ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
SELECIONADOS DO PREMIO JOAO GALIZZI
ANALISE DA EXPERIENCIA COM FECHAMENTOS DE ILEOSTOMIA EM ALÇA EM SERVIÇO DE COLOPROCTOLOGIA
Fernando Henrique Teodoro Lemos1, Breno Xaia Martins da Costa1, Danielle Gobbi Kunz1, Thais Andressa Silva Faier1, Jessica Rodrigues Girundi Guimaraes1, Jairo Sebastian Astudillo Vallejo1
1. Hospital Felício Rocho - Belo Horizonte - MG
Autor correspondente: Fernando Henrique Teodoro Lemos
E-mail: fernandohtl@gmail.com
Palavras-chave: Ileostomia em alça. Complicações. Morbimortalidade.
Introdução: o uso de ileostomias em alça como derivação de trânsito é uma técnica cirúrgica amplamente aplicada em cirurgias colorretais que envolvam anastomoses extraperitoneais com o objetivo de se prevenir a sepse pélvica em seu período de cicatrização. As complicações mais frequentes relacionadas a adoção de ileostomia são o distúrbio hidroeletrolitico associado à desidratação e a dermatite periostomal; citam-se também o prolapso da ostomia, a hérnia paraostomal e a obstrução intestinal. Objetivo: realizar uma análise retrospectiva em prontuários dos fechamentos de ileostomias em alça do serviço de Coloproctologia do Hospital Felício Rocho em Belo Horizonte. Comparar as técnicas de fechamento manual e mecânica bem como seus desfechos e complicações pôs operatórios. Métodos: análise retrospectiva em prontuários nos últimos 30 meses, no período de 01/01/2017 a 04/06/2019. Resultados: foram realizadas 99 fechamentos de ileostomia neste período, sendo 52 homens e 47 mulheres. 43 dos procedimentos envolveram anastomose mecânica e 56 anastomose manual; o tempo médio de internação foi de 7,35 dias, sendo 6,94 em pacientes do grupo manual e 7,88 da anastomose mecânica. O tempo médio decorrido da cirurgia inicial para o fechamento foi de 19,75 semanas, sendo o mais precoce 05 semanas e o mais longínquo 56 semanas. Complicações envolvendo fístulas anastomóticas totalizaram 06 casos (6,06%), em número absoluto igual nos dois grupos, de 03 para cada. Conclusão: a ileostomia em alça se mostra um método de derivação de trânsito seguro e com baixo índice de complicações; as complicações pôs operatórias dos dois grupos e suas taxas apresentaram-se de forma semelhante e dentro do apresentado na literatura. A adoção da anastomose mecânica, progressivamente mais presente na casuística, não traz um prejuízo no que concerne às complicações pôs operatórias; cita-se ainda uma redução, mesmo que pequena, do tempo cirúrgico envolvido.
DOENÇA INFLAMATORIA INTESTINAL EM CRIANÇAS: ALTERAÇÕES CLINICAS,ENDOSCOPICAS E HISTOPATOLOGICAS
Marcela Magalhaes Bittencourt1, Bárbara Reis Melo2, Edivaldo Fraga Moreira3, Paulo Fernando Souto Bittencourt3, Rodrigo Cambraia Marques4, Ricardo Fortes Monteiro de Castro4, Luiza Reis Melo1
1. Acadêmico da UNIFENAS-BH MG
2. Acadêmica da FAMINAS BH MG,
3. Membro titular da SOBED e Médico Assistente do Hospital Felício Rocho (HFR) BH MG
4. Especializando CET - SOBED - HFR e FELUMA BH MG
Autor correspondente: Marcela Magalhaes Bittencourt
E-mail: marcelabittencourt_00@hotmail.com
Palavras-Chave: Doença inflamatória intestinal. Crianças.
