RMMG - Revista Médica de Minas Gerais

Volume: 32 e-32114 DOI: https://dx.doi.org/10.5935/2238-3182.2022e32114

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Artigo Original

Avaliação do nível de espiritualidade e esperança de pacientes com câncer

Assessment of the level of spirituality and hope of cancer patients

Larissa Menezes Vaz1; Christian Marx Carelli Taets2; Gunnar Glauco de Cunto Carelli Taets2*

1. Instituto de Ciências Médicas - UFRJ, Macaé, RJ, Brasil
2. Instituto de Enfermagem - UFRJ, Macaé, RJ, Brasil

Endereço para correspondência

Gunnar Glauco de Cunto Carelli Taets
E-mail: masterufrj@gmail.com

Recebido em: 04 Janeiro 2022
Aprovado em: 29 Março 2022
Data de Publicação: 01 Junho 2022

Fontes Apoiadoras: Não há.

Conflito de Interesse: Não há.

Editor Associado Responsável:

Angélica Nogueira Rodrigues
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
Belo Horizonte/MG, Brasil

Resumo

INTRODUÇÃO: A esperança é um componente que pode ajudar o paciente, estimulando no seu existir, e permite o sentimento de um futuro otimista. A espiritualidade, no adoecimento por câncer, proporciona aos pacientes o desenvolvimento da esperança, de um significado para a doença e de um propósito e sentido para a vida.
OBJETIVOS: Avaliar o nível de espiritualidade e esperança de pacientes com câncer em tratamento em um hospital geral de Macaé e avaliar a correlação entre eles.
MÉTODOS: Foi realizado estudo clínico sobre o perfil de esperança e espiritualidade de pacientes com câncer em um hospital público que realiza tratamento oncológico na cidade de Macaé, Rio de Janeiro, entre agosto e novembro de 2019. Utilizou-se a escala de esperança de Herth e a escala de espiritualidade de Pinto e Pais-Ribeiro, que foram preenchidas por meio de entrevistas individuais.
RESULTADOS: Participaram 65 pacientes com idade média de 59 anos ± 12.39, com diferentes topografias tumorais, apresentando escore médio de 16,98 de 20,0 (valor máximo) para espiritualidade e 41,25 de 48,0 (valor máximo) para esperança. As variáveis apresentaram correlação positiva entre si.
CONCLUSÃO: O nível de espiritualidade e esperança de pacientes com câncer apresentou correlação positiva com moderada magnitude, sugerindo que as necessidades espirituais devam ser reconhecidas e estimuladas para manter a esperança do paciente e assim poder mitigar quadros depressivos muito comuns em oncologia.

Palavras-chave: Espiritualidade; Esperança; Câncer.

 

INTRODUÇÃO

A dimensão espiritual é tida como relevante na atribuição de significados à vida e um recurso de esperança, uma vez que, em momentos de dificuldades, os indivíduos buscam a aproximação com a fé e crenças para enfrentamento de situações adversas1.

Cabe ressaltar a diferença entre espiritualidade e religiosidade. A espiritualidade está relacionada ao sentimento de transcendência, elevação, sublimidade, atividade religiosa ou mística, já a religiosidade envolve a tendência natural para sentimentos religiosos e coisas sagradas. Ambas são fatores ímpares para a promoção, prevenção e recuperação da saúde. Elas têm influência na melhora da qualidade de vida, a ponto de reduzir a utilização dos serviços de saúde e contribuir para manutenção de um estilo de vida saudável dos indivíduos mais comprometidos2.

A espiritualidade é um fenômeno que se interconecta com raízes e cultura tradicionais, funde o corpo e a mente, e dá significado, força e fé na jornada do câncer3. O desenvolvimento espiritual tem sua importância já que faz parte de uma dimensão irredutível de toda pessoa, independentemente de sua identificação espiritual, cultural, religiosa ou outra4.

