ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
Abordagem de acadêmicas de medicina sobre a fertilidade feminina
Approach of medicine academics on female fertility
Bruna Eduarda Ribeiro Ramos; Beatriz Libero Abdalla; Ana Márcia de Miranda Cota
Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Endereço para correspondênciaBruna Eduarda Ribeiro Ramos
E-mail: brunaeduardarr@outlook.com
Recebido em: 26 Julho 2023
Aprovado em: 24 Dezembro 2023
Data de Publicação: 01 Julho 2024
Editor Associado Responsável:
Dr. Henrique Vitor Leite
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte/MG, Brasil.
Fontes apoiadoras:
A pesquisa recebeu apoio da Fundação Educacional Lucas Machado e da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais por meio da concessão de bolsa de iniciação científica do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PROBIC).
Comitê de Ética: Número do Parecer - 5.290.573.
Conflito de Interesse: Não temos conflitos de interesse.
Resumo
INTRODUÇÃO: A maternidade em idade avançada apresentou crescimento significativo no Brasil nas últimas décadas. As transformações socioeconômicas modificaram o papel da mulher, aumentando a sua autonomia em relação ao projeto parental. O adiamento da maternidade pode ser um fenômeno recorrente para futuras médicas, uma vez que a formação em Medicina tem uma longa duração.
OBJETIVO: Avaliar o conhecimento de estudantes de Medicina sobre saúde reprodutiva, através de perguntas sobre senescência reprodutiva, técnicas de preservação da fertilidade e desejos relacionados à maternidade, destacando a importância do tema para um planejamento familiar satisfatório associado à busca pela carreira médica.
MÉTODOS: Estudo descritivo transversal, que analisou o conhecimento de 149 acadêmicos sobre saúde reprodutiva, por meio de um questionário online. Os dados foram analisados no software R versão 4.0.3.
RESULTADOS: Embora o envelhecimento determine o declínio da fertilidade feminina, as tecnologias de reprodução assistida auxiliam aquelas que optam pela maternidade tardia. O tempo de formação foi estimado em 11 anos. A maioria dos estudantes relatou o desejo de ter filhos biológicos e se mostrou favorável à possibilidade de adiar a maternidade por motivos profissionais. A maioria relatou erroneamente que a fecundidade estaria entre 55-85%. 89,9% relataram saber o que é reprodução assistida. A maioria dos estudantes não foi instruída sobre senescência reprodutiva e preservação da fertilidade.
CONCLUSÃO: As estudantes apresentam compreensão limitada sobre saúde reprodutiva, provavelmente pela falta de orientação médica associada a um planejamento familiar insuficiente, que nem sempre considera o fator profissional.
Palavras-chave: Preservação da fertilidade; Técnicas de reprodução assistida; Planejamento familiar; Estudantes de medicina.
INTRODUÇÃO
A possibilidade de escolha pela maternidade, bem como da quantidade de filhos e do momento de tê-los, é uma realidade que acompanha transformações socioeconômicas e culturais1. As conquistas de direitos sociais e a maior participação de mulheres em espaços acadêmicos e no mercado de trabalho modificaram a concepção histórica da figura feminina predestinada à maternidade1-4.
A disseminação dos métodos contraceptivos e o advento das técnicas de reprodução assistida garantiram maior autonomia às mulheres diante do projeto parental e relacionam-se à crescente tendência de adiamento da maternidade5,6. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de nascidos vivos por mães com idade entre 35-59 anos aumentou 65,6% entre 1995 e 2020 no Brasil7.
A definição de idade materna avançada na literatura varia. Historicamente, a idade materna avançada foi definida pela primeira vez em 1958 pelo Conselho da Federação Internacional de Obstetrícia como 35 anos ou mais8. Alguns autores têm demonstrado que esse limite está relacionado ao declínio da fertilidade e ao aumento progressivo do risco de anomalias genéticas em crianças nascidas de mulheres com 35 anos ou mais9,10. O avanço da idade determina progressivamente o declínio da fertilidade feminina, uma vez que existe uma relação inversa entre o envelhecimento e o número de ovócitos: ao nascer, a mulher apresenta cerca de 1 a 2 milhões de ovócitos e, devido à atresia folicular, esse número tende a diminuir ao longo da vida, deixando cerca de 1.000 ovócitos durante a menopausa (em média aos 51 anos)11,12. Além disso, a qualidade oocitária é prejudicada ao longo do tempo, com prevalência de ovócitos aneuploides, o que diminui a probabilidade de fertilização e aumenta as chances de anomalias cromossômicas, aborto espontâneo e complicações na gravidez11,12.
Embora as chances de uma mulher engravidar em um ciclo menstrual - taxa de fecundidade - diminuam com o avanço da idade, o adiamento da maternidade parece ser uma opção para quem deseja desassociar o início da carreira profissional da maternidade2-4,13. Apesar dessa realidade, muitas mulheres desconhecem o verdadeiro impacto do envelhecimento sobre a sua saúde reprodutiva e as opções disponíveis para preservação da fertilidade14,15.
