RMMG - Revista Médica de Minas Gerais

Volume: 20. 1

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Artigos de Revisão

Doenças infecciosas e perda auditiva

Infectious diseases and hearing loss

Andrêza Batista Cheloni Vieira1; Patrícia Mancini2; Denise Utsch Gonçalves1,3

1. Fonoaudióloga, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte - MG, Brasil
2. Fonoaudióloga, Professora Substituto a do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte - MG, Brasil
3. Médica, Professora Adjunto do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte, MG - Brasil

Endereço para correspondência

Andrêza Batista Cheloni Vieira
Avenida: Alfredo Balena, nº190, sala: 3005, Bairro: Santa Efigênia
CEP: 30130-100, Belo Horizonte - MG, Brasil
Email: andrezabcv@ufmg.br

Recebido em: 15/06/2007
Aprovado em: 08/07/2009

Instituição: Faculdade de Medicina da UFMG, Belo Horizonte – MG

Resumo

A perda auditiva pode ocorrer por causa genética, congênita ou adquirida. Os agentes infecciosos são os fatores etiológicos mais comuns de perdas auditivas congênitas ou adquiridas. O déficit auditivo pode ser decorrente de dano na orelha externa e média, causando perda auditiva condutiva leve/moderada, ou da orelha interna, causando perda auditiva neurossensorial moderada/profunda. Infecção da orelha interna durante a gestação por toxoplasmose, rubéola, sífilis, citomegalovírus e herpes são as causas mais frequentes de surdez congênita. Em relação ao lactente e pré-escolar, a surdez profunda pode ser uma complicação de meningite. Na infância, as infecções bacterianas da orelha média são responsáveis pela maioria das perdas auditivas leves. Contudo, há interferência no desenvolvimento normal da fala mesmo com perda auditiva leve. Infecções virais que merecem destaque na infância e na fase adulta por estarem associadas a dano na orelha interna com perda auditiva moderada/profunda são aquelas causadas por herpes simples, varicela-zoster, enterovírus, Episten-Barr, influenza, paramixovírus e HIV. Pacientes com perda auditiva devem receber avaliação e acompanhamento audiológico para diagnóstico e tratamento adequados. Na infância, o tratamento precoce de qualquer perda auditiva pode estar associado a desfechos mais abrangentes, como a qualidade da fala adquirida.

Palavras-chave: Otolaringologia; Causalidade; Perda Auditiva/etiologia; Perda Auditiva/epidemiologia; Infecção/etiologia; Prevalência.

 

INTRODUÇÃO

As doenças infecciosas são as causas mais frequentes de perda auditiva adquirida e são responsáveis por mais de 25% das perdas profundas diagnosticadas na população geral.1 Indivíduos com perdas auditivas uni e/ou bilaterais queixam-se mais de tristeza, depressão, ansiedade, isolamento social e insegurança.2 Este estudo tem o objetivo de fazer uma revisão da literatura sobre as publicações mais consistentes que abordam o tema perda auditiva de causa infecciosa.

 

INFECÇÕES VIRAIS

Infecções virais são responsáveis por 3% das perdas auditivas neurossensoriais súbitas, sendo geralmente unilaterais3. Na idade adulta, são a principal causa desse tipo de perda auditiva.3,4

Os principais agentes infecciosos virais associados à perda auditiva neurossensorial na idade adulta são: vírus da parotidite epidêmica (paramixovírus), vírus da mononucleose (Episten-Barr), herpes simples, herpes-zoster, adenovírus, enterovírus, influenza, parainfluenza, vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV) e citomegalovírus (CMV).3,4

Os mecanismos de instalação da perda auditiva viral incluem4:

Infecções das vias aéreas superiores com posterior comprometimento da orelha média, gerando perda auditiva condutiva.

Invasão virótica da orelha interna, causando lesão da cóclea e/ou do nervo auditivo.

Na parotidite epidêmica, comprometimento do nervo coclear é verificado em 20% dos casos agudos, sendo o acometimento unilateral com perda neurossensorial de início súbitoa apresentação mais comum.5 O labirinto pode ser afetado, levando a vertigem, ataxia e vômitos. Paralisia do nervo facial e perda bilateral também podem ocorrer nesses casos.6

A infecção da orelha interna por herpes-zoster resulta da reativação do vírus no gânglio geniculado, gânglio espiral e/ou vestibular.7 Clinicamente, observa-se zumbido associado a perda súbita da audição, vertigem, paralisia facial periférica e lesões cutâneas no meato auditivo externo. É reconhecida pelo epônimo de síndrome de Ramsay Hunt7.

A associação entre as enteroviroses e perda auditiva tem sido estudada recentemente. Estudo sorológico de 55 pacientes com perda auditiva súbita demonstrou que em 40% dessas amostras havia sequências de enterovírus, detectadas por testes de reação em cadeia da polimerase.8

Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)

A associação entre infecção pelo HIV e perda auditiva tem sido relatada. Estudos têm demonstrado que durante a fase inicial da doença o acometimento otológico é menor. Com o passar dos anos, as desordens otológicas são mais frequentemente observadas nos pacientes.9,10 Os sintomas otológicos podem resultar da combinação dos efeitos da infecção do HIV com as infecções oportunistas e/ou dos possíveis efeitos ototóxicos de certos medicamentos, inclusive a terapia antiretroviral.9,11

A terapia antirretroviral altamente ativa (HAART) tem reduzido amplamente a morbidade e mortalidade relacionadas à infecção por HIV. Porém, entre seus múltiplos efeitos está a associação do uso da HAART e perda auditiva neurossensorial.12

Ototoxidade por uso de nucleotídeos inibidores da transcriptase reversa (NITR) para tratamento da infecção por HIV tem sido observada.13 A ototoxidade pode aumentar em pacientes HIV positivo que apresentaram idade superior a 45 anos, história pregressa de perda auditiva induzida por ruído, zumbido e piora da audição com a terapia antirretroviral. As reduções e mutações do DNA mitocondrial (induzidas por NITR) associadas ao envelhecimento e à infecção por HIV podem contribuir para a disfunção auditiva nesses pacientes.13

Entre as doenças que envolvem o sistema nervoso central na AIDS, a toxoplasmose é a afecção oportunista que mais causa dano auditivo aos pacientes, podendo haver concomitante acometimento do sistema vestibular.14 A infecção por citomegalovírus (CMV) pode apresentar perda auditiva e vertigem como primeiros sintomas da doença.15

Meningites virais

As meningites virais são mais frequentes em crianças de idade superior a dois anos e geralmente levam a perdas auditivas neurossensoriais.16 Os principais agentes responsáveis por tais perdas são: enterovírus, vírus da parotidite epidêmica, vírus da coriomeningite linfocitária benigna, vírus da mononucleose (Epstein-Barr), vírus das arboviroses (encefalite equina do leste e do oeste, encefalite de São Luiz), citomegalovírus, varicela-zoster, herpes simples e HIV.16

 

INFECÇÕES BACTERIANAS E FÚNGICAS

Orelha interna

As meningites e encefalites bacterianas e fúngicas podem levar a perdas auditivas uni ou bilaterais de grau profundo.17 Déficits auditivos sutis também podem ocorrer, o que justifica a avaliação auditiva de pacientes que não têm perda auditiva aparente após meningite bacteriana.17

Os patógenos mais comuns das meningites bacterianas em crianças e adultos jovens são: Streptococcus pneumoniae (47%), Neisseria meningitidis (25%) e Streptococcus do grupo B (12%).18,19 Ressalta-se, ainda, a importância do Haemophilus influenzae tipo b que, juntamente com o pneumococo e meningococo, é responsável por 90 a 99% das meningites na faixa etária de 2-3 meses a 5-6 anos de idade.19 A meningite causada por Streptococcus pneumoniae pode levar à ossificação da cóclea, o que dificulta a reabilitação auditiva com implante coclear, que é a técnica para protetização auditiva utilizada para as perdas auditivas profundas. Nesses casos, a inserção do eletrodo na cóclea está inviabilizada.20

A infecção do sistema nervoso central por Brucella também pode levar a danos auditivos, com perda auditiva neurossensorial em cerca de 20% dos casos.21

Perda auditiva por sífilis atualmente é rara, ocorrendo mais frequentemente na fase terciária. Sinais vestibulares também podem ser consequências de otossífilis.22

A doença de Lyme (infecção pela bactéria Borrelia burgdorferi) causa perda auditiva neurossensorial bilateral súbita em cerca de 20% dos pacientes acometidos.23

A infecção por Mycoplasma pneumoniae tem sido relacionada à perda auditiva. Alguns estudos demonstram que tal infecção pode levar a perda auditiva neurossensorial súbita uni ou bilateral e perda auditiva condutiva (otite média aguda) e mista. O acometimento auditivo é comum no estágio inicial da doença e, na maioria dos casos, a audição retorna ao normal após o tratamento.24

A meningite criptocócica, embora mais frequente em imunodeprimidos, pode ocorrer em indivíduos imunocompetentes.25 Esse tipo de meningite pode levar a perda auditiva neurossensorial profunda bilateral e disfunção vestibular. Tal dano retrococlear pode resultar em empobrecimento dos efeitos do implante coclear, prejudicando a reabilitação dos pacientes.26

Orelha média

A otite média aguda é definida pela presença de fluidos na orelha média acompanhados por sinais ou sintomas de doença (febre, dor e prejuízo auditivo). Apresenta pico de ocorrência aos três anos de vida, sendo menos comum na idade escolar, em adolescentes e adultos, porém a terapia é similar27,28. Adultos podem apresentar como sequelas a perda auditiva condutiva, colesteatoma, otite média crônica e perfuração do tímpano.27,28

Os fatores infecciosos mais comuns nas otites médias agudas são: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Mycoplasma pneumoniae. Mais raramente, têm sido relatados Chlamydia trachomatis, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium tetani e Mycobacterium chelmonae.27,28 O tratamento da otite média aguda inclui administração de antibióticos, entretanto, em alguns casos, há melhora do quadro sem o uso desses agentes.27,28

A otite média crônica deve-se a episódios recorrentes de otite média aguda. A perda auditiva condutiva bilateral é o achado audiológico mais frequente.27,28

Orelha externa

A otite externa caracteriza-se por infecção do conduto auditivo externo, similar à infecção de pele. Tal infecção deve-se à tortuosidade e/ou ao estreitamento do conduto auditivo externo, que pode ficar mais propenso à retenção de materiais irritativos.27,28

A maceração da superfície tecidual leva à infecção, principalmente por Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus e Corynebacteria. Geralmente, tal infecção é acompanhada de dor intensa.27,28

A otite externa aguda difusa mais comum é causada por Pseudomonas aeruginosa ou Staphylococcus aureus e ocorre principalmente em climas quentes e úmidos. A infecção pode ocasionar edema difuso do conduto auditivo externo e dor intensa.27,28

Otite externa crônica ocorre devido à irritação do conduto auditivo externo, pela drenagem de secreção da orelha média, em pacientes com otite média crônica supurativa. Geralmente, não é acompanhada de dor. Pode raramente associar-se a tuberculose, sífilis e sarcoidose.27,28

A otite externa invasiva, também conhecida por “otite externa maligna”, é causada por Pseudomonas aeruginosa. A infecção, quando não tratada corretamente, pode comprometer o epitélio escamoso do conduto auditivo e áreas adjacentes de tecidos moles, vasos sanguíneos, cartilagem e ossos. Causa dor intensa e edema dos tecidos circundantes da orelha média, mastoide e drenagem de secreção purulenta e de coloração esverdeada pelo conduto auditivo externo.27,28 Pacientes idosos, diabéticos, imunodeficientes e debilitados apresentam alto risco de desenvolvimento dessa infecção.27,28

A otite externa fúngica decorre de infecção fúngica geral ou local. O agente infeccioso mais comum é Aspergillus sp. Em crianças com candidíase mucocutânea crônica, o agente mais comum é Candida albicans.27,28

 

INFECÇÕES CONGÊNITAS

Infecções durante a gestação pelo complexo TORSCH (toxoplasmasmose, rubéola, sífilis, citomegalovírus e herpes) são importantes causas de alterações congênitas no neonato, incluindo a perda auditiva neurossensorial de grau profundo.29,30 A infecção por toxoplasma gondii geralmente causa corioretinite, calcificações intracranianas e hidrocefalia. Aproximadamente 14 a 26% dos bebês infectados desenvolvem perda auditiva neurossensorial de grau profundo, uni ou bilateral.29,30 A síndrome da rubéola congênita inclui cardiopatia, déficits visuais e auditivos em 50% dos neonatos, além de lesões neurológicas causadas pelo retardo do crescimento intrauterino.29,30 A prevalência de perda auditiva neurossensorial na sífilis congênita varia de 25 a 38%, podendo ser flutuante, acompanhada ou não de sinais vestibulares.29,30 A perda auditiva neurossensorial decorrente da infecção por citomegalovírus pode ser uni ou bilateral e pode manifestar-se no período neonatal ou após alguns meses do nascimento.29,30 A infecção congênita por herpes, além da perda auditiva neurossensorial, pode causar encefalites, com consequente acometimento neurológico, incluindo déficits intelectuais e paralisia cerebral.29,30

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As doenças infecciosas podem prejudicar o funcionamento dos aparelhos auditivo e/ou vestibular, causando vertigem, zumbido e perdas auditivas temporárias ou definitivas. Sendo assim, atenção especial deve ser dada aos pacientes com tais infecções para que estes recebam avaliação e acompanhamentos audiológicos periódicos para prevenir e diagnosticar de modo precoce a perda auditiva. No caso do complexo TORSCH, a prevenção primária permanece como a estratégia mais importante em saúde pública.

 

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