RMMG - Revista Médica de Minas Gerais

Volume: 29. (Suppl.5)

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ENDOSCOPIA DIGESTIVA

ENDOSCOPIA DIGESTIVA

 

ABORDAGEM DE OBJETO PONTIAGUDO NO CECO- RELATO DE 2 CASOS E REVISÃO DA LITERATURA

Kassia Roque1, Amaury Teixeira Xavier1, Elmar Moreira1 , Roberta Nogueira de Sá1, Nayara Peres Aguiar1, Victor Lima de Matos1

Hospital da Polícia Militar, Setor de Endoscopia Digestiva. Belo Horizonte, MG- Brasil

Autor correspondente: Kassia Roque

E-mail: kassya@gmail.com

Palavras-Chaves: Corpo estranho. Colonoscopia. Objeto perfuro cortante.

INTRODUÇÃO: A ingestao de corpo estranho é mais comum na faixa etária pediátrica. Quando em adultos, geralmente ocorre naqueles com transtorno psiquiátrico, atraso mental, alcoolizados e ingestao acidental. Sabe-se que a maioria é expelida espontaneamente, que 10-20% e cessitarao de abordagem endoscópica e que menos de 1% necessitará de abordagem cirúrgica. A lesão em órgaos internos é rara, mas quando ocorre, chega a apresentar mortalidade em torno de 18%OBJETIVO:Apresentar dois casos de ingestao de objeto pontiagudo com impactação no ceco no primeiro semestre de 2019 no Hospital da Polícia Militar. MÉTODO: Acompanhamento dos pacientes e pesquisa em base de dados. RESULTADOS: O primeiro caso trata-se de IAO, 24 anos, sexo feminino, hígida, ingestao acidental de broca de dentista (objeto metálico, perfurante, medindo 2,5cm) há 2 dias. Assintomática, exame físico e exames laboratoriais dentro da normalidade. Submetida a exames radiológicos seriados por três dias com o objeto estagnado na regiao de fossa ilíaca direita. Optado pela retirada por colonoscopia realizada com êxito com auxílio de alça de polipectomia. O segundo caso ocorreu com MGL, 71 anos, portadora de hipertensão arterial e apnéia do sono. Havia ingerido acidentalmente, há cerca de 15 dias, objeto metálico em tratamento odontológico (pontiagudo, medindo 2,5cm). Não apresentava queixas. Radiografias e tomografia de abdome evidenciaram objeto impactado em fossa ilíaca direita sem migração. Paciente foi submetida à colonoscopia com sucesso na retirada do corpo estranho, também com auxílio de alça de polipectomia. CONCLUSÃO: A abordagem endoscópica deve ser considerada como primeira linha no manejo de corpos estranhos pontiagudos não complicados. No caso de objetos perfuro cortantes, é fundamental a definição do momento da intervenção, devido a importante morbimortalidade no caso de perfuração. O tratamento cirúrgico é indicado quando há complicações ou em falha da remoção endoscópica.

 


 

CORRELAÇÃO ENTRE OS ACHADOS ENDOSCOPICOS E HISTOLOGICOS EM CRIANÇAS SUBMETIDOS A ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA.

Anna Carolina Gatto Polo Batista1, Aparecida Andrade Franciscani Peixoto1, Layce Alves da Cruz Teixeira1, Paulo Fernando Souto Bittencourt2, Edivaldo Fraga Moreira2 , Pedro Magalhaes Bittencourt3, Lucas Humberto Vilarinho Vasconcelos3, Izabella Soares Mello3

1. EspecializandoCET - SOBED - Hospital Felício Rocho (HFR) e FELUMA - BH/MG
2. Médico Assistente do HFR - BH/MG
3. Acadêmico da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH) - Vespasiano/MG

Autor correspondente: Pedro Magalhaes Bittencourt

E-mail: pedromb1009@hotmail.com

Palavras-Chave: Endoscopia digestiva alta. Biópsias endoscópicas.

