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CAPES/Qualis: B2
Acidentes causados por lagartas do gênero lonomia, em Minas Gerais, no período de 2001 a 2006
Accidents caused by lonomia, in Minas Gerais, 2001 a 2006
Stanley Philippe Antunes Franco1; Jayme Gorenstein2; Marcos Macedo Oliveira3
1. Faculdades Unidas do Norte de Minas, Instituto de Ciências da Saúde, Coordenação de Medicina,graduando em medicina - Montes Claros - Minas Gerais - Brasil
2. Centro Universitário de Belo Horizonte, Geografia - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
3. Faculdades Unidas do Norte de Minas, Coordenação de medicina,professor do curso de medicina - Montes Claros - Minas Gerais - Brasil
Stanley Philippe Antunes Franco
E-mail: stanleyphilippe@hotmail.com
Recebido em: 16/11/2019
Aprovado em: 13/04/2020
Instituição: Faculdades Unidas do Norte de Minas, Instituto de Ciências da Saúde, Coordenação de Medicina, graduando em medicina - Montes Claros - Minas Gerais - Brasil.
Resumo
INTRODUÇÃO: As lagartas de algumas famílias de Lepidoptera são capazes de causar acidentes envolvendo humanos. O gênero Lonomia merece destaque devido ao seu potencial de causar acidentes graves que podem culminar com morte da vítima. Poucos estudos tratam da epidemiologia desse tipo de acidente.
OBJETIVO: Este estudo teve o objetivo de apresentar dados epidemiológicos dos acidentes com Lonomia em Minas Gerais.
METODOLOGIA: Utilizou-se a abordagem quantitativa e retrospectiva. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) para o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2006. Foram analisadas as variáveis mês, ano, faixa-etária, sexo, tempo entre o acidente e o atendimento, classificação final, evolução do caso. O número de acidentes por macrorregião de saúde de Minas Gerais foi espacializado e apresentado em mapa, feito com o auxílio do software ArcGIS® 10.2.
RESULTADOS: Ocorreram cem acidentes, sendo a maioria nos meses chuvosos. O lonomismo ocorreu em 45 municípios de Minas Gerais, estando presente em quase todas as macrorregiões de saúde. Acometeu, principalmente, os adultos jovens e o sexo masculino, com evolução satisfatória na maioria dos casos.
CONCLUSÃO: Este trabalho alcançou o objetivo de apresentar informações sobre o lonomismo em Minas Gerais e, provavelmente, é o primeiro trabalho a explorar o assunto para o estado. Tendo em vista a ampla distribuição espacial desses acidentes pelo estado e o seu potencial de gravidade, salientase a importância de se realizar a divulgação do gênero Lonomia e da importância de se buscar atendimento médico rapidamente, em caso de acidente.
Palavras-chave: Animais Venenosos; Epidemiologia; Saúde Pública; Sistemas de Informação em Saúde.
INTRODUÇÃO
O erucismo decorre do acidente envolvendo lagartas da ordem Lepidoptera. Embora seja uma ordem megadiversa, poucas espécies de algumas famílias podem causar acidentes. Foram reconhecidas doze famílias de importância médica para todo o mundo1 e sabe-se que, no Brasil, as espécies de importância médica estão distribuídas pelas famílias Megalopygidae, Limacodidae, Lasiocampidae, Saturniidae, Papilionidae.2,3 Merece destaque o gênero Lonomia (Saturniidae: Hemileucine) devido ao seu potencial de causar acidentes graves que podem evoluir com síndromes hemorrágicas, doença renal crônica, hemorragia intracerebral, podendo levar a óbito.4,5
O erucismo é o tipo mais comum de acidente com animais peçonhentos2, entretanto é subnotificado e sua descrição epidemiológica é escassa na literatura médica.6-8 Este estudo objetivou apresentar a ocorrência de acidentes com Lonomia, características clínico-epidemiológicas, e sua distribuição espacial pelas macrorregiões de saúde em Minas Gerais.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo analítico ecológico com informações obtidas do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) - http://www2.datasus.gov.br/DATASUS - para os anos de 2001 a 2006. Os dados foram filtrados individualmente por município de ocorrência, por ano e por mês.Então preenchia-se uma planilha, no software Excel®, na qual cada linha representava um acidente e era completada com as informações do banco de dados em relação às seguintes variáveis:
a) Macrorregião de saúde de notificação: Sul, Centro Sul, Centro, Jequitinhonha, Oeste, Leste, Sudeste, Norte, Noroeste, Leste do Sul, Nordeste, Triângulo do Sul, Triângulo do Norte
b) Mês: janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro. Os dados foram agrupados pelas estações verão (dezembro a fevereiro), outono (março a maio), inverno (junho a agosto) e primavera (setembro a novembro) e por estação seca (abril a setembro) e chuvosa (outubro a março).
