RMMG - Revista Médica de Minas Gerais

Volume: 33 e-33119 DOI: https://dx.doi.org/10.5935/2238-3182.2022e33119

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Artigo Original

Contribuições de um projeto de prevenção ao tabagismo na formação de estudantes de medicina: estudo qualitativo

Contributions of a smoking prevention project in the education of medical students: qualitative research

Daiana Carolina Godoy1; Gabriela Campbell Rocha1; Breno Bernardes-Souza2; Titus Josef Brinker3; Vitor Luis Tenório Mati1

1. Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Ciências da Saúde, UFLA, Minas Gerais, Brasil
2. David Geffen School of Medicine, University of California (UCLA), Los Angeles, EUA
3. Digital Biomarkers for Oncology Group, German Cancer Research Center (DKFZ), Heidelberg, Germany

Endereço para correspondência

Daiana Carolina Godoy
Departamento de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Minas Gerais, Brasil
E-mail: daiananep@gmail.com

Recebido em: 25 Junho 2022.
Aprovado em: 05 Agosto 2023.
Data de Publicação: 07 Março 2024.

Editor Associado Responsável: Dr. José Maria Peixoto
Faculdade de Medicina da UNIFENAS Belo Horizonte/MG, Brasil.
Conflito de Interesse: Não há.
Comitê de Ética: Número do Parecer - 4.641.403. CAAE: 44037121.0.0000.5148.

Resumo

INTRODUÇÃO: O tabagismo é considerado uma doença pediátrica, tendo em vista que a maioria dos fumantes usou o primeiro cigarro ou se viciou antes dos 18 anos de idade. Por isso, o Education Against Tobacco (EAT), uma rede multinacional de atividade de extensão formada por estudantes de medicina, age no combate do tabagismo entre adolescentes de 12 a 17 anos. A unidade do EAT na Universidade Federal de Lavras (EAT-UFLA), Minas Gerais, Brasil, é uma das mais ativas.
OBJETIVOS: Compreender as experiências vividas pelos extensionistas do EAT-UFLA, ponderando o impacto dessa extensão na formação médica.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo qualitativo exploratório-descritivo, envolvendo acadêmicos de medicina e recém-formados que participaram do EAT-UFLA por, no mínimo, um ano. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e explorados pela análise de conteúdo temática.
RESULTADOS: Os participantes da extensão EAT-UFLA tendem a ter maior preocupação na abordagem ao paciente tabagista; bem como puderam aprender sobre os diferentes instrumentos tabágicos; repararam habilidades comunicacionais e vivenciaram realidades sociais díspares, as quais proporcionaram significativo enriquecimento pessoal.
CONCLUSÃO: A extensão EAT oportunizou vivências positivas na percepção crítica das distintas realidades humanas, assim como permitiu o desenvolvimento de competências diversas em seus extensionistas. Futuros estudos são inescusáveis para a elucidação quantitativa dos efeitos do EAT sob o aprimoramento de habilidades clínicas e comunicacionais em estudantes de medicina.

Palavras-chave: Educação médica; Capacitação profissional; Educação antitabagismo; Relações comunidade-instituição; Saúde do adolescente.

 

INTRODUÇÃO

O tabagismo é considerado uma doença pediátrica, tendo em vista que a maioria dos fumantes usou o primeiro cigarro ou se viciou antes dos 18 anos de idade. No Brasil, 18,4% dos alunos do nono ano do ensino fundamental já experimentaram produtos derivados do tabaco1. O país está ainda entre os dez países com maior população tabagista2.

Nesse contexto, o Education Against Tobacco (EAT), uma rede multinacional de extensão universitária, formada por estudantes de medicina, age combatendo o tabagismo no ambiente escolar entre adolescentes de 12 a 17 anos, faixa etária de maior taxa de experimentação do tabaco3,4.

No Brasil, as ações de extensão do EAT-Brazil ocorrem em mais de 40 escolas médicas, dentre elas, o EAT-UFLA – Universidade Federal de Lavras é um dos mais ativos5,3. De acordo com Lisboa et al. (2019)6, cerca de 667 jovens brasileiros por ano ou pararam de fumar ou não começaram a fumar devido às ações do EAT-Brasil.

Atividades de extensão como essa fomentam a formação profissional voltada à sociedade, sendo um espaço para práticas acadêmicas que interligam a Universidade às suas ações de ensino e de pesquisa com as demandas da população7. As vantagens para os extensionistas podem ser inúmeras, como: conhecimento da realidade comunitária em que a universidade está inserida; prestação de serviços e assistência à sociedade; fornecimento de subsídios para o aprimoramento curricular e criação de novos cursos8.

A relevância de ações de extensão como essa é ilustrada pela determinação do Ministério da Educação (MEC), exposta na Resolução 7/2018, capítulo 1, art. 4º, em que estabelece que atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% do total da carga horária dos cursos de graduação, as quais deverão fazer parte da matriz curricular. Entende-se, com isso, que a extensão proporciona uma simulação do trabalho a ser exercido pelo aluno depois de formado, o que o auxilia na escolha da especialização profissional e o ampara na melhora de habilidades técnicas que só podem ser refinadas na prática9.

Segundo Andrade et al. (2019)10, a extensão universitária infere processos crítico-reflexivos que envolvem a integração dos saberes adquiridos na universidade com as experiências vividas e observadas pelos estudantes. Logo, incentiva tanto o desenvolvimento da consciência de mundo quanto induz um maior engajamento estudantil. Nesse processo, dimensões afetivas, comportamentais e cognitivas são exercidas e configuram um método efetivo de aprendizagem.

Apesar de haver estudos abordando a relevância do Education Against Tobacco no combate ao tabagismo entre adolescentes, a literatura atual é escassa quanto aos benefícios que essas ações trazem para os extensionistas, possivelmente auxiliando-os no enriquecimento profissional. Assim, o presente estudo inova ao olhar para os estudantes de medicina que abarcam o projeto de extensão universitário EAT-Brasil. O objetivo desta pesquisa consiste, portanto, em analisar, qualitativamente, as experiências vividas pelos extensionistas do EAT-UFLA, no intuito de ponderar a aquisição de novos conhecimentos e habilidades pelos acadêmicos de medicina.

 

MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo exploratório-descritiva, em que se objetiva interpretar a experiência humana obtida a partir das vivências de graduandos de medicina e médicos recém-formados participantes do projeto de extensão EAT-UFLA – Universidade Federal de Lavras, desenvolvido na cidade de Lavras – Minas Gerais, Brasil.

Foram critérios de inclusão: alunos de medicina matriculados na UFLA – Universidade Federal de Lavras e ex-estudantes de medicina da UFLA recém-formados; que participam/participaram do EAT-UFLA por, no mínimo, um ano. A pesquisa foi realizada independente do tamanho da amostragem e foi encerrada ocorrendo repetições nas informações coletadas, havendo assim a saturação dos dados11.

Os dados foram coletados em abril de 2021 por meio da técnica de uma entrevista original semiestruturada (como pode-se observar abaixo) e gravados via Programa Zoom, com duração média de 7,7 minutos cada entrevista.

 

ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA:

1) Qual foi seu maior aprendizado com o EAT UFLA?

2) Você acha que o EAT UFLA influenciou de alguma forma em sua capacidade de se comunicar em público? Se sim, como?

3) Você acha que presenciou diferentes realidades durante as intervenções EAT UFLA nas escolas? Se sim, qual sua percepção?

4) Você acha que o EAT UFLA deixou legados para sua formação acadêmica ou para você enquanto ser humano? Se sim, quais seriam esses legados?

5) Você gostaria de acrescentar algo que não perguntamos?

Para seleção da amostra, utilizou-se a estratégia intencional, tendo em vista o número restrito de participantes totais do EAT-UFLA. Após a coleta dos dados, as entrevistas foram transcritas utilizando-se o programa Reshape (versão gratuita). Todos os participantes concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido eletrônico (e-TCLE) enviado via Zoom, antes de iniciar a entrevista, por meio do Google Forms.

A análise de dados foi feita com base na proposta de categorias temáticas, que consiste em ordenação, codificação, classificação e análise final das informações. Difundida por Braun e Clarke (2014)12, a análise temática permite uma visão padronizada dos dados coletados em pesquisas qualitativas. Através da definição de temas que se repetem, é possível estabelecer um método mais preciso para reduzir e analisar estrategicamente dados qualitativos, a fim de traçar os tópicos inerentes ao objetivo da pesquisa e permitir a análise do conteúdo observado12,13.

Para Bardin (2016)14, a análise do conteúdo consiste em um conjunto de instrumentos de cunho metodológico que se aplicam a discursos. Na fase inicial do método, o material deve ser organizado e, então, inicia-se o processo de codificação e categorização, o qual permite o recorte dos dados coletados de acordo com os diferentes tópicos abordados e suas características comuns. Para a análise do discurso em si, o pesquisador deve mergulhar em seu objeto de pesquisa e assumir o modo de sujeito, a fim de reconstruir as ideias obtidas exclusivamente por intermédio da linguagem13.

Após análise temática sistematizada dos conteúdos reunidos nesta pesquisa, identificaram-se quatro categorias temáticas como resultado dos dados coletados. São elas: aprimoramento do conhecimento em tabagismo; desenvolvimento de habilidades comunicacionais; contribuição na formação profissional e pessoal do graduando em medicina; interação e percepção com diferentes realidades.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Lavras (UFLA) (CAAE: 44037121.0.0000.5148), Parecer nº 4.641.403, atendendo à Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, que dispõe sobre diretrizes e normas regulamentares da pesquisa envolvendo seres humanos15.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram entrevistados dez estudantes de medicina e um participante recém-formado, totalizando onze entrevistados, oito do gênero feminino e três do masculino, de 20 a 26 anos, com idade média de 22,9 anos (Tabela 1).

 

 

Aprimoramento do conhecimento em tabagismo

A prevenção do início do tabagismo é essencial para as políticas públicas de controle do tabaco16. Segundo análise do estudo brasileiro ERICA (2016)17,18 publicada em 2016, dentre os 74.589 adolescentes de 12 a 17 anos, 18,5% deles já haviam fumado pelo menos uma vez. Em contraposição, outro estudo desenvolvido com 566 estudantes de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo18 revelou que apenas 37% dos participantes entendiam a importância de materiais educacionais contra o tabagismo. Tendo em vista que o pilar principal do EAT é a promoção de educação em saúde contra o tabagismo em adolescentes, esta pesquisa explora a relevância da filial EAT-UFLA como instrumento de educação médica.

Nesse hiato, sete dos onze entrevistados mencionaram ter obtido novos conhecimentos sobre o tabaco e cinco desses revelaram que o principal aprendizado adquirido com o EAT foi em relação a um melhor entendimento sobre o tabagismo e suas implicações:

"Eu pude conhecer mais sobre o tabagismo e também sobre outras drogas […] foi possível pesquisar mais sobre o assunto e saber melhor sobre os efeitos do tabaco." E.6.2021

Ademais, a maioria dos entrevistados referiu ter aprendido novos conteúdos a respeito dos produtos modernos derivados do tabaco. O progresso técnico-científico permitiu o desenvolvimento de tecnologias na esfera da indústria tabagista, que tendem a ser mais atrativas para o público jovem. O surgimento de produtos eletrônicos, como os e-cigarettes e vapes, bem como o desenvolvimento de cigarros mentolados19 exigem a capacitação dos profissionais de saúde quanto ao entendimento dessas mercadorias e como combater o uso destas mediante a sua disseminação entre os adolescentes.

"Meu maior aprendizado com o EAT foi sobre os malefícios dos diversos tipos de cigarro." E.11.2021

O desenvolvimento cerebral, característico dessa faixa etária, propicia uma maior dependência à substância nicotina, o principal componente do tabaco, de modo que esses jovens tendem a manter o vício tabágico ao longo da vida adulta e possuir mais dificuldade durante o processo de cessação do ato de fumar20. Assim, sugere-se que a extensão EAT-UFLA traz resultados positivos não somente para os acadêmicos de medicina envolvidos, mas também resultados a longo prazo para a comunidade local, cumprindo os principais objetivos de um projeto de extensão. Ressalta-se, a seguir, a fala de um dos entrevistados sobre o assunto:

"O EAT faz esse papel de passar informações pros adolescentes, principalmente influenciando nessa faixa etária que é essencial, é primordial, pra que as pessoas não comecem a fumar. E acho que o EAT ajuda muito e diminui muito os índices de novos fumantes, dentre os adolescentes, por fazer eles pensarem mais nessa questão, conhecerem mais sobre o assunto." E.6.2021

A fala supracitada vai de acordo com os resultados encontrados pela Agency for Healthcare Research and Quality (2020)21, de que mais pesquisas são necessárias para determinar métodos eficazes de prevenção e cessação do tabagismo em adolescentes. O incentivo à abordagem do tabagismo juvenil dentro da esfera acadêmica de futuros médicos é fundamental nesse sentido, sendo as entidades de extensão, a exemplo do EAT-UFLA, ferramentas de educação médica.

Desenvolvimento de habilidades comunicacionais

O aperfeiçoamento de habilidades comunicacionais, na literatura, sugere ser componente intrínseco ao atendimento humanizado, sendo relevante para a obtenção dos resultados esperados em saúde, melhoria da relação médico-paciente e até aumento nas adesões ao tratamento e satisfação do paciente22.

Assim, um dos pontos mais pautados pelos entrevistados foi a perda da timidez ao comunicar-se com o paciente e ao falar em público, como é visto no exemplo abaixo:

"O meu maior aprendizado com o EAT foi poder aprimorar minhas habilidades de comunicação em público, que eu acho que são muito importantes, inclusive na nossa prática profissional futura." E.6.2021

Não se trata apenas de colocar em prática os conhecimentos concebidos nos treinamentos e nas aulas sobre tabagismo, já que nas atividades proporcionadas pelo EAT-Brasil, em geral, o aluno pode extrapolar e desenvolver a criatividade para lidar com as diferenças observadas na prática. O discente de medicina deve desenvolver habilidades para manejar uma circunstância não antes prevista, de acordo com a demanda local, social e cultural que ele atende durante as intervenções de extensão23,24.

"O meu maior aprendizado com o EAT com certeza foi em questão de me posicionar na hora de falar, foi conseguir fazer esse manejo de adequação da linguagem para o adolescente, fazer eles me escutarem. […] Por exemplo, quando a gente tá explicando o que o cigarro pode provocar no corpo e, na medicina principalmente, já vem vários nomes… termos técnicos como vasoconstrição… e aí a gente adequa isso de um jeito que os adolescentes consigam entender e ensinar pra outras pessoas." E.4.2021

"Nas próprias intervenções […] a gente fala que causa vasoconstrição e aí você explica por forma de desenhos. A parte que o tabagismo também afeta as fibras elásticas e aí a gente usa um meio de explicar com aquelas ‘gominhas' de cabelo. Então acho que são formas mais lúdicas de explicar, principalmente pro público adolescente… de uma forma que eles possam entender e absorver a mensagem." E.6.2021

Com isso, estudos sinalizam que a satisfação dos médicos se correlaciona, de maneira direta, com o desenvolvimento de habilidades sociais, como comunicação e empatia. Vale ressaltar que essa satisfação pessoal está atrelada ao sucesso profissional. Logo, se um médico consegue articular-se de maneira satisfatória com o paciente, consequentemente, tende a ter mais êxitos em sua prática clínica, com mais pessoas aderindo ao tratamento proposto por ele e, portanto, tenderá a possuir maior identificação com sua profissão.

Henriques (2016)25 destaca a relevância dos processos de desenvolvimento comunicacional na criação de novos vínculos entre a população e a academia, assim como na geração de laços comunitários. Fatores esses que resultam em um caráter público e mais popular dos projetos de extensão universitária.

Contribuição na formação profissional e pessoal do graduando em medicina

Estudos demonstram que a extensão universitária é entendida como uma práxis acadêmica fundamental para a formação de um profissional cidadão e vem conquistando, cada vez mais, espaço nas faculdades26.

Os entrevistados reiteram que a extensão EAT-UFLA os auxiliou na formação profissional e na prática médica. Acredita-se que as atividades de extensão EAT facilitam o preenchimento de pequenas lacunas deixadas na grade curricular universitária quanto às metodologias de ação antitabagista e em relação ao atendimento de adolescentes27:

"Como nosso atendimento em PSF não atendia tanto esse público [mais jovem], era mais de pessoas mais velhas, então era uma coisa que eu não tinha praticado ainda… foi uma coisa que fez grande diferença pra mim… de saber mesmo abordar o uso das palavras." E.7.2021

"O roteiro [do EAT-UFLA] te ensina muito sobre cigarro, sobre algumas maneiras de incentivar as pessoas a pararem de fumar. Isso é uma coisa que a gente não tem… na faculdade, né? […] Teve tanto o aprendizado de ir nas escolas mesmo, de falar com o público que não é o que a gente tá lidando dentro da faculdade, né? Público de ensino médio e de ensino fundamental." E.10.2021

Portanto, observa-se que a extensão EAT-UFLA gerou novas oportunidades para os acadêmicos lidarem de forma mais frequente com o público adolescente. Afinal, é comum que ao longo da graduação de medicina tenham-se poucos ou raros atendimentos a pacientes nessa faixa etária, em comparação com o atendimento de adultos durante os estágios obrigatórios28. Atender, no que tange à hebiatria, requer habilidades distintas e acuradas para manter o engajamento do jovem no esquema de saúde proposto. Faz-se necessário não somente remanejar os jargões técnicos, mas aproximar-se da linguagem utilizada por esse público de uma forma dinâmica e atrativa. Deve-se estar atento às emoções, gestos, tom de voz e expressão facial do jovem, indo além da terminologia médica e de roteiros rígidos de anamnese28,29.

Tais fatores vão ao encontro das competências preconizadas pela Organização Mundial de Saúde para a saúde do adolescente30. Segundo esse órgão, médicos e outros profissionais devem estabelecer comunicações interpessoais efetivas com esses indivíduos, bem como saber entender sua mentalidade e seus anseios. Sendo essas, portanto, competências valorizadas no intuito de respeitar a autonomia dos adolescentes e, ainda assim, garantir o correto suporte clínico e a implementação de estratégias preventivas em saúde.

"Foi mais um contato com adolescentes e acaba que eu não tenho tanto contato assim, com adolescentes… e perceber a linguagem deles… o que faz prender a atenção deles… percebi que tem que ser coisas dinâmicas." E.1.2021

"A gente aprende que é bem individual, cada adolescente vai agir de uma forma." E.9.2021

As falas supracitadas correspondem com as ideias de Blum e Dick (2013)31. Conforme esses autores, cada adolescente é único e possui suas próprias facetas e carências individuais. Em geral, são seres humanos vulneráveis e que sofrem intensa influência do ambiente no qual estão inseridos. Um mesmo indivíduo pode, ainda, apresentar mudanças psicossociais singulares, não lineares e assincrônicas, no decorrer dessa fase de transição entre a infância e a vida adulta.

Além do tabagismo, outras práticas prejudiciais como o uso de drogas e de álcool devem ser constantemente desencorajadas por profissionais de saúde, uma vez que há correlação com os índices de morbimortalidade global. Entretanto, como reconhece Hauer et al. (2012)32, há uma certa preocupação de que os currículos de graduação não preparem, efetivamente, os profissionais da área quanto à aplicabilidade do aconselhamento comportamental, principalmente tratando-se de adolescentes. No objetivo de compreender a experiência dos extensionistas EAT-UFLA, observou-se que esses desenvolveram uma maior preocupação com o paciente tabagista e em como abordá-lo em relação à necessidade e ao desejo de cessar a adicção.

"Hoje em dia, eu sei abordar melhor um adolescente de 12, 13 anos e levar em consideração que ele pode estar fumando, pode estar utilizando até também drogas mais pesadas e isso me chamou bastante atenção, antes eu consideraria, mas bem menos que eu considero hoje." E.2.2021

"Eu acho que o projeto me ajudou nos atendimentos em si, sabe? Quando eu atendo paciente que é tabagista, eu acho que eu tenho mais facilidade agora de poder explicar pra ele quais são as consequências que o tabaco pode trazer pra essa pessoa e eu acho que eu posso entender melhor eles também, né?" E.3.2021

Enfim, métodos dinâmicos de ensino que envolvem aprimoramentos cognitivos e comportamentais de estudantes de medicina parecem ser estratégias úteis em associação às práticas curriculares tradicionais33. Nesse sentido, as pesquisas voltadas à educação médica são fundamentais, pois podem amparar o desenvolvimento de novas metodologias, tanto de ensino quanto de aprendizado. Assim, percebe-se que a extensão universitária e o EAT-UFLA objetivam estimular a visão de seus participantes em diferentes esferas político-sociais-humanas, dentre aquelas que contribuam para sua formação acadêmica e profissional.

Interação e percepção com diferentes realidades

Na extensão EAT-UFLA, além de defrontar-se com as diferenças, o discente precisa solucionar, de modo proativo, os problemas. Nisso, reside a possibilidade de formar profissionais com ampla visão de mundo e com viés mais crítico25. "Uma riqueza vivencial que estimula o aprendizado dá sentido imediato a reflexões teóricas e à aquisição de técnicas", afirma Henriques (2016, p. 2)25. Assim, os resultados apontam para aquisição de maior sensibilidade às questões sociais encontradas ao longo das intervenções EAT. Ao deparar-se com realidades diversas das do próprio estudante, o extensionista tem a chance de desenvolver maior empatia.

"Eu tenho uma lembrança de um estudante [adolescente] que se interessou muito [pela ação educativa do EAT-UFLA] […] e ele fumava. Ele devia ter uns 13 anos e ele falava que ele fumava, porque sentia menos fome… porque na casa dele não tinha tanta comida etc. E eu acho que isso foi muito marcante, porque é uma realidade muito diferente, né? Isso contribui pra nossa visão mais humanitária e até pra gente ser mais empática com as pessoas." E.5.2021

Isso revela como as ações de extensão EAT podem ser capazes de lapidar a responsabilidade e o compromisso social do participante diante das incertezas e das dificuldades que enfrenta a sociedade24,33,34. Logo, percebe-se que o EAT-UFLA permitiu, aos seus extensionistas, encarar algumas das origens mais profundas dos problemas socioculturais atuais, bem como impulsionou maiores reflexões sobre as desigualdades sociais existentes e as melhorias possíveis através da educação em saúde. Foram, no total, quinze menções a esses aspectos:

"Acho que tem uma diferença enorme de acordo com as classes sociais do público que a gente atendia, né? Com relação ao tipo de informação que eles recebiam, você acaba atendendo adolescentes que têm a mesma idade, mas quando eles têm classes sociais diferentes, a gente vê que eles têm acesso diferente à informação. Então, às vezes, quando a gente ia atender um público que tinha uma classe social mais alta, era perceptível que eles tinham muito mais informação com relação aos assuntos que a gente tava abordando, do que em relação aos outros adolescentes. Eu fiquei impressionada. Uma vez, numa escola particular, a gente tava explicando, né, sobre o funcionamento do pulmão e uma das crianças sabia até mesmo o que era colabamento [alveolar]. Eu fiquei bem chocada com isso, porque eu mesma aprendi isso só lá na faculdade." E.3.2021

"A gente tá dentro de uma universidade, querendo ou não, é um privilégio, e a gente lidava com pessoas que, às vezes, a gente falava com elas de futuro, de carreira e elas não tinham perspectivas assim… Isso mostrava pra mim o quanto realmente é desigual e são realidades opostas, né?" E.10.2021

Essa interação social proveniente das atividades de extensão EAT enseja, não somente um crescimento pessoal, mas também profissional, pois o contato com a comunidade amplia as possibilidades de atuação. Afinal, a prática médica está articulada e contextualizada com as reais demandas da sociedade. Deparar-se com realidades opostas promove a capacidade de formular questões, problemas e teorias, uma vez que atuar diretamente diante das complexidades das comunidades requer tanto compreensão quanto empatia por parte dos extensionistas24.

Outra faceta abordada é quanto à função da extensão EAT na sociedade local. Segundo Santos (2016)24, a extensão permite a democratização do saber acadêmico. Isso é bem retratado nesse projeto de extensão, pois seu papel é o de levar o conhecimento conquistado no ambiente universitário até os adolescentes e pessoas não habituadas com termos técnicos robustos rotineiramente.

"Acredito que o projeto me ajudou muito a ter um contato mais próximo com a comunidade e difundir os conhecimentos que a gente aprende na vida acadêmica pra uma população que, muitas vezes, não teria acesso a esses conhecimentos se não fosse pelas intervenções de projetos de extensão." E.6.2021

Ademais, a democratização referida anteriormente faz-se em via de mão dupla. Com isso, ao mesmo tempo que os extensionistas ensinam, eles também aprendem com a população – é a conhecida troca entre o saber acadêmico e o saber popular. Essa é a verdadeira função de todos os projetos de extensão e projetos populares (ou deveria ser), de forma a entender os anseios e os ensinamentos do público atendido34.