Vários estudos brasileiros e estadunidenses mostraram que a espiritualidade e a religiosidade contribuem para os pacientes enfrentarem o sofrimento de enfermidades como o câncer5,6. Mesmo com a doença em estágios mais avançados, a religiosidade e a espiritualidade podem desempenhar papéis importantes e inter-relacionados7.

Um estudo realizado em 2018, constatou que a espiritualidade, além de interferir na qualidade de vida, auxilia na redução da depressão, da falta de esperança e da ansiedade geradas pelo câncer5, o que vai ao encontro de outro estudo, de 2014, que demonstrou que a prece é uma estratégia eficiente para reduzir a ansiedade em pacientes oncológicos8.

A esperança é um componente que ajuda o paciente, estimulando no seu existir, e permite o sentimento de um futuro otimista. Ela se relaciona às questões de "bem-estar, qualidade de vida, sobrevida e provê força para resolver problemas e enfrentamentos como perda, tragédia, solidão e sofrimento"1. Na área médica, todas as definições de esperança envolvem algo que se deseja no futuro e, quando está associado ao presente, pode ter influência positiva no bem-estar ou, no mínimo, refletir em um estado positivo. Ter esperança é essencial depois que o diagnóstico de câncer é dado, pois a notícia causa sofrimento, sendo usualmente recebida como uma ameaça. É frequente o paciente acreditar que o diagnóstico de câncer é uma sentença de morte, o que provavelmente resultará em uma profunda perda de esperança, acarretando consequências deletérias ao seu prognóstico9.

No adoecimento por câncer, a dimensão espiritual propicia aos pacientes o desenvolvimento da esperança, de um significado para a doença e de um propósito e sentido para a vida, o que favorece o amadurecimento pessoal, a integridade e o enfrentamento da situação vivenciada. A maneira como o paciente enfrenta o adoecimento e suas repercussões podem ser influenciadas pela espiritualidade, além de servir para atribuir significados ao adoecimento e às intercorrências vivenciadas na trajetória de tratamento10.

A promoção da esperança se mostra benéfica para a saúde das pessoas e as capacita para lidar com situações de crise, assim, avaliar a esperança estimula a implementação de intervenções para pacientes com doenças crônicas e de seus familiares. Nesse contexto, a esperança pode ser uma importante variável no ato de cuidar e um elemento que motiva a acreditar que pode agir de maneira diferente frente à nova realidade, bem como a aceitação e o enfrentamento dos obstáculos da vida1.

Os objetivos do estudo foram avaliar o nível de espiritualidade e esperança de pacientes com câncer em tratamento em um hospital geral de Macaé-RJ e avaliar a correlação entre a esperança e espiritualidade.

 

MÉTODOS

Trata-se de um estudo clínico sobre o perfil de esperança e espiritualidade de pacientes com câncer em um hospital público que realiza tratamento oncológico na cidade de Macaé, Rio de Janeiro. A estrutura do estudo foi orientada pela "Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology" (STROBE)3.

A amostra calculada foi de 29 pacientes para um nível de significância, para todas as variáveis, de p<0,05 com erro Tipo I (alfa) esperado de 5%, com variável normal padronizada (Z) associada ao nível de confiança de 95% equivalente a 1,96, numa população de 160 pacientes oncológicos em tratamento no hospital do estudo, com desvio padrão de ±15 pacientes.

Utilizou-se a seguinte fórmula para determinar a amostra aleatória simples:

Onde:

• n = tamanho da amostra;

• s = desvio padrão;

• e = erro.

E para correção para populações pequenas:

Onde:

• najus = tamanho da amostra ajustado;

• N = tamanho da população total;

• n = tamanho inicial da amostra.

A amostra foi composta por 65 pacientes que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ter 18 anos ou mais, ambos os sexos, ter pelo menos um diagnóstico de câncer, estar em tratamento no hospital do estudo, concordar em participar do estudo. Não houve critérios de exclusão.

As entrevistas aconteceram no setor de oncologia do hospital do estudo de forma individual, no período de agosto a novembro de 2019, por uma equipe composta por estudantes pesquisadores dos cursos de graduação em medicina, enfermagem, nutrição e psicologia todos devidamente treinados. Os pacientes responderam a um instrumento de caracterização sociodemográfica e clínica com os seguintes dados: idade, sexo, religião e tipo de neoplasia; preencheram a escala de esperança de Herth (EEH)4 e escala de espiritualidade de Pinto e Pais-Ribeiro (EEPP-R).

A EEH foi elaborada por Herth, originalmente denominada de Herth hope index (HHI). Teve sua adaptação cultural e validação para a língua portuguesa com consistência interna satisfatória (alfa de Cronbach=0,83)4. A EEH tem como objetivo capturar os elementos que refletem a esperança das populações em situações clínicas, qualificando-a. A escala é composta por 12 itens, escritos de forma afirmativa na qual a graduação dos itens ocorre por escala tipo Likert de 4 pontos, variando de "discordo completamente" a "concordo completamente", em que 1 ponto indica "discordo completamente" e 4 pontos indicam "concordo completamente", sendo que a afirmação dos itens 3 e 6 apresentam escores invertidos. O escore total varia de 12 a 48 pontos, sendo que quanto maior o escore, mais alto o nível de esperança4.

A EEPP-R tem origem portuguesa, foi construída por Pinto e Pais-Ribeiro (2007)13 e validada para o Brasil por Chaves et al. (2010)12 com consistência interna consideradas aceitáveis (alfa de Cronbach=0,64). Avalia a espiritualidade em contextos de saúde e é composta por cinco questões focadas na atribuição de sentido/significado da vida e na construção da esperança e de uma perspectiva devida positiva. As respostas são itens pontuados separadamente, dadas numa escala de quatro alternativas, entre "não concordo" e "concordo plenamente". Da análise fatorial resultaram duas subescalas denominadas "crenças" e "esperança/otimismo". A pontuação de cada subescala é efetuada por meio da média de seus itens, como segue: "crenças=(Questão1+Questão2)/2";"esperança/otimismo=(Questão3+Questão4+Questão5)/3". A média da pontuação da referida escala pode variar de 1 a 4, sendo que quanto maior o valor obtido em cada item, maior a concordância com a dimensão avaliada5.

Os dados foram digitados em planilha formatada do programa Excel e transportados para a análise no software GraphPadPrism, versão 8.0. Para análise descritiva dos dados, foram calculadas as medidas de posição (média, mediana, mínima e máxima) e de dispersão (desvio-padrão).

Mediante a confirmação de ausência de normalidade dos dados, por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov, foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman para verificar a existência e a magnitude da correlação entre a EEPP-R e a EEH. Neste estudo, a magnitude das correlações foi classificada como: fraca (<0,3); moderada (0,3 a 0,59); forte (0,6 a 0,9); e perfeita (1,0)6. O nível de significância adotado para os testes estatísticos foi de 5% (p≤0,05).

A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Campus Macaé (parecer no 2.821.570 - CAAE no 89586318.4.0000.5699).

 

RESULTADOS

A idade média dos 65 sujeitos foi de 59 anos ± 12.39, sendo 38 (58,4%) do sexo feminino. Sobre a cor de pele 36 (55,3%) eram brancos, 21 (32,3%) pardos e 8 (11,1%) negros. A despeito da religião: 27 (41,5%) evangélicos, 25 (38,4%) católicos e 13 (20,0%) não tinham religião. Do ponto de vista clínico, predominam nos pacientes as neoplasias de mama em 19 deles (29,2%) e cólon em 11 (16,9%) seguidos por colo de útero em 8 (12,3%), pulmão 8 (12,3%), próstata 4 (6,1%), estômago 4 (6,1%), pele 4 (6,1%), pâncreas 1 (1,5%), sarcoma de Kaposi 1 (1,5%), neoplasia maligna sem especificação de localização 5 (7,6%). Todos os 65 pacientes estavam em tratamento quimioterápico, adjuvante ou paliativo.

O nível de espiritualidade e esperança, encontram-se nas tabelas a seguir (Tabelas 1 e 2).

 

 

 

 

Quanto à relação entre a espiritualidade e a esperança de pacientes com câncer em tratamento em um hospital geral de Macaé, RJ, verifica-se a existência de correlação positiva e de baixa magnitude entre o domínio crenças da EEPP-Re a EEH (r=0, 144); correlação positiva e de moderada magnitude entre o domínio esperança/otimismo da EEPP-R e a EEH (r=0, 333) e correlação positiva e de moderada magnitude entre a pontuação global da EEPP-R e a EEH (r=0, 324), todas estatisticamente significantes (p<0,05).

 

DISCUSSÃO

Encontrou-se um elevado nível de espiritualidade na população do estudo com um índice de 16,98 segundo a EEPR. Pode-se pensar que a doença grave como o câncer gera uma necessidade de encontrar valores e ressignificação da vida.

Nos últimos dez anos, um cuidado maior tem sido destinado à espiritualidade e seu papel como uma estratégia de enfrentamento que pode ser utilizada por pacientes com câncer. Um estudo realizado com três países europeus, Itália, Espanha e Portugal com 323 pacientes com câncer e outro estudo realizado nos Estados Unidos com 230 pacientes com câncer, descrevem a espiritualidade e também a religião como importantes no enfrentamento de tal doença, ao desempenhar papel protetor contra a morbidade psicológica, pois têm impacto importante sobre a maneira como a pessoa lida com a enfermidade7.

A espiritualidade aparece como importante aliada para pessoas que se encontram enfermas, tal afirmação nos parece bastante sensata. Um estudo realizado no estudo foi realizado no interior de São Paulo (Brasil), no qual participaram 15 pacientes submetidos à quimioterapia, concluiu que espiritualidade e religiosidade exercem um papel significativo no tratamento quimioterápico, colaborando para que as pessoas passem por esse período com mais otimismo8.

No presente estudo, encontrou-se um alto nível de esperança com o índice de 41,25. Em outras pesquisas na esfera internacional, utilizando a mesma escala, os valores obtidos apresentaram-se com escore mediano, por exemplo, na Itália15, onde os pacientes em tratamento contra câncer apresentaram escore de 36,8 pontos, e na Polônia verificou-se escore de 37,5 de esperança em pacientes com câncer9.

A esperança pode ser entendida como um estado relacionado a uma perspectiva positiva quanto ao futuro10, como uma efetiva estratégia de enfrentamento11 na expectativa de alcançar um objetivo, algo necessário para a vida, que permite transcender a situação atual possibilitando uma nova consciência do ser.

A correlação entre as variáveis espiritualidade e esperança, nessa população estudada, foi positiva. Com isso, podemos inferir que quando maior a espiritualidade do paciente com câncer maior será a esperança.

Um estudo realizado na Universidade de Porto, com 92 doentes do Hospital de Dia de Quimioterapia do Centro Hospitalar de São João, verificou que espiritualidade e esperança estão intimamente ligadas, corroborando com nosso achado12.

A baixa magnitude encontrada entre a subescala de crença dentro da EEPR e a escala de esperança de HERTH, pode ser atribuída ao fato de correlacionarmos com outra escala de esperança e não de religiosidade, uma vez que a subescala de esperança mostra uma magnitude moderada.

Ao passo que isso pode ser entendido como uma limitação do estudo, o fato de não se ter comparado com outra escala que traz em seu escopo a religiosidade (crenças), sugerindo-se que novos estudos sejam realizados utilizando-se tais escalas para outras comparações. Outra limitação seria sobre a utilização de um delineamento transversal para indicar correlações entre variáveis, uma vez que é uma característica intrínseca a esse delineamento a possibilidade de causalidade reversa.

O presente estudo contribuiu para a ciência da saúde no sentido de reafirmar a importância de se reconhecer fatores espirituais na vida de pacientes com doença crônica, como no caso do câncer, visando uma assistência integral, entendendo-se como uma estratégia de enfrentamento uma vez que se sabe que pacientes oncológicos podem apresentar diversas comorbidades que influenciam negativamente a resposta ao tratamento como, por exemplo, a depressão.

O sentimento de esperança pode modificar positivamente a visão do enfermo sobre sua patologia, uma vez que ela impulsiona o indivíduo a seguir sempre em frente13, permeando a capacidade de sonhar e sua resiliência no enfrentamento do período crítico da doença14. Altos níveis de esperança expressam a capacidade de seguir um caminho adequado para solucionar uma dificuldade e obter êxito em alguma meta15.

A esperança não cura, mas pode dar ânimo ao paciente para que ele continue a lutar pela sua melhora. Este sentimento influencia a percepção dos sujeitos acerca de sua qualidade de vida, assim como da saúde física, psicológica e das relações sociais, podendo modificar positivamente sua visão sobre a situação em que se encontra16.

É a esperança na recuperação do seu estado de perfeição que leva o paciente a percorrer longas distâncias em busca do árduo tratamento para a sua doença; submeter-se a incansáveis procedimentos invasivos; a mudar seu estilo de vida, sua rotina, e a permanecer, ainda que debilitado, em tratamento17.

Consequentemente, a esperança tem um efeito benéfico na saúde das pessoas com neoplasias, por fortalecer a capacidade delas em lidar com situações de crise na determinação de objetivos saudáveis, manutenção da qualidade de vida e promoção da saúde estados depressivos18. Um estudo brasileiro demonstrou que quanto maior o escore de esperança, menor o escore de depressão19.

Limitações do estudo

O fato de não se ter comparado com outra escala que traz em seu escopo a religiosidade (crenças), sugerindo-se que novos estudos sejam realizados utilizando-se tais escala para outras comparações.

Outra limitação seria sobre a utilização de um delineamento transversal para indicar correlações entre variáveis, uma vez que é uma característica intrínseca a esse delineamento a possibilidade de causalidade reversa.

Ponto forte do estudo

O presente estudo contribuiu para a ciência da saúde no sentido de reafirmar a importância de se reconhecer fatores espirituais na vida de pacientes com doença crônica. Dessa forma, pode-se oferecer uma assistência integral, utilizando esses fatores como uma estratégia de enfrentamento, uma vez que se sabe que pacientes com câncer podem apresentar diversas comorbidades que influenciam negativamente na resposta ao tratamento como, por exemplo, a depressão.

 

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

As contribuições dos autores estão estruturadas de acordo com a taxonomia (CRediT) descrita abaixo: Conceptualização, Investigação, Metodologia, Visualização & Escrita - análise e edição: Gunnar Taets, Larissa Vaz; Christian Carelli Taets. Administração do Projeto, Supervisão & Escrita - rascunho original: Gunnar Taets; Larissa Vaz; Christian Carelli Taets. Curadoria de Dados & Análise Formal: Gunnar Taets.

 

COPYRIGHT

Copyright© 2021 Vaz et al. Este é um artigo em acesso aberto distribuído nos termos da Licença Creative Commons. Atribuição 4.0 Licença Internacional que permite o uso irrestrito, a distribuição e reprodução em qualquer meio desde que o artigo original seja devidamente citado.

 

CONCLUSÃO

O nível de espiritualidade e esperança de pacientes com câncer apresentou correlação positiva com moderada magnitude, sugerindo que as necessidades espirituais devam ser reconhecidas e estimuladas para manter a esperança do paciente no tratamento e assim mitigar quadros depressivos muito comuns em oncologia.

Acredita-se que as necessidades espirituais dos pacientes com câncer devem ser reconhecidas, atendidas e consideradas pela equipe de saúde no momento da assistência entendendo ser de suma importância para o enfrentamento da doença e do tratamento.

 

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