INTRODUÇÃO: As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são condições recidivantes crônicas, que ocorrem da interação de fatores genéticos, microbiota intestinal e imunorregulação da mucosa. São mais diagnosticados na adolescência e no adulto jovem. A Doença de Crohn (DC) pode envolver qualquer área do trato gastrointestinal, da boca ao ânus, mas acomete mais íleo terminal e cólon. A Retocolite Ulcerativa (RCU) é definida por uma inflamação contínua e difusa do ceco até o reto proximal. Atualmente, há uma incidência crescente dessas doenças na população pediátrica, em que 20-30% dos casos são diagnosticados antes dos 20 anos. OBJETIVO: Descrever os achados clínicos, endoscópicos e histopatológicas em pacientes com o diagnóstico de DII submetidos à colonoscopia com biópsia. MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo com 19 pacientes considerados portadores de DII pelo médico assistente. Foram submetidos à colonoscopia com biópsia realizada no serviço de Endoscopia do Hospital Felício Rocho no período de junho de 2018 a junho de 2019. RESULTADOS: Dos 19 pacientes avaliados, 10 eram mulheres e 9 homens. A idade variou de 1 a 14 anos, com mediana de 6 anos. Os principais sintomas apresentados foram: hematoquezia, diarreia, dor abdominal, anemia e emagrecimento. Os achados endoscópicos encontrados variaram de alterações inflamatórias desde o ceco até o reto, sendo que 10 pacientes tiveram acometimento do íleo terminal/válvula íleo-cecal, 18 do ceco/cólon, 2 do reto, 4 do ceco ao reto. Os resultados anatomopatológicos identificaram 9 pacientes com alterações inflamatórias discretas e inespecíficas do íleo, cólon e reto; 9 com ileíte; 9 com colite crônica erosiva e 11 com retite. CONCLUSÃO: Diante dos resultados obtidos, foi visto a importância dos achados endoscópicos e anatomopatológicos para auxiliar o diagnóstico de DII. Entretanto, alterações microscópicas inespecíficas foram encontradas, dificultando o seguimento clínico dos pacientes.
INDICE DE DETECÇÃO DE ADENOMAS POR COLONOSCOPIA NO AMBITO DA UFTM
Bárbara Cecilio da Fonseca1, Mariana Caldeira Monte1, Rafaela Moreira Paula1, Antonio Carlos Oliveira de Meneses1, Daurin Narciso da Fonseca1
1. Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Uberaba/MG
Palavras-chave: Adenoma, neoplasias colorretais, colonoscopia
Introdução: A colonoscopia representa, na atualidade, o exame padrao-ouro para a investigação de enfermidades do cólon e do reto. O foco da colonoscopia preventiva centra-se no diagnóstico de lesões precoces, a fim de diminuir a mortalidade pelo câncer colorretal. O principal indicador de qualidade do exame é o índice de detecção de adenomas. Estudos e evidências científicas demonstram que índice inferior a 11% está relacionado a maior chance de aparecimento de neoplasias avançadas em colonoscopias de seguimento. Objetivo: Avaliar o padrao de qualidade dos exames colonoscópicos realizados no Hospital de Clínicas e nos ambulatórios de especialidades da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Metodologia: Estudo descritivo, observacional e retrospectivo cujos dados foram coletados de laudos de colonoscopias e de resultados anatomopatológicos de pacientes submetidos ao exame colonoscópico no período de março de 2013 a fevereiro de 2016. Resultados: Foram realizadas 1687 colonoscopias, dentre as quais 276 apresentaram achados de adenomas com 379 biópsias confirmatórias, conferindo um índice de detecção de adenomas do serviço igual a 16,36%. O gênero feminino representou 56,86% dos pacientes com achados de adenomas, contra 43,14% do gênero masculino. Conclusões: A realização de um exame colonoscópico de qualidade é meta que deve ser perseguida por todos os serviços, unidades e profissionais envolvidos no procedimento. Dessa forma, melhor capacitação técnica de toda a equipe deve ser estimulada e associada a preparo intestinal de excelência, qualidade da imagem com documentação fotográfica e assistência anestesiológica, a fim de reduzir a morbimortalidade relacionada ao câncer colorretal.
INTERVENÇÃO NUTRICIONAL EM GRUPO: AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE EM PACIENTES COM DOENÇA HEPATICA GORDUROSA NÃO ALCOOLICA
Kharine Pillar de Sousa e Pena1, Claudia Alves Couto1, Leticia de Araujo Silva1, Felippe Miranda Ribas1, Vinicius Antonio Pereira e Silva1, Gustavo Vargas Borgongino Monteiro1, Bárbara Gonçalves Ramos1, Luciana Costa Faria1
1. Instituto Alfa de Gastroenterologia do HC, UFMG.
Autora correspondente: Kharine Pillar de Sousa e Pena
E-mail: khapillar@gmail.com
Palavras-chave: Intervenção nutricional. Grupo. Hábitos alimentares. DHGNA.
Introdução: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é caracterizada por infiltração de lipídeos nos hepatócitos. O tratamento envolve mudança no estilo de vida, perda de peso com melhoria dos hábitos alimentares e atividade física. Objetivo: Avaliar a efetividade da intervenção nutricional em grupo em pacientes com DHGNA. Metodologia: Estudo: prospectivo, coorte. Local: ambulatório de DHGNA do Hospital das Clínicas/Belo Horizonte. Duração:12 meses. População: 92 pacientes adultos com DHGNA. Intervenção nutricional: realizada mensalmente por um nutricionista. Recursos: palestras, dinâmicas e esclarecimento de dúvidas. Peso, estatura e circunferência da cintura (CC): aferidos mensalmente. Avaliação dos hábitos alimentares: aplicado questionário no início e final da intervenção, que foram analisados de acordo com as recomendações do Guia alimentar para a população brasileira (GAPB). Exames laboratoriais: obtidos dos prontuários no início, aos 6 e 12 meses. Análise estatística: programa SPSS para Windows, versão 18.0. Resultados: Os pacientes participaram uma mediana de 4 intervenções. Foram divididos em 2 grupos quanto a participação:1 a 5 (n=56) e 6 a 12 (n=36). Não houve diferença estatística significativa quanto as principais características basais nos grupos. A biópsia hepática foi realizada em 46,7% dos participantes, a esteatohepatite foi diagnosticada em 51,2%, sendo sem fibrose (44,2%) e com fibrose (20,9% com METAVIR F1/2 e 34,9% com METAVIR F3/4). Em 49 pacientes a mediana para perda de peso foi 1,8% (0,1-15,9%) do inicial, 8 pacientes (8,7%) apresentaram perda ≥ a 5%. Pela análise uni e multivariada ALT e LDL foram associados a perda de peso ≥ 5%. Comparando a mediana CC de cada mês com a inicial, houve diferença significativa na CC2 e CC8. Houve adequação às recomendações do GAPB comparando-se antes e após a intervenção em relação a ingestao de carboidratos (p=0,006); a ingestao de gorduras trans/saturadas (p=0,021); a frequência de refeições diárias (p=0,007) e a pratica de atividade física (p<0,001). Houve também adequação às recomendações do GAPB nos indivíduos que participaram de 6 ou mais sessões comparado aos que participaram de menos do que 6 em relação a ingestao de carboidratos (p =0,001); a frequência de refeições diárias (p=0,013) e a pratica de atividade física (p<0,001). Conclusão: A intervenção nutricional em grupo mostrou efetividade nas mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida.
RISCO DE ENDOMETRIOSE APENDICULAR ENTRE 236 MULHERES COM ENDOMETRIOSE PROFUNDA COM ACOMETIMENTO COLORRETAL
Rodrigo Ralemadhá Gonçalves Rodrigues1, Renan Andrade Nabak2, Lívia Paulucci Cavalcanti Andrade1, Victor Vinícius Alves da Silva2, Priscila Dias Silva3, Juliano Alves Figueiredo1
1. Hospital Vila da Serra - MG
2. Acadêmico de medicina UFMG - MG
3. Complexo Hospitalar são Francisco de Assis - MG
E-mail autor: ralemadha@outlook.com | (31) 987227758
Palavras-chave: endometriose, colorretal, endometriose apendicular
Introdução: A endometriose profunda é aquela que se estende 5 mm abaixo do peritônio e pode acometer o apêndicececal. Na população geral o risco de endometriose apendicular é de 0,4 a 1% [1,2]. Mulheres portadoras de endometriose profunda apresentam chance 2,7 vezes maior de endometriose apendicular do que mulheres com quadro de endometriose superficial. [1] Objetivos: Determinar a incidência de endometriose apendicular em mulheres que apresentam quadro de endometriose profunda com acometimento da regiao colorretal e relevância da avaliação e ressecção do apêndice durante procedimento para tratamento de endometriose. Métodos: Realizado estudo de coorte, prospectivo, no período de janeiro de 2009 a fevereiro de 2018. Foram avaliadas 236 mulheres submetidas a cirurgia colorretal. Somente 1 cirurgiao operou todos os casos o que garantiu a aplicação de mesma técnica cirúrgica e uniformidade no tratamento das pacientes. Resultados: Foram avaliadas 236 mulheres, sendo que 8 (3,38%) foram excluídas pois o resultado do anatomopatológico não evidenciou invasão colorretal. O diagnóstico de endometriose apendicular foi confirmado em 14 (6,2%) das 224 pacientes restantes, após estudo anatomopatológico. Realizou-se ressecção de segmento intestinal em 11 (78,6%) pacientes e em 3 (21,4%) ressecção discoide do intestino. A endometriose apendicular foi diagnosticada em 2 pacientes (14%) durante a avaliação pré-operatória, enquanto em 12 pacientes (86%) a condição foi diagnosticada durante o perioperatório. O tamanho dos nódulos endometrioticos variou de 20mm a 60mm e em 10 (71,4) pacientes o local acometido era o reto superior. Conclusão: Demonstrou-se elevada incidência de endometriose apendicular em mulheres portadoras de endometriose em regiao colorretal, demonstrando relevância na avaliação pré-operatória e perioperatória do apêndice cecal, indicando sua ressecção na presença de sinais de acometimento, colaborando assim, para a completa ressecção de todos os focos endometrioticos.
Copyright 2024 Revista Médica de Minas Gerais
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License