c) Ano: 2001 a 2006
d) Faixa-etária em anos: até 19, 20 a 59, 60 a 69, e após 80.
e) Sexo: masculino, feminino, ignorado/branco.
f) Tempo entre o acidente e o atendimento: ignorado/branco, 0-1 hora, 1-3, 3-6, 6-12, acima de 12 horas.
g) Classificação final: ignorado/branco, "leve (paciente com envenenamento local e sem alteração da coagulação ou sangramentos até 48 horas após o acidente, confirmado com a identificação do agente; moderado (paciente com envenenamento local, alteração da coagulação somente ou manifestações hemorrágicas na pele e/ou mucosas, hematúria e sem alteração hemodinâmica; grave (paciente com alteração da coagulação, manifestações hemorrágicas em vísceras, e com alterações hemodinâmicas e/ou falência de múltiplos órgãos ou sistemas."9
h) Evolução do caso: Ignorado/branco, cura, cura com sequela, óbito.
Os dados demográficos de cada município foram obtidos do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - www.ibge.gov.br) e somados para os cálculos das taxas de incidência anual por 100.000 habitantes.
Para a confecção do mapa, foi utilizada uma planilha contendo o número de acidentes por macrorregiões de saúde de Minas Gerais.A base cartográfica utilizada foi a regionalização das macrorregiões de saúde do Estado de Minas Gerais disponibilizada pelo DATASUS e a base contendo os estados brasileiros (disponibilizada pelo IBGE). Após a preparação da base cartográfica e dos dados, foi feita uma junção (join) entre os dados da tabela e a base cartográfica através da ferramenta disponibilizada pelo software ArcGIS® 10.2.
RESULTADOS
Foram registrados cem acidentes com lagartas do gênero Lonomia (Figura 1), no período de 2001 a 2006 em Minas Gerais. Houve um aumento de onze acidentes ocorridos em 2001 para 27 em 2006, sendo 2005 o ano com o maior número de casos (28). As taxas de incidência por 100.000 habitantes para cada ano variaram de 0,06 a 0,145. Em relação à sazonalidade, o outono (março a maio) e o verão (dezembro a fevereiro) foram as estações com maior frequência de acidentes, 46% e 40% respectivamente, enquanto ocorreram apenas 5% na primavera e 9% no inverno. Agrupando os meses por estação seca (abril a setembro) e chuvosa (outubro a março), percebe-se que a maioria dos acidentes ocorreu nesta (65%). Os indivíduos entre 20 e 39 anos foram os mais acometidos, sendo responsáveis por 43% dos casos, seguidos pelos indivíduos com até 19 anos (28%) e pela faixa-etária dos 40 aos 59 anos (19%). Em 58% dos casos, os indivíduos eram do sexo masculino, enquanto 41% eram do sexo feminino e 1% foi ignorado. A maioria dos acidentes foi classificada como leve (72%), 14% foram moderados, 4% graves e 10% foram ignorados. Em 61%, a busca pelo atendimento médico foi inferior a 3 horas e, em 14%, foi superior a 6 horas. Somente 2% das vítimas evoluiu com alguma sequela, enquanto 89% evoluíram com cura, não tendo sido registrado nenhum óbito. A Tabela 1 apresenta os dados a respeito dos acidentes com Lonomia segundo cada macrorregião de saúde de Minas Gerais.
Os registros ocorreram em 45 municípios de Minas Gerais (Tabela Suplementar). O município com maior número de acidentes foi Montes Claros com 8 registros, seguido por Itatiaiuçu, Ouro Fino e Três Pontas (7), Betim (6), Esmeraldas e Juiz de Fora (5). As macrorregiões Centro (29%), Sul (25%), Norte (13%)e Oeste (10%) foram as que apresentaram as maiores frequências desse acidente (Figura 2).
DISCUSSÃO
A partir dos dados apresentados e do trabalho de Azevedo10 (2011 p. 128), Minas Gerais foi responsável por 24,21% dos acidentes ocorridos na região sudeste e por 0,05% dos acidentes ocorridos no Brasil, no período estudado. Na comparação desses dados, o estado aumentou sua porcentagem do número de acidentes em níveis regional (23,40% em 2001 para 38,57% em 2006) e nacional (2,68% em 2001 para 7,64% em 2006). Isso sugere que Minas Gerais apresentou um aumento superior em relação a outros estados da região sudeste e do país. O aumento no número de ocorrências desses acidentes pode estar relacionado ao avanço do desmatamento para a instalação de lavouras extensivas, com consequente alteração do seu hábitat natural, redução do número de inimigos naturais e aproximação com os seres humanos.Assim, as grandes áreas plantadas de eucalipto no estado e a presença de pomares nos quintais de casas atuariam na manutenção e/ou crescimento de populações de Lonomia obliqua ao longo dos anos, favorecendo a ocorrência de acidentes nas zonas rural e urbana, visto que a espécie é polifitófaga, podendo se alimentar de várias espécies de plantas, incluindo espécies de eucalipto e várias espécies frutíferas.11
Embora Lessa et al.6 (2008 p. 199-210) e Gamborgi et al.12 (2012 p. 204) tenham encontrado maior número de acidentes nos meses de dezembro a fevereiro, diferindo do padrão registrado por este estudo, eles registraram que aproximadamente 83% dos acidentes ocorrem entre os meses de dezembro a abril, semelhante a este estudo que registrou 80% dos acidentes nesses meses. Além disso, os três estudos observaram um padrão com uma redução do número de casos a partir de maio, permanecendo um baixo número de acidentes entre junho e setembro e subsequente aumento a partir do mês de outubro. Esse padrão também foi registrado para os acidentes com outras lagartas nas regiões centro-oeste, sudeste e sul do Brasil.8 Uma explicação para esse padrão pode partir do pressuposto de que é preciso o encontro da vítima com a lagarta para que o acidente ocorra. Assim, a ocorrência das lagartas de Lonomia achelous e Lonomia obliqua nesses meses favorecem os acidentes, pois coincidem com o período quente e de férias escolares e de alguns feriados prolongados em que as pessoas visitam as cachoeiras e rios com maior frequência.
Enquanto este estudo registrou um maior número de acidentes para a faixa-etária dos 20 aos 39 anos, Lessa et al.6 (2008 p. 199-210) observaram que os jovens até 19 anos foram os mais acometidos pelo lonomismo no Rio Grande do Sul. Os autores atribuem o elevado número de acidentes com a faixa pediátrica à presença de Lonomia na vegetação do entorno das residências, enquanto os acidentes com as faixas-etárias adultas estariam relacionados a ocorrências ocupacionais.Uma outra explicação poderia ser a maior preocupação dos adultos com os acidentes que ocorrem com crianças e adolescentes, levando-os aos hospitais, enquanto acidentes com adultos seriam mais sub-notificados.7 O sexo masculino também foi o gênero mais acometido no estudo de Lessa et al.6 (2008 p. 199-210) e seguiu o mesmo percentual encontrado em relação ao erucismo com outras lagartas no Brasil.8
Os dados sobre a classificação dos acidentes diferiram dos registrados para o Rio Grande do Sul para o qual foram registrados 45,5% de casos moderados, 14,8% graves e somente 30,2% leves.6 Assim, o padrão de classificação do lonomismo, em Minas Gerais, assemelhou-se mais com os casos de erucismo com outras lagartas para o Brasil, no qual a porcentagem de casos leves variou de 88 a 95% segundo as diferentes regiões.8
Assim como os casos de lonomismo no Rio Grande do Sul,6 este estudo também registrou que a maioria dos acidentes com Lonomia tem a cura como seu desfecho. Entretanto houve registro de óbitos naquele estado, enquanto Minas Gerais não apresentou caso com esse desfecho. A evolução fatal está associada à demora na procura por atendimento, ao desconhecimento dos profissionais de saúde quanto à conduta terapêutica ou à indisponibilidade do anti-veneno para utilização em tempo hábil.13 Assim, a boa evolução na maioria dos casos registrados neste estudo estariam associados à rápida procura pelo atendimento por parte da população, à rápida e correta ação dos profissionais de saúde no estado e à disponibilidade adequada do soro antilonômico.
O presente estudo, por apresentar um caráter ecológico e se pautar por análises em bancos de dados secundários, teve limitações de informações importantes como o horário em que os acidentes ocorreram, se ocorreram em zona urbana ou rural, a procedência dos pacientes, parte do corpo acometida, e ocorrência de uso de soro antilonômico. Tais dados proporcionariam um melhor entendimento acerca do perfil epidemiológico dos acidentes com Lonomia. Além disso, o fato de o erucismo ser um acidente muito subnotificado e de o SINAN não conseguir captar todos os acidentes,14-16 corrobora a importância de que estudos sejam realizados com as Fichas de Investigação de Acidentes por Animais Peçonhentos.Estudos das populações das espécies Lonomia obliqua e Lonomia achelous em seus ambientes naturais permitirão conhecer melhor a biologia da espécie e a preferência por plantas hospedeiras, o que poderá ser útil na prevenção de acidentes.
Manifestações Clínicas
Inicialmente, há manifestações locais como dor do tipo em queimação, podendo ser leve, moderada ou intensa; acompanhada de edema, eritema, hiperemia, prurido, parestesia, calor, bolhas. Manifestações gerais e inespecíficas podem ocorrer e surgir mais tardiamente: cefaleia, mal-estar, náuseas vômitos, ansiedade, tontura, palidez, rubor facial, anorexia, oligúria, mialgias, artralgias, febre, icterícia, dispneia, dor abdominal, hipotermia e hipotensão, sendo estas três últimas menos frequentes. Após uma a 48 horas, instala-se discrasia sanguínea, podendo ocorrer manifestações hemorrágicas que geralmente ocorrem oito a 72 horas após o contato: equimoses, hematomas espontâneos, secundários a traumas ou em lesões cicatrizadas, hemorragias mucosas (gengivorragia, epistaxe, hematêmese, melena, enterorragia), hematúria macroscópica, sangramentos em feridas recentes, hemorragias intra-articulares, abdominais, pulmonares, glandulares e hemorragia intraparenquimatosa cerebral. A principal complicação é a insuficiência renal aguda, mais frequente em pacientes maiores de 45 anos e nos com sangramento intenso.4,9,17,18,19,20,21
Um estudo com 136 pacientes vítimas de lonomismo apontou que manifestações locais ocorrem em mais de 80% dos pacientes, sendo a dor local e a hiperemia as mais frequentes. Os achados inespecíficos se manifestam em aproximadamente 17% dos casos, sendo a cefaleia, náuseas e vômitos os mais prevalentes. Pouco mais de 25% dos casos evoluem com alguma manifestação hemorrágica, sendo a equimose (18,4%) a principal, seguida pela hematúria (8,8%) e gengivorragia (8,1%)19.
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos9, os casos são classificados em:
Leve: envenenamento local e sem alteração da coagulação ou sangramentos até 48 horas após o acidente, confirmado com a identificação do agente.
Moderado: envenenamento local, alteração da coagulação somente ou manifestações hemorrágicas na pele e/ou em mucosas, hematúria e sem alteração hemodinâmica (hipotensão, taquicardia ou choque).
Grave: alteração da coagulação, manifestações hemorrágicas em vísceras e com alterações hemodinâmicas e/ou falência de múltiplos órgãos ou sistemas.
DIAGÓSTICO
Os casos de erucismo devem ser bem investigados a fim de saber se o agente tenha sido do gênero Lonomia. Caso o paciente traga o exemplar causador do acidente, a identificação poderá ser feita, descartando ou confirmando acidente por Lonomia.
Em caso de a lagarta ser identificada como Lonomia, devem ser pesquisadas a presença de hemorragias e alteração na coagulação. A FUNASA9 sugere para avaliação do paciente o tempo de coagulação (TC), entretanto sabe-se que a medida do tempo de trombina e das concentrações de fibrinogênio são os testes de maior sensibilidade, seguidos pelo prolongamento do tempo de protrombina (TP) e do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA). Dentre os exames citados, o TC é o que tem menor sensibilidade22. Como os dois testes de maior sensibilidade não estão disponíveis em muitos serviços, pode-se o usar o TP para a avaliação inicial das alterações da hemostasia nos acidentes por lagartas22.
A FUNASA9 não apresenta a propedêutica completa para os acidentes com Lonomia. Há um protocolo para o estado de Santa Catarina que sugere que o TC, o TP/RNI e o TTPA sejam realizados na admissão. Caso estejam normais, devem ser repetidos 6 horas após o acidente. Caso permaneçam normais, repetir após 12 horas do acidente. Se ainda estiverem normais, provavelmente, não se trata de acidente com Lonomia e o paciente pode ser liberado. Se em qualquer exame houver alteração, deve-se administrar o soro antilonômico (SALon).
MANEJO TERAPÊUTICO
Os casos moderados e graves devem receber soroterapia com o soro antilonômico (SALon), 5 e 10 ampolas respectivamente. Enquanto os casos leves podem ser tratados com sintomáticos.
CONCLUSÕES
Conclui-se que o lonomismo ocorreu em 45 municípios de Minas Gerais, distribuídos por dez macrorregiões de saúde do estado, sendo as macrorregiões Centro, Sul e Norte as com maior número de casos. Eles ocorreram principalmente nos meses entre dezembro e abril, acometendo com mais frequência a faixa-etária de 20-39 anos e o sexo masculino. A maioria dos acidentes foi classificada como leve e apresentou a cura como desfecho. Na maioria dos casos, as vítimas tiveram acesso rápido ao atendimento médico. A notificação dos casos apresenta-se como importante fonte de dados para que estudos como este sejam elaborados. Ela fornece informações importantes para as autoridades, permitindo uma melhor distribuição da oferta terapêutica. Tendo em vista o potencial de causar acidentes graves, salienta-se a necessidade de campanhas de divulgação de informações sobre o gênero Lonomia e sobre a importância de buscar o atendimento médico de forma rápida.
Os autores declaram que este trabalho não recebeu financiamento e que não há conflitos de interesse.
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