O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento de estudantes do sexo feminino do curso de Medicina de uma faculdade privada de Belo Horizonte - Minas Gerais, Brasil - sobre saúde reprodutiva, através de perguntas sobre senescência reprodutiva, técnicas de preservação da fertilidade e desejos relacionados à maternidade, evidenciando a importância do assunto para um planejamento familiar satisfatório associado ao seguimento da carreira médica.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal descritivo, conduzido com a participação de acadêmicas do curso de Medicina de uma faculdade privada de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG) (CAAE: 56352221.9.0000.5134; número do Parecer de aprovação: 5.290.573) e realizado com o consentimento das participantes por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Realizou-se o cálculo amostral considerando 5% de significância, 8% de erro e uma abordagem conservadora para (que a considera como 50%). Selecionaram-se 151 estudantes de Medicina, utilizando os seguintes critérios de inclusão: pertencer ao sexo feminino, ter idade maior ou igual a 18 anos e cursar Medicina na faculdade em questão. Após a seleção, excluíram-se estudantes de outras faculdades.
As participantes que aceitaram participar da pesquisa responderam a um questionário contendo perguntas objetivas sobre saúde reprodutiva. Aplicou-se o questionário virtualmente através da plataforma Google Forms. As respostas que apresentaram incongruências não foram consideradas para a análise dos resultados.
As variáveis categóricas foram apresentadas como frequências absolutas e relativas e as variáveis numéricas como média ±, desvio-padrão e mediana (1º quartil - 3º quartil). As análises foram realizadas no software R versão 4.0.3.
RESULTADOS
Avaliaram-se 149 acadêmicas com idade média de 21,4 ± 2,4 anos. Foram obtidas respostas de acadêmicas do 1º ao 11º período do curso de Medicina, sendo que a maior parcela (31,1%) estava cursando o 7º período no momento da coleta de dados (Tabela 1).
A idade média de ingresso na faculdade foi de 19,3 ± 2,2 anos e todas as acadêmicas relataram possuir planos para realização de Residência Médica após o curso, sendo que as especializações de maior interesse foram Ginecologia e Obstetrícia (33,6%), Clínica Médica (30,2%) e Pediatria (26,2%) (Tabela 1).
60,4% das acadêmicas relataram pretensão de realizar mestrado, doutorado e/ou pós-doutorado após a graduação. As estudantes avaliaram o tempo de formação, incluindo graduação e pós-graduação, em aproximadamente 10,4 ± 1,1 anos, de modo que a idade média estimada após o término da pós-graduação seria 29,6 ± 2,3 anos (Tabela 1).
Segundo os dados coletados, nenhuma das estudantes possuía filhos biológicos, sendo que 87,3% informaram o desejo - a maioria (63,7%) - de ter 2 filhos. 65,3% das acadêmicas gostariam de ter o primeiro filho entre 31 e 35 anos de idade (Tabela 2).
Sobre o adiamento da maternidade por motivos acadêmicos e/ou profissionais, 81,2% das estudantes mostraram-se adeptas a essa possibilidade (Tabela 2).
Para avaliar o conhecimento das acadêmicas sobre a fertilidade feminina, avaliaram-se noções sobre senescência reprodutiva, fecundidade e preservação da fertilidade (Tabela 3).
Todas as estudantes acreditavam que o envelhecimento prejudica a fertilidade feminina. 73,2% das acadêmicas que não sabiam qual era a probabilidade de engravidar em um ciclo menstrual até os 35 anos, sendo que a maioria (71,9%) relatou que essa taxa estaria entre 55 e 85%. Já após os 40 anos, 41,6% responderam que a probabilidade de engravidar estaria entre 20 e 30%, 34,2% igual ou menor a 5% e 20,1% entre 40-50% (Tabela 3).
Apesar de 89,9% saberem o que é reprodução assistida, a maioria das acadêmicas (58,4%) não sabiam o custo desse procedimento (Tabela 3). 97,3% consideraram que o preço pode ser uma barreira para a adesão. 21,5% das participantes não se submeteriam a procedimentos de reprodução assistida (Tabela 3).
81,9% das acadêmicas não foram orientadas sobre o impacto da idade sobre a fertilidade e 79,9% não foram instruídas sobre os métodos de preservação da fertilidade pelo seu ginecologista (Tabela 4). Apesar disso, a maioria das participantes (81,2%) gostaria que o ginecologista discutisse opções de preservação da fertilidade (Tabela 4).
DISCUSSÃO
As escolhas associadas à maternidade estão intrinsicamente relacionadas à participação das mulheres no mercado de trabalho1. A relação carreira-maternidade pode ser afetada de acordo com o planejamento ocupacional individual, considerando as possíveis incongruências entre as exigências profissionais de disponibilidade e flexibilidade e as demandas parentais1.
