ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
O ensino de ressuscitação cardiopulmonar para jovens: quais os benefícios e as metodologias empregadas?
Teaching cardiopulmonary resuscitation to young people: what are the benefits and methodologies used?
Júlia Coutinho Cordeiro1; Marcela Oliveira de Deus1; Sandy Sousa Pinheiro1; Lidiane Aparecida Pereira de Sousa2*; Maria Cecília Souto Lúcio de Oliveira3
1. Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS, Belo Horizonte, MG, Brasil
2. Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS, Belo Horizonte, MG, Brasil. Centro de Telessaúde do HC-UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil
3. Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil. Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS, Belo Horizonte, MG, Brasil
Lidiane Aparecida Pereira de Sousa
E-mail: lidisousa6@gmail.com
Recebido em: 05 Março 2022
Aprovado em: 12 Março 2022
Data de Publicação: 01 Junho 2022
Fontes Apoiadoras: Não há.
Conflito de Interesse: Não há.
Editor Associado Responsável:
José Maria Peixoto
Faculdade de Medicina da UNIFENAS
Belo Horizonte/MG, Brasil
Resumo
Doenças cardiovasculares constituem a principal causa de mortalidade no mundo, sendo que a parada cardiorrespiratória (PCR) representa cerca de 320 mil mortes por ano no Brasil. Estima-se que metade das PCRs ocorram em ambiente extra-hospitalar, sendo 80% presenciados exclusivamente por pessoas leigas. Sabe-se que o tempo entre a PCR e o início da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) é um fator crítico, visto que a cada minuto há uma redução em até 10% das chances de sobrevivência da vítima. A partir disso, constata-se que é de suma importância a capacitação de leigos para realizarem RCP, especialmente, a população jovem, que além de estar apta a realizar as manobras, representa uma importante fonte de disseminação de informação. Alguns países já adotam como obrigatório o treinamento de RCP no currículo escolar. No Brasil, contudo, ainda não existem aulas voltadas para o desenvolvimento das habilidades do suporte básico de vida (SBV). Diante disso, faz-se necessária a análise das intervenções realizadas em outros países para entender quais estratégias de ensino vêm sendo utilizadas. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão bibliográfica acerca das metodologias e resultados alcançados em processos de capacitação de alunos do ensino médio sobre SBV. Para isso, realizou-se uma revisão narrativa, na base de dados PubMed, resultando ao total 10 artigos, de acordo com os critérios empregados. Tais estudos demonstram que o ensino da RCP para alunos do ensino médio parece apresentar boa resposta, especialmente quando as intervenções são de longo prazo e abordam mais de uma metodologia de ensino.
Palavras-chave: Reanimação Cardiopulmonar; Parada Cardíaca Extra-Hospitalar; Educação em Saúde; Adolescente.
INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no mundo, sendo 17,9 milhões de pessoas acometidas anualmente1. No Brasil, estima-se que cerca de 320 mil mortes por ano são decorrentes da parada cardiorrespiratória (PCR), sendo metade em ambientes hospitalares e a outra metade em locais não nosocomiais, como residências, shopping centers, aeroportos, estádios, entre outros2,3. Estima-se que em 80% dos casos, a PCR extra-hospitalar é presenciada somente por pessoas leigas, sendo que, em apenas 15% há alguém que reconheça as técnicas de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Morais et al. (2014)4 ressalta ainda que, sem um treinamento prévio, apenas a orientação dos socorristas por telefone não parece conseguir auxiliar na execução das manobras. Ainda, vale ressaltar que 86% das paradas extra-hospitalares ocorrem no próprio lar da vítima, sendo que em 50% os casos são assistidos apenas por adolescentes ou crianças, sem um adulto por perto5.
Pressupõe-se que o fator mais crítico para o paciente com PCR é o tempo entre o início da parada até o início da RCP, sendo que a cada minuto diminui-se em até 10% as chances de sobrevivência da vítima4,6. Sob essa ótica, considerando o tempo de chegada do serviço de urgência, que, por exemplo, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, pode variar de 1 a 45 minutos (média de 10,3 minutos), é importante a capacitação de pessoas para atuarem frente a essa intercorrência4,6. Ainda, estudos mostram que aqueles que tiveram PCR presenciada por alguém treinado em suporte básico de vida (SBV) tiveram até três vezes mais chance de sobreviver4,7.
Nos Estados Unidos da América (EUA), a PCR é responsável por mais de 395 mil casos extra-hospitalares por ano, sendo considerada a terceira causa de morte no país8,9. Ainda, na maioria das comunidades, a realização de RCP antes da chegada do serviço de emergência é considerada baixa, chegando a ser realizada, em média, de 15% a 30% dos casos10,11. Evidências científicas sugerem que, em um contexto de PCR extra-hospitalar, é de suma importância que a RCP seja aplicada por leigos, possibilitando um aumento nas chances de sobrevivência da vítima. Além disso, estudos apontam que as chances de indivíduos leigos realizarem essa manobra frente a uma PCR são maiores quando estes passam por algum treinamento12,13. As diretrizes da American Heart Association (AHA) enfatizam a necessidade do treinamento de SBV para o público geral e a inserção deste como obrigatório no currículo escolar7.
Com base nisso, nota-se que é de extrema importância o ensino da RCP para leigos, em especial, entre os jovens, uma vez que eles atuam de maneira significativa como multiplicadores de informação para a população, além de estarem inseridos em ambiente escolar, cujo local representa um facilitador no processo de aprendizagem4,12,13. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão bibliográfica acerca das metodologias e resultados alcançados em processos de capacitação de alunos do ensino médio (EM) sobre SBV.
MÉTODOS
O estudo trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada na base de dados PubMed. Os descritores usados para a pesquisa foram: "cardiopulmonary resuscitation" OR "resuscitation training" OR "basic life support" AND "teaching" AND "high school". As buscas foram realizadas em janeiro de 2021. Foram incluídos neste estudo: artigos publicados a partir de 2016 em língua inglesa, portuguesa ou espanhola; trabalhos experimentais ou quase-experimentais e artigos que continham no título as palavras ou termos supracitados. Foram excluídos aqueles publicados anteriormente a 2016, artigos de revisão, aqueles que não continham no título as palavras "teaching" ou "training" E "cardiopulmonary resuscitation" ou "resuscitation training" E "high school students" ou "school(s)" e aqueles cujo objetivo principal não se referia a avaliar o treinamento dos estudantes. Ademais, para abranger a literatura existente, foi realizada busca ativa nas referências bibliográficas dos artigos originalmente incluídos.
RESULTADOS
A literatura pesquisada resultou primariamente em 108 estudos, sendo excluídos 64 artigos por serem publicados anteriormente a 2016. A partir da análise do título de 44 artigos, 38 artigos foram excluídos por não conterem no título as palavras "teaching" ou "training" E "cardiopulmonary resuscitation" ou "resuscitation training" E "high school students" ou "school(s)". Após a leitura do resumo dos seis estudos restantes, três foram excluídos, um por ser artigo de revisão, um cujo objetivo era analisar a eficácia do ensino do instrutor e um em que se avaliava as condições da escola para receber o treinamento do SBV. Assim, três artigos foram lidos na íntegra e compuseram este estudo. Através da busca ativa realizada nas referências destes três artigos, foram incluídos 7 estudos, totalizando 10 artigos. A Figura 1 demonstra a estratégia utilizada na seleção dos artigos incluídos na revisão.
Dentre os 10 artigos incluídos nesta revisão, um foi publicado em 2020, um em 2019, dois em 2016, um em 2015, três em 2014, um em 2012 e um em 2008. Os estudos analisados ocorreram na Espanha (n=4), Alemanha (n=1), Brasil (n=1), Coréia do Sul (n=1), Dinamarca (n=1), EUA (n=1) e Japão (n=1). O número total de sujeitos abordados nos estudos variou de 87 a 6.352 participantes. A Tabela 1 resume os principais aspectos de cada estudo incluído nesta revisão.
DISCUSSÃO
Na maioria dos estados americanos, é obrigatória a inclusão do SBV no currículo escolar6. Alguns países europeus corroboram com o mesmo raciocínio, ao implementar, na grade acadêmica dos alunos do EM, o treinamento da RCP e o uso do desfibrilador externo automático (DEA)15,16. Na Europa, o treinamento obrigatório de RCP foi iniciado pela Dinamarca e, atualmente, abrange mais países, como a Espanha e o Reino Unido17. No entanto, as publicações evidenciam uma divergência entre o ensino das manobras neste continente, dado que na Alemanha, 80% da população é treinada em RCP, enquanto, no Reino Unido, esse número representa apenas 5%17. Dessa forma, observa-se que há uma vasta diversidade de treinamentos e seus resultados entre países diferentes e dentro dos seus próprios territórios17.
Diversos estudos elucidaram que o treinamento de RCP empregado nas escolas é econômico e diminui os riscos de manobras realizadas de forma inadequada e do uso incorreto do DEA18-20. O relatório Kids Save Lives relata a obrigatoriedade do treinamento em SBV em idade escolar em cinco países da Europa e a visão de especialistas acerca da criação de uma legislação sobre esse conteúdo ser vital para a sua implementação. Esse trabalho demonstra os benefícios do ensino do SBV tanto para a sociedade, quanto para a formação social, motivacional, inclusiva e emocional dos estudantes13,21.
Acredita-se que estudantes mais velhos estão mais aptos para receber o treinamento e que apresentam melhor desempenho no SBV do que aqueles de idades escolares fundamentais14,22. Em especial, as técnicas de compressão são mais bem executadas pelos adolescentes do EM quando comparadas aos alunos mais novos, uma vez que a profundidade da compressão torácica está relacionada com a idade e o peso do jovem15,22. De acordo com o teste do manequim, o valor de 70% na qualidade da RCP é, geralmente, considerado o ponto de corte para uma pontuação aceitável, sendo que diversos estudos têm julgado que a qualidade em crianças é subótima, ressaltando também a influência da força e das características antropométricas nesses resultados23. Vale destacar que os adolescentes do EM parecem ser capazes de realizar as compressões na mesma eficácia que adultos15,22. Sob essa perspectiva, estes alunos tornam-se um público mais efetivo para o ensino do SBV, visto que os estudos apontam que o conhecimento adquirido nesta faixa etária pode perdurar mesmo após seis meses, além do fato do benefício a longo prazo, por constituírem uma geração de adultos treinados, no futuro16. Da mesma forma, estes estudantes medeiam informações principais para sua rede de familiares e amigos, como a necessidade de se chamar um serviço de urgência14.
Além dos aspectos físicos, os alunos do EM são, também, o melhor público-alvo em idade escolar, do ponto de vista psíquico-emocional. Essa faixa etária apresenta maturidade, intelecto e destreza adequados para desenvolver as habilidades necessárias para o SBV22. Estudos mostram que, após o treinamento, os estudantes sentem-se com maior grau de confiança para lidar com a situação, independentemente da realização da manobra de RCP15. Nessa perspectiva, o treinamento também serve como orientação para os estudantes interpretarem uma situação de emergência e, pelo menos, pedir ajuda especializada em tempo hábil15.
Assim, ao analisar os dados estatísticos e o público que presencia os episódios de PCR, percebe-se a necessidade de ensinar e de capacitar essa população. Em suma, os estudantes do EM perfazem um bom grupo alvo uma vez que: (1) o treinamento destes acabará por levar a toda uma geração de adultos treinados, sendo um benefício a longo prazo16; (2) o conhecimento e as habilidades dos estudantes são bem conservados para que prolongue a duração do ensino16; (3) adultos jovens devem ser capazes de realizar os procedimentos básico até a chegada do socorro especializado, pois a maioria das PCR ocorrem em residências particulares14. Dessa forma, jovens capacitados para agir nessas situações poderão, provavelmente, aumentar as chances de vida e sobrevida da vítima.
Assim, com um treinamento efetivo, os jovens estarão capacitados para realizarem uma RCP, fato evidenciado na Noruega, onde foi realizado um treinamento em escolas selecionadas que resultou em um número de 50.000 jovens entre 16 e 19 anos, culminando com um aumento em 60 a 73% da realização de RCP24. Dessa maneira, com a população treinada, ocorre uma diminuição do tempo para a aplicação do primeiro choque pelo desfibrilador, que somado à realização correta das manobras, pode-se aumentar a sobrevida dos pacientes em PCR3.
Metodologias de ensino do suporte básico de vida em escolas
Existem diversas metodologias de treinamento de SBV para jovens nas escolas, sendo mais frequentes a capacitação tradicional teórico-prático ou apenas teórica, principalmente devido à facilidade de implementação e do uso de poucos recursos12. Diversos estudos demonstraram resultados positivos nesse tipo de treinamento, como em estudos realizados na Espanha, o "Anxos" na Galiza e o "PROCES" na Catalunha25,26. O estudo de Ballesteros et al. (2020)27 comparou a eficácia de treinamento teórico-prático em relação ao treinamento apenas teórico em escolas da Espanha, e demonstrou que, apesar de ambas as metodologias terem aumentado o conhecimento dos alunos sobre RCP, a intervenção teórico-prática conseguiu um aumento maior na pontuação do questionário aplicado para avaliação. Ainda, vale ressaltar que, após dois meses do treinamento, ambos os grupos apresentaram queda equivalente na pontuação dos questionários.
A maioria dos treinamentos abordam as seguintes habilidades: reconhecimento da PCR, buscar por ajuda ou pela emergência local, posicionamento de mãos para massagem cardíaca, colocação do eletrodo do DEA e eficácia das ventilações e compressões21. No estudo de Otero-Agra et al. (2019)28, foram utilizados os manequins Little Ane conectados ao aplicativo para smartphone 'QCPR Instructor App', para verificar a eficácia da manobra de compressão, sendo evidenciados a qualidade da RCP, em porcentagem; o tempo de compressão, em porcentagem; o número total de compressões; a profundidade correta, em porcentagem; a taxa correta, em porcentagem; e a taxa média, em compressões por minuto. Assim, foi considerado como padrão de qualidade para compressões efetivas um valor ≥70% para a variável de qualidade da RCP28.
A duração das metodologias de ensino de RCP varia, sendo mais frequente aquelas intervenções com extensão de 50 minutos a uma hora21,28. Vale ressaltar que aqueles estudos que tiveram metodologia prática-teórica disponibilizaram um tempo maior no treinamento das habilidades práticas em detrimento do conteúdo teórico28.
Vetter et al. (2016)21 comprovaram que os alunos que recebiam o treinamento teórico-prático e depois se expunham a olimpíadas sobre RCP tiveram uma retenção das habilidades psicomotoras necessárias excelentes, quando comparadas com alunos que receberam o mesmo treinamento, mas sem participação nas olimpíadas, cujas habilidades foram consideradas boas21. Acredita-se que jogos competitivos tenham bons resultados na retenção das habilidades psicomotoras, uma vez que os estudantes gostam de métodos alternativos de ensino29.
O estudo randomizado de Otero-Agra et al. (2019)28 comparou quatro métodos de ensino de RCP em escolas: (1) método de gamificação - atividade curricular obrigatória, que pontuava na matéria de educação física, e dispunha de feedback visual e continha olimpíadas em equipe ao final; (2) treinamento com avaliação - atividade curricular obrigatória, que pontuava na matéria de educação física, e dispunha de feedback visual; (3) treinamento complementar com feedback visual - atividade não obrigatória, sem interferência nas matérias escolares e com feedback visual; (4) treinamento tradicional - atividade não obrigatória, sem interferência nas matérias escolares e sem feedback visual. Nesse estudo, as metodologias obrigatórias apresentaram resultados melhores do que aquelas não obrigatórias. Ainda, as três metodologias que utilizaram o feedback visual mostraram resultados melhores, em detrimento da forma tradicional28. A metodologia de gamificação, com olimpíadas ao final, apresentou os melhores resultados, com uma qualidade maior da RCP, devendo ser, portanto, considerada como um método de ensino da RCP para os jovens28.
Estudos indicam resultados de melhor qualidade quando o feedback visual é adicionado ao treinamento, juntamente com as instruções do professor30. Devido a essas evidências, é interessante utilizar dessa estratégia como método complementar no treinamento da RCP sempre que possível12.
Dessa forma, observadas as diferentes metodologias de ensino sobre RCP, deve-se levar em consideração o público alvo e a disponibilidade do espaço das escolas para realizar o treinamento, sendo aplicado, sempre que possível, treinamento prático, podendo ainda utilizar estratégias para retenção do conhecimento, como as olimpíadas e o uso de feedback visual12,13,28.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES
Júlia Coutinho Cordeiro: coleta de dados, elaboração do banco de dados, redação do manuscrito.
Marcela Oliveira de Deus: coleta de dados, elaboração do banco de dados, redação do manuscrito.
Sandy Sousa Pinheiro: coleta de dados, elaboração do banco de dados, redação do manuscrito.
Lidiane Aparecida Pereira de Sousa: orientação, análise de dados, redação e revisão final do manuscrito.
Maria Cecília Souto Lúcio de Oliveira: orientação, análise de dados, redação e revisão final do manuscrito.
COPYRIGHT
Copyright© 2021 Cordeiro et al. Este é um artigo em acesso aberto distribuído nos termos da Licença Creative Commons. Atribuição que permite o uso irrestrito, a distribuição e reprodução em qualquer meio desde que o artigo original seja devidamente citado.
CONCLUSÃO
Diante da presente revisão literária, pode-se inferir que o treinamento de SBV para alunos do EM pode levar a uma melhor realização das manobras de RCP, frente a situações de PCR. Observa-se, ainda, que aulas teórico-práticas e aplicadas em equipe podem ser melhores para o aprendizado e para a retenção de informações acerca da RCP. Entretanto, é importante ressaltar que ainda há poucos estudos que avaliem a retenção de informações em longo prazo, havendo, contudo, indicativos da necessidade de aplicação do treinamento de RCP com mais frequência no decorrer da grade escolar a longo prazo. Tal necessidade justifica-se a fim de melhorar o desempenho dos alunos e proporcionar uma melhor agregação e retenção de conhecimento, além de uma melhor segurança ao se realizar RCP. Acredita-se que, assim, possa haver impactos positivos na taxa de sobrevida para as vítimas em situações críticas, se a população souber realizar os primeiros socorros antes da chegada do serviço especializado. Nota-se, ainda, que a legislação vigente brasileira não assegura o treinamento em escolas, fazendo com que projetos como esses, demonstrados na presente revisão literária, firmam-se como condição sine qua non para a capacitação da nossa população frente à PCR.
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