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CAPES/Qualis: B2
A importância do cirurgiao-dentista em ambiente hospitalar
The importance of the surgeon-dentist at hospital environment
Isabelle Oliveira Silva1; Fabrício Rezende Amaral2; Priscila Miranda da-Cruz1; Talita Oliveira Sales1
1. Centro Universitário Newton Paiva, Aluno de graduaçao da Faculdade de Odontologia - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
2. Centro Universitário Newton Paiva, Cirurgiao Dentista, Mestre em Estomatologia, Doutor em Farmacologia Bioquímica e Molecular, Professor do curso de Odontologia - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
Fabrício Rezende Amaral
E-mail: fabricio.amaral@newtonpaiva.br
Recebido em: 21/11/2017
Aprovado em: 24/11/2017
Instituiçao: Centro Universitário Newton Paiva
Resumo
A odontologia hospitalar é a prática de atividades que contribuem com a melhora da saúde geral e qualidade de vida dos indivíduos hospitalizados, os quais apresentam grandes riscos de contração de doenças infecciosas e pulmonares, que, além de prejudicar a saúde bucal, podem acometer outros órgaos e sistemas, agravando o quadro clínico e estendendo a sua estadia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim, a presença do cirurgiao dentista dentro da equipe multidisciplinar visa melhorar efetivamente o quadro de saúde geral dos pacientes. O objetivo do estudo foi realizar uma revisão de literatura e retratar a importância da atuação do cirurgiao dentista na equipe multidisciplinar em ambiente hospitalar e a relação entre condições orais e sistêmicas que podem influenciar no quadro clínico do paciente internado. Foram consultadas as bases de dados Scielo, PubMed, Medline e LILACS, por meio das palavras chave em português e inglês: odontologia, unidade hospitalar de odontologia, equipe hospitalar de odontologia, unidades de terapia intensiva, intensive care units, dentistry, patient care team, patient care, no período de 2000 a 2017. Foram utilizados 21 artigos cujos achados correspondem a 9 revisões de literatura, 10 artigos observacionais e 2 legislações sobre o tema. Em conclusão, é fundamental a integração do cirurgiao dentista habilitado em Odontologia hospitalar dentro das UTIs para realização de medidas preventivas bucais e para melhoria do quadro clínico dos pacientes internados.
Palavras-chave: Unidade Hospitalar de Odontologia; Equipe Hospitalar de Odontologia; Unidade de Terapia Intensiva.
INTRODUÇÃO
A saúde bucal faz parte da saúde geral do indivíduo, de modo a promover pleno bem-estar físico, social e mental, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). O cuidado com a cavidade oral é de responsabilidade do indivíduo, das equipes de saúde bucal e até mesmo de outros profissionais da área de saúde.1
A odontologia hospitalar pode ser definida como prática de atividades que visam contribuir com a melhora da saúde geral e a qualidade de vida dos pacientes hospitalizados por meio dos cuidados com a cavidade bucal.2
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o conjunto de dependências destinadas ao tratamento de pacientes em estado grave.1 Existe, atualmente, um número cada vez maior de estudos que relacionam as condições de saúde sistêmica e oral.1,3-5. Várias são as enfermidades sistêmicas, de origem imunológica, infecciosa, ou terapêutica, que podem apresentar manifestações orais, bem como, também podem ser resultantes de condições inadequadas da saúde bucal, como, acúmulo de biofilme, má higienização e doença periodontal.6
A relevância dos cuidados bucais, em pacientes sob terapia intensiva, tem se tornado objeto de consideráveis investigações, cujos seguimentos atentam para a necessidade de se implantar condutas para a higiene bucal destes.7
Portanto, a manutenção da saúde bucal dos pacientes em UTIs é essencial para impedir a proliferação de bactérias e fungos que, além de prejudicar a saúde bucal e o bem-estar do paciente, pode acometer outros órgaos e sistemas, agravando o quadro clínico e consequentemente estendendo a sua estadia na UTI. Atualmente, o exercício do cirurgiao dentista (CD) nesse campo ainda é muito restrito pelo fato de esse profissional não fazer parte da equipe multidisciplinar da grande maioria dos hospitais brasileiros.3,4
A atuação desses profissionais de saúde bucal como prestadores de serviços realizados em nível hospitalar, em particular na UTI, busca a integralidade em relação à terapêutica e promoção da qualidade de vida a estes pacientes, como, por exemplo, na diminuição das taxas de pneumonia nosocomial e pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), além de reduzir os gastos hospitalares com internações prolongadas.6
Segundo Morais et al.5 e Mattevi et al.,8 percebe-se que, mesmo com estudos comprovando que os cuidados com a higiene bucal em pacientes em UTI são imprescindíveis, essa prática ainda é bastante deficiente nos dias atuais.
Atualmente, está em tramitação no Senado Federal, o Projeto de Lei (PL) nº 2.776/2008, que determina a obrigatoriedade da presença de profissionais de odontologia nas UTIs e em hospitais públicos e privados, pois somente o CD, com os conhecimentos sobre a cavidade bucal, suas características e microbiota, tem a habilitação própria e correta para atuar na área de promoção, educação e prevenção associada à saúde bucal de pacientes hospitalizados.9
O objetivo dessa revisão de literatura é retratar a importância da atuação do CD na equipe multidisciplinar em ambiente hospitalar e a relação entre condições orais e sistêmicas que podem influenciar no quadro clínico do paciente internado.
MÉTODOS
Para a realização dessa revisão de literatura, foi feita uma busca nas bases de dados Scielo, PubMed, Medline e LILACS, no período de 2000 a 2017, utilizando-se os seguintes termos na língua portuguesa: odontologia hospitalar, equipe multidisciplinar, equipe hospitalar de odontologia e unidade de terapia intensiva e na língua inglesa: hospital dentistry, multidisciplinar team, dentistry hospital team e intensive care unit. Foram selecionados artigos nas línguas inglesa e portuguesa indexados nas bases de dados, além de legislação sobre o tema. Os estudos compreenderam delineamento experimental ou observacional e revisão de literatura. Os critérios de exclusão foram artigos sobre UTI neonatal e com tema restrito a cirurgia bucomaxilofacial.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na busca realizada nas bases de dados Scielo, PubMed, Medline e LILACS, foram selecionadas 40 publicações. Após leitura criteriosa, utilizando os critérios de inclusão e exclusão, 21 publicações foram utilizadas à seleção desta revisão, sendo 9 artigos de revisão de literatura, 10 estudos observacionais e 2 legislações sobre o tema.
Os pacientes internados em UTI devem obter atenções especiais e contínuas, não só para tratar o problema que ocasionou à internação, mas também para cuidar dos demais órgaos e sistemas que podem sofrer algum agravamento desfavorável para sua recuperação e prognóstico.10
Todos os profissionais da área da saúde devem avaliar a cavidade oral como segmento integrante do corpo e esta não deve ser deixada de lado na atenção ao paciente hospitalizado. Deverá ser tao bem acompanhada quanto qualquer parte do corpo.11,12
Em pacientes internados, o cuidado odontológico e as práticas de promoção de saúde ajudam na prevenção e/ou restabelecimento do quadro sistêmico do paciente, contribuindo para a diminuição de infecções respiratórias, diminuição do uso de medicamentos como antibióticos e consequente taxa de mortalidade. Tais medidas irao causar uma diminuição dos gastos com internação.8
Na maior parte das vezes, pacientes na UTI apresentam higiene oral precária, em função de diversos fatores adicionais relacionados, como a diminuição da limpeza natural da boca promovida pela mastigação, a movimentação da língua e das bochechas, além da redução do fluxo salivar pelo uso de alguns medicamentos.2,11,13 Em vários casos, há também a existência do tubo traqueal, que prejudica o acesso à cavidade bucal,14 aumentando a presença do biofilme. Com o tempo de internação se estendendo, haverá o favorecimento da colonização bucal de patógenos respiratórios mais resistentes aos antimicrobianos.1,2,11
A existência da placa bacteriana na cavidade oral pode influenciar as condutas médicas, devido aos fatores de virulência dos microrganismos que nela se deparam, os quais podem ser acentuados pela presença de outras alterações bucais como a doença periodontal, cáries, necrose pulpar, lesões em mucosas, dentes fraturados ou infectados, traumas provocados por próteses fixas ou móveis que podem acarretar para o paciente, implicações na sua condição sistêmica.13
A complexidade do biofilme bucal e doença periodontal associada, que corre o risco de se agravar com o tempo de internação, pode ser uma fonte de pneumonia nosocomial. Ela requer atenção especial, pois é a segunda causa de infecção hospitalar e causadora de taxas significativas de morbidade e mortalidade em pacientes de todas as idades. Atinge de 10% a 15% das infecções hospitalares, sendo que de 20% a 50% dos pacientes afetados por este tipo de pneumonia vao a óbito.5,9,15,16
Sabe-se também que uma condição oral comprometida previamente à internação pode influenciar negativamente a condição sistêmica do paciente, principalmente se esse indivíduo estiver imunocomprometido, apresentar doenças crônicas como problemas hepáticos, cardiovasculares, diabetes, assim como qualquer outra necessidade especial.17