INTRODUÇÃO: Existem poucos estudos que avaliam os benefícios das biópsias de rotina em crianças e adolescentes submetidos à Endoscopia digestiva alta (EDA). Endoscopistas frequentemente realizam biópsias mesmo sem alterações da mucosa, devido à baixa concordância entre os achados endoscópicos e histológicos descritos na literatura. Estudo publicado por Sheiko, M.A. et. al. em 2016 avaliou 1000 pacientes submetidos à EDA e encontrou taxa de concordância entre achados endoscópicos e histológicos de 69,9%. Apesar de baixo risco de complicações, a rotina de realização de biópsias, podem aumentar custos e o tempo de procedimentos. OBJETIVO: Avaliar a concordância entre alterações endoscópicas e histológicas em pacientes submetidos à EDA. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo que analisou dados coletados de 147 crianças submetidos à endoscopia digestiva alta com biópsia no Hospital Felício Rocho em Belo Horizonte, no período de fevereiro de 2018 a janeiro de 2019. RESULTADOS: >Dos 147 pacientes, 78 eram do sexo masculino e 69 feminino, 76,0% apresentaram concordâncias entre os achados histológicos e endoscópicos. 15,5% dos pacientes apresentaram EDA normal, mas com alterações na histologia e 8,5% apresentaram EDA alterada e histologia normal. CONCLUSÃO: Diante dos aspectos mencionados, é possível correlacionar os achados endoscópicos com os histológicos em pacientes submetidos à EDA. A partir da analise é possível sugerir que não há necessidade de solicitações sistemáticas de exames histológicos para o diagnostico de determinadas doenças.

 


 

EFICACIA DO BALAO INTRAGASTRICO PARA PERDA DE PESO EM PACIENTES COM OBESIDADE TIPO I E II

Rafaela Lima Camargo1, Juliana Cordeiro Carvalho1, Kênia Tâmara Martins Viana1, Larissa Alvim Mendes1, Rafaela Ferreira Gomes1, Raquel Sena Pontes Grapiuna1, Yolanda Schiavo Schettino de Oliveira Borges1, Renata Alvim Mendes2

1. Acadêmicas do curso de Medicina, Centro Universitário - UniFACIG, Manhuaçu - Minas Gerais, Brasil
2. Cirurgia Geral pelo Hospital César Leite - Manhuaçu - MG e Endoscopia pela SUPREMA - Juiz de Fora - MG

Autor correspondente: Rafaela Lima Camargo

E-mail: rafaella_camargo@live.com

Palavras-chave: Obesidade. Qualidade de vida. Perda de peso. Indice de Massa Corporal.

Introdução: A obesidade é uma doença crônica de alto risco de morbimortalidade. Pode desenvolver fatores de risco a saúde do indivíduo como apneia obstrutiva do sono, sintomas depressivos e hipertensão arterial sistêmica, além do surgimento de enfermidades graves como dislipidemias, câncer e diabetes tipo II. Utiliza-se a reeducação alimentar e prática de exercício físico como medidas para redução de peso. Porém quando não são eficazes na perda ponderal, o tratamento preconizado é o balao intragástrico (BIG), uma prótese de silicone que é introduzida via endoscópio. Objetivo: O presente trabalho tem por objetivo avaliar a eficácia do BIG para perda de peso em obesos tipo I e tipo II. Métodos: Foi feita uma revisão bibliográfica, tendo como referência o PubMed e Scielo, de 2006 a 2017, sendo selecionados 9 artigos que faziam menção a eficácia do BIG para perda de peso em pacientes com obesidade tipo I e tipo II. Resultados: O BIG é um método pouco invasivo de perda de peso que vem mostrando resultados satisfatórios por provocar saciedade, diminuindo o reservatório gástrico e proporcionando a manutenção do peso. Pode ser realizado ambulatorialmente. A remoção do BIG apresenta vantagem em comparação aos outros procedimentos cirúrgicos, pois pode ser retirado a qualquer momento ou após alguma reação adversa que o paciente apresentar. Além disso possui baixo risco de morbimortalidade. Conclusão: O tratamento com BIG quando bem indicado e executado, seguindo os requisitos de segurança, mostra eficácia e tem revelado resultados positivos para perda de peso e manutenção do mesmo em obesos tipo I e tipo II, promovendo controle das comorbidades e melhor qualidade de vida.

REFERENCIAS

Almeida N, Gomes D, Gonçalves C, Gregório C, Brito D, Campos JC, Gouveia H, Freitas D. O balao intragástrico nas formas graves de obesidade. Jornal Português de Gastrenterologia. 2006;13: 220-5. [acesso em: 06 jun 2019]. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/pdf/ge/v13n5/v13n5a02.pdf>

Flesch AGT, Gurski RR, Schirmer CC. Utilização de balao intragástrico e perda de peso em pacientes em um centro de referência no Rio Grande do Sul. BRASPEN J. 2017; 32 (2):170 - 4. [Acesso em: 22 jun 2019]. Disponível em: <http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2017/08/14-AOUtiliza%C3%A7%C3%A3o-de-bal%C3%A3o.pdf>

Ganc AJ, Ganc RL. Balao intra-gástrico: Ponto. Einstein. 2006;1:130-5. [Acesso em: 06 jun 2019]. Disponível em: <http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/130-135.pdf> Sallet JA, Silva MA, Marchesini JB. Balao intragástrico - Segurança e eficácia no tratamento da obesidade. ABESO 58, ago., 2012.[Acesso em: 22 jun 2019] Disponível em: <http://www.abeso.org.br/pdf/revista58/artigo.pdf>

Seleti SMR. Impacto do balao intragástrico associado à dieta no tratamento do paciente diabético com sobrepeso ou obesidade grau I e sua influência na produção de enterohormônios. São Paulo, 2017. [Acesso em: 22 jun 2019] Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-14032018-122506/publico/SilviaMansurReimãoSeleti.pdf>

 


 

INDICE DE DETECÇÃO DE ADENOMAS POR COLONOSCOPIA NO AMBITO DA UFTM

Bárbara Cecilio da Fonseca1, Mariana Caldeira Monte1, Rafaela Moreira Paula1, Antonio Carlos Oliveira de Meneses1, Daurin Narciso da Fonseca1

1. Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Uberaba/MG

Autor correspondente: Bárbara Cecilio da Fonseca

E-mail: bacecilio@live.com

Palavras- chave: Adenoma. Neoplasias colorretais. Colonoscopia.

Introdução: A colonoscopia representa, na atualidade, o exame padrao-ouro para a investigação de enfermidades do cólon e do reto. O foco da colonoscopia preventiva centra-se no diagnóstico de lesões precoces, a fim de diminuir a mortalidade pelo câncer colorretal. O principal indicador de qualidade do exame é o índice de detecção de adenomas. Estudos e evidências científicas demonstram que índice inferior a 11% está relacionado a maior chance de aparecimento de neoplasias avançadas em colonoscopias de seguimento. Objetivo: Avaliar o padrao de qualidade dos exames colonoscópicos realizados no Hospital de Clínicas e nos ambulatórios de especialidades da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Metodologia: Estudo descritivo, observacional e retrospectivo cujos dados foram coletados de laudos de colonoscopias e de resultados anatomopatológicos de pacientes submetidos ao exame colonoscópico no período de março de 2013 a fevereiro de 2016. Resultados: Foram realizadas 1687 colonoscopias, dentre as quais 276 apresentaram achados de adenomas com 379 biópsias confirmatórias, conferindo um índice de detecção de adenomas do serviço igual a 16,36%. O gênero feminino representou 56,86% dos pacientes com achados de adenomas, contra 43,14% do gênero masculino. Conclusões: A realização de um exame colonoscópico de qualidade é meta que deve ser perseguida por todos os serviços, unidades e profissionais envolvidos no procedimento. Dessa forma, melhor capacitação técnica de toda a equipe deve ser estimulada e associada a preparo intestinal de excelência, qualidade da imagem com documentação fotográfica e assistência anestesiológica, a fim de reduzir a morbimortalidade relacionada ao câncer colorretal.