Portanto, percebe-se que as experiências dos extensionistas vão além da visão biomédica, assistencialista e mecanicista da medicina. Essa nova visão, contrária ao modelo flexneriano, caminha como aliada dos sujeitos das classes subalternas e, também, da lógica preconizada pelo curso de medicina da UFLA, o qual é voltado para o modelo biopsicossocial de se fazer medicina35. Assim, a extensão atua como pilar importante na superação de desigualdades sociais26. Ressaltando que "os extensionistas ultrapassam as demandas da formação meramente técnica, em prol de uma formação cidadã e mais humana" (Barbosa et al., 2020, p. 538)26.

Dentre as limitações deste estudo, destacam-se os instrumentos de autorrelato, pois pode estar associado à sobreavaliação das experiências vividas, uma vez que é lançado de modo subjetivo, sujeito à desejabilidade social dos respondentes. O método de seleção intencional dos participantes pode configurar um viés, contudo foram entrevistados todos os participantes do EAT-UFLA que, coincidentemente, foi quando se alcançou a saturação das respostas. No intuito de afastar vieses de confirmação, utilizou-se um roteiro semiestruturado para entrevista, o qual estava aberto para inclusão de ideias, por parte dos entrevistados; ou seja, indo além de um roteiro fixo, objetivou-se uma abertura de diálogo estabelecida pelo entrevistado. Apesar de limitações que impedem a generalização das informações apresentadas e, ainda, de que a amostra tenha sido restrita e qualitativa, reitera-se que essa pesquisa abre perspectivas para estudos futuros que indiquem a possibilidade real de ganho acadêmico para extensionistas do EAT-Brasil.

 

CONCLUSÃO

O presente estudo aponta que as ações desenvolvidas pela extensão EAT-UFLA na cidade de Lavras, Minas Gerais, favoreceram, aos seus participantes, o desenvolvimento de habilidades comunicacionais, como perda de timidez ao lidar com pacientes e ao falar em público; melhora na adequação da linguagem técnica para leigos; aumento na interação com a comunidade – em especial com o público adolescente; o aprimoramento de conhecimentos sobre o tabaco e de seus instrumentos tabágicos, além de predispor a uma maior sensibilidade e percepção crítica quanto às diferenças sociais observadas durante as atividades de extensão.

Autores, como Locke e Hume (2010)36, defenderam a visão empirista da ciência e afirmaram a experiência sensível como fonte de aquisição das ideias humanas. Parte-se, portanto, do pressuposto de que é possível elaborar novas hipóteses a partir da observação e da indução lógica. A indução pauta-se na realidade para sugerir a probabilidade de que determinados eventos singulares possam ser aplicados ao todo. Em suma, ainda que não seja possível a universalização das hipóteses adquiridas, destaca-se que pesquisas baseadas na lógica indutiva, como o atual estudo, também são essenciais ao progresso da ciência, principalmente na inovação de ideias.

Assim, as ações de extensão EAT podem impactar positivamente a formação acadêmica e pessoal de seus extensionistas, considerando as conquistas no campo da comunicação com adolescentes, na percepção de realidades socioeconômicas singulares e no aperfeiçoamento de habilidades com pacientes tabagistas. O EAT-UFLA propõe um caráter socializador da extensão, partindo da elaboração acadêmica até a incorporação e construção emancipatória dos sujeitos envolvidos nas ações de extensão, bem como daqueles atendidos na comunidade.

 

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

As contribuições dos autores estão estruturadas de acordo com a taxonomia (CRediT) descrita abaixo:

Conceptualização, Análise de Dados, Investigação, Metodologia, Administração do Projeto, Visualização & Redação – redação do rascunho original – revisão e edição: Daiana Carolina Godoy. Conceptualização, Análise de Dados, Investigação, Metodologia, Visualização & Redação – redação do rascunho original – revisão e edição: Gabriela Campbell Rocha. Conceptualização, Análise de Dados & Redação – redação do rascunho original - revisão e edição: Breno Bernardes-Souza. Conceptualização, Análise de Dados & Redação – redação do rascunho original – revisão e edição: Titus Josef Brinker. Conceptualização, Metodologia & Redação – redação do rascunho original – revisão e edição: Vitor Luis Tenório Mati.

 

COPYRIGHT

Copyright© 2021 Godoy et al. Este é um artigo em acesso aberto distribuído nos termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Licença Internacional que permite o uso irrestrito, a distribuição e reprodução em qualquer meio desde que o artigo original seja devidamente citado.

 

REFERÊNCIAS

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