evidências científicas fortes, que mostraram que a compreenssão da fisiopatologia perioperatória permite a instituição de cuidados capazes de reduzir a resposta endócrino-metabólica ao trauma cirúrgico e, em consequência, as taxas de morbidade, permanência hospitalar, com manutenção da segurança e satisfação dos pacientes. Esses protocolos, principalmente em relação à operação colorretal, devem ser amplamente difundidos, pois comprovadamente melhoram a recuperação pós-operatória. Além disso, trazem importantes implicações para o sistema de saúde, quando de maneira indireta propiciam redução dos custos e mais oferta de leitos hospitalares, já que os pacientes permanecem menos tempo hospitalizados. É importante agora difundir mais esse conhecimento para que mais cirurgiões passem a empregá-lo.
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