 


 

TRATAMENTO DE FISTULA GASTRICA APOS GASTROPLASTIA REDUTORA COM PROTESE METALICA AUTO-EXPANSIVEL E PLASMA DE ARGONIO

Lorena Rocha Dias Machado1, André Luiz Dias Gomes Machado Filho2, Marcelo Mendes Rocha2, Joao Felipe Machado Campos2, José Celso de Carvalho Júnior 2, Carlos Alberto da Silva Barros 1, André Luiz Dias Gomes Machado1,2

1. Hospital Vila da Serra - Nova Lima- MG
2. Endocentro - Clínica de Endoscopia - MG

Autor correspondente: Lorena Rocha Dias Machado

E-mail: lorenamachado.med@gmail.com

Palavras-chave: Fístula. Gastroplastia. Prótese metálica. Septostomia endoscópica

Introdução: A gastroplastia redutora para tratamento da obesidade tem sido cada vez mais indicada e, com isso a incidência de complicações vem aumentando. A fístula gastropulmonar é uma complicação decorrente de cirurgia da obesidade e cada vez mais, a endoscopia é vista como uma abordagem mais segura e de melhor custo-benefício para o tratamento dessas complicações. Caso Clínico: Paciente masculino, 39 anos que foi submetido a cirurgia de gastroplastia a Sleeve, evoluiu no 20o dia pós operatório recente com deiscência em ângulo de Hiss, tratada de maneira conservadora. Nos meses seguintes cursou com tosse contendo restos alimentares e pneumonias de repetição. Realizada Endoscopia digestiva onde foi identificada fístula gastropulmonar de 8mm em estômago proximal. Realizada abordagem endoscópica com septostomia com balao hidrostático e eletrofulguração do trajeto fistuloso com plasma de argônio, seguida de colocação de prótese metálica totalmente coberta autoexpansível de 15cm, sem intercorrências. Evoluiu com melhora gradual dos sintomas. Após 45 dias o paciente iniciou com quadro de dor epigástrica moderada. Realizada revisão endoscópica identificando tecido de granulação obstruindo parcialmente a luz da prótese e ulcera na extremidade distal do antro gástrico. Realizada retirada da prótese. Na avaliação pós-TC evidenciou diminuição de 95% da loja subpleural esquerda e 90% do orifício gástrico da fistula. A seguir realizada nova sessão de plasma de Argônio no trajeto fistuloso e mantido alimentação enteral com melhora do quadro. Discussão: O surgimento das fístulas pós-operatórias representa uma grave complicação que pode ocorrer nos pacientes submetidos ao tratamento operatório da obesidade. Elas ocorrem em 0,9 a 2,6% dos casos, podendo chegar a 8% nas reoperações, e localiza-se com maior frequência ao nível do ângulo de Hiss, provavelmente em decorrência de isquemia no ápice do grampeamento lateral. A técnica endoscópica é baseada na utilização de prótese totalmente recoberta. Após o seu posicionamento, a prótese leva à formação de uma barreira mecânica entre a fístula e o trato gastrointestinal, permitindo o suporte nutricional hiperprotêico oral enquanto ocorre a cicatrização do trajeto fistuloso. Conclusão: As fístulas gástricas após cirurgias bariátricas não são incomuns e a realização de septostomia, colocação de prótese metálica autoexpansível totalmente coberta e aplicação de plasma de argônio tem demonstrado bons resultados.

Referências:

1. Baretta GA, Alhinho HC, Matias JE, Marchesini JB, de Lima JH, Empinotti C, et al. Coagulação do plasma de argônio da anastomose gastrojejunal para recuperação do peso após o bypass gástrico. Obes Surg. 2015; 25 (1): 72-9.

2. Christophorou D, Valats JC, Funakoshi N, Duflos C, Picot MC, Vedrenne B, et at. Endoscopic treatment of fistula after sleeve gastrectomy: results of a multicenter retrospective study. Endoscopy 2015.

3. Perisse LGS, Perisse PCM, Bernardo Junior C. Tratamento endoscópico das fístulas após gastrectomia vertical e bypass gástrico em Y de Roux. Rev. Col. Bras. Cir. Rio de Janeiro , 2015;42(3):159-64