Além disso, muitas terapias médicas ocasionam efeitos colaterais na boca. Em pacientes que irao se submeter a quimioterapia e/ou radioterapia em cabeça e pescoço, que podem apresentar como consequência a mucosite oral, a ausência de uma correta abordagem conduzida pelo profissional da odontologia pode ocasionar, desde o aumento da internação, até o óbito.18
A relação entre doenças bucais e doenças sistêmicas é um ponto muito discutido na literatura.1,11 A presença de doenças bucais, como por exemplo, a candidíase, pode ser um agravante da condição sistêmica do paciente. Sendo assim, a presença do CD fornecendo assistência ao grupo médico pode influenciar e ajudar no diagnóstico e tratamento precoce.19
A avaliação oral pré-intervenção é de vital importância também para se evitar e a incidência e gravidade de algumas complicações bucais.20 Em alguns quadros sistêmicos é indispensável a avaliação do CD antes da intervenção médica. Nos casos em que os pacientes necessitarao da utilização dos bifosfonatos, como portadores de câncer de mama com metástase e mieloma múltiplo, a avaliação prévia ao tratamento pelo cirurgiao dentista tem o objetivo de evitar o surgimento de osteonecrose associada a esses medicamentos.11,18
Indivíduos que serao submetidos a transplante de órgaos, como nos casos de transplante de medula óssea e renal, também devem receber olhar cauteloso do CD, pois sua condição de saúde bucal interfere no prognostico do transplante, visto que infecções orais podem levar a infecções sistêmicas que aumentam o risco de perda do enxerto e risco de morte. Somente após a adequação do meio bucal esses pacientes podem ser liberados para a realização dos transplantes.18
Essa assistência específica busca condicionar a higiene bucal e a saúde do sistema estomatognático do paciente antes, no decurso de sua internação e após seu tratamento sistêmico.10
Pesquisas já atestaram que a melhora da higiene oral (HO) e o acompanhamento por profissional qualificado limitam significantemente o desenvolvimento da ocorrência de doenças respiratórias entre pacientes adultos classificados de alto risco e mantidos em cuidados paliativos e, principalmente, os pacientes internados em UTI.13
Na maioria dos hospitais, atualmente, o cuidado da HO é uma responsabilidade da equipe de enfermagem com experiência técnica, sob inspeção de enfermeiros e médicos responsáveis pelo paciente. No entanto, esta função não é priorizada na rotina destes profissionais, seja por falta de percepção quanto à importância do procedimento para a prevenção de patologias orais e sistêmicas, ou por falta de implantação de condutas que contemplem a HO como procedimento padrao nas instituições.16
Deste modo, a participação dos cirurgioes dentistas como consultores da saúde bucal ou, de modo mais ativo, como prestadores de serviços realizados em nível ambulatorial ou hospitalar, em específico na UTI, tem o propósito de auxiliar, oferecer e agregar mais qualidade ao atendimento prestado em ambiente hospitalar, dando maior destaque na integralidade da atenção e assistência. É necessário que estas estratégias sejam incorporadas na manutenção de rotina com relação aos cuidados bucais.1
Este profissional servirá como uma base no diagnóstico das condições bucais e como aliado na terapêutica médica, seja em procedimentos de emergência diante aos traumas, em procedimentos preventivos e terapêuticos proporcionando maior conforto do paciente e para terem o meio bucal satisfatório.1
O cuidado odontológico tem sido normalmente realizado nas clínicas particulares, consultórios ou postos de saúde. Aos hospitais somente a assistência cirúrgica bucomaxilofacial está designada e as condutas com recomendação de anestesia geral. A assistência odontológica hospitalar está cada vez mais associada à violência, o que explica um grande trabalho dos profissionais em traumatologia e cirurgia buco-maxilo-facial no suporte odontológico no interior dos hospitais.21
CONCLUSÃO
Baseado nos dados conclui-se que é fundamental a integração do cirurgiao dentista habilitado em Odontologia hospitalar dentro das UTIs para realização de medidas preventivas bucais e para melhoria do quadro clínico dos pacientes internados. Além disso, é importante também que esse profissional atue na avaliação dos pacientes antes, no decurso de sua internação e após seu tratamento sistêmico, já que existe uma correlação entre as condições de saúde sistêmica e oral.
A higiene bucal deficiente e as condições de saúde bucal comprometidas desses pacientes fazem com que se torne necessária a presença deste profissional na equipe multidisciplinar, pois assim pode-se evitar a proliferação de bactérias e fungos e, consequentemente, possíveis infecções e piora no quadro sistêmico.
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