No presente estudo, as estudantes de Medicina estimaram o tempo de formação, incluindo graduação e pós-graduação, em aproximadamente onze anos, de modo que a idade média estimada após o término da pós-graduação seria de 30 anos. A longa duração da formação acarreta impactos pessoais para futuras médicas e, atualmente, relaciona-se à crescente tendência de adiamento da maternidade.
A maternidade no início da carreira profissional pode resultar em menores retornos financeiros e maiores dificuldades de ascensão no mercado de trabalho2-4. Uma pesquisa norte-americana demonstrou que o adiamento da maternidade pode ser benéfico, principalmente para os recém-formados, na medida em que cada ano adiado após a entrada no mercado de trabalho resulta em um aumento de 2,9% no salário, após um período de 20 anos16. 81,2% das estudantes deste estudo mostraram-se adeptas à possibilidade de adiar a maternidade por motivos acadêmicos ou profissionais.
Se por um lado o adiamento da maternidade pode contribuir para um maior sucesso profissional, por outro, pode gerar efeitos negativos para a saúde da mãe e do filho. A idade materna avançada, acima de 35 anos, está relacionada com o aumento de complicações perinatais - como restrição de crescimento intrauterino, pré-eclâmpsia, ruptura prematura de placenta, parto pré-termo e natimortos17.
As chances de uma mulher engravidar e ter um recém-nascido saudável dependem, entre outros fatores, da fertilidade e do risco de aborto espontâneo, de anomalias cromossômicas e de complicações obstétricas11,12. Todos esses elementos estão intimamente relacionados com a idade da mulher - o impacto da idade na fertilidade parece ser maior nas mulheres com 30 anos ou mais, mas principalmente após os 35 anos11,12. Alguns estudos destacaram o efeito adverso do envelhecimento na fertilidade através de várias pesquisas sobre taxas cumulativas de concepção entre mulheres que tentam engravidar através de inseminação artificial com esperma de um doador. No geral, as taxas de concepção foram consideravelmente mais baixas em mulheres com idade superior a 30 anos18-21. No nosso estudo, descobrimos que 65,3% dos estudantes gostariam de ter o primeiro filho entre os 31 e os 35 anos - idade em que as taxas de fecundidade já estão em declínio.
A senescência reprodutiva feminina se deve fundamentalmente à diminuição progressiva e inevitável da população de folículos ovarianos, que se inicia na vida fetal e perdura até a menopausa11,12. Paralelamente à redução do número de ovócitos, ocorre declínio na sua qualidade8. O avanço da idade acarreta aumento na prevalência de ovócitos aneuploides, devido a disfunções na meiose, resultando em menor probabilidade de fertilização, maiores taxas de embriões cromossomicamente anormais, maiores taxas de aborto espontâneo e mais complicações na gravidez11,12.
Embora a fertilidade diminua com a idade, os avanços na medicina permitiram gravidezes seguras em idades mais avançadas, através da preservação da fertilidade e de técnicas de reprodução assistida.
Todas as participantes desta pesquisa acreditavam que o envelhecimento prejudica a fertilidade feminina, mas a maioria desconhecia a fecundabilidade até os 35 anos. Concordando com a literatura, mais de 70% das estudantes superestimaram a probabilidade de a mulher engravidar até os 35 anos, respondendo que essa taxa estaria entre 44-85%, quando, na verdade, é de aproximadamente 20-30% em casais sem alterações da fertilidade13.
Embora a fecundabilidade diminua com a progressão da idade, avanços na medicina tem viabilizado gestações seguras em idades tardias, através de técnicas de preservação da fertilidade - criopreservação de oócitos, de embrião e de tecido ovariano - e de reprodução assistida14. Identificamos que apesar de quase 90% das estudantes saberem o que é reprodução assistida, a maioria desconhecia as opções de preservação da fertilidade. Além disso, embora exista um desconhecimento sobre os custos dos tratamentos, quase 100% consideravam que o preço pode ser uma barreira para a adesão.
Estudos demonstraram que as mulheres preferem obter informações sobre saúde reprodutiva de seus prestadores de cuidados de saúde, mas muitos profissionais não se sentem preparados para isso14,22. Um estudo recente de residentes de Ginecologia e Obstetrícia determinou que uma minoria de profissionais acreditava que a discussão sobre a criopreservação eletiva de oócitos deveria ser iniciada com as pacientes14,22.
Evidenciamos que cerca de 80% das participantes não foram orientadas pelo seu ginecologista sobre o impacto da idade sobre a fertilidade feminina e sobre métodos de preservação da fertilidade - corroborando o déficit na abordagem dos profissionais de saúde. Apesar disso, a maioria gