ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
Urgências e Emergências Médicas
Maria do Carmo Barros de Melo
O atendimento de forma adequada a pacientes agudamente enfermos garante a sobrevida sem sequelas. Significativo avanço vem ocorrendo nos últimos anos, com redução da mortalidade. Muitos desses avanços podem ser secundários às novas tecnologias, mas o que mais impacta é a formação de recursos humanos, com a utilização de protocolos e treinamento em serviço. É necessário que se tenha em mente que atualmente a disseminação dos conhecimentos acontece rapidamente devido ao uso das tecnologias de comunicação e informação pela população em geral e pelos profissionais de saúde. É importante que o profissional de saúde esteja atento às medidas de prevenção na faixa etária pediátrica; ao rápido reconhecimento dos sinais e sintomas de gravidade; à ativação do serviço médico de emergência, quando o atendimento for pré-hospitalar; ao uso do desfibrilador automático externo, nos casos de parada cardiorrespiratória súbita e presenciada; à implementações das medidas de suporte avançado de vida; e à integração dos serviços para a adequada estabilização dos pacientes. A continuidade do atendimento - desde o seu transporte, admissão hospitalar e, finalmente, a assistência de cuidados intensivos - é medida eficaz para a garantia da sobrevida. Em outubro deste ano foram publicadas as novas diretrizes da American Heart Association1 e várias mudanças estão sendo propostas, tornando-se necessárias a leitura dos protocolos, reflexão sobre a nossa realidade e adequação ao nosso meio. A recomendação é de que toda a comunidade seja treinada para as medidas de suporte básico de vida. Ao mesmo tempo, a Medicina atual leva em consideração os questionamentos, as dúvidas e as discussões. Desta forma, o acesso a publicações faz refletir sobre os temas abordados e incorporar novos conhecimentos no dia-a-dia. Os serviços devem estar preparados para os atendimentos de urgência e emergência, com formação de equipes treinadas e aptas a entender a nosologia prevalente das diversas faixas etárias e, ao mesmo tempo, a seguir as normas éticas e humanas no relacionamento com os pacientes e com os colegas. No universo das urgências e emergências médicas, os antigos conceitos são mantidos, mas novas descobertas e/ou evidências científicas faz mudar certas rotinas, sem perder o "norte" da experiência clínica. Neste número, dedicado às urgências e emergências, vários temas relevantes são abordados. É hora de rever os acidentes por serpentes venenosas, refletir sobre os efeitos do estresse em cirurgias de grande porte, os acidentes com fratura de face, as quedas de idosos, rever as terapias nas síndromes coronárias agudas e o suporte hemoterápico nas emergências, assim como alguns relatos de casos e um pouco da história da Medicina. Esperamos que os artigos atendam à expectativa dos leitores da Revista Médica de Minas Gerais e que sejam instrumento para a educação permanente dos profissionais de saúde.
Maria do Carmo Barros de Melo
Professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG. Belo Horizonte - MG, Brasil
REFERÊNCIAS
1. Field JM, Hazinski MF, Sayre MR, Chameides L, Schexnayder SM, Hemphill R, et al. 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care Science. Part 1: executive summary: Circulation. 2010;122(suppl 3):S640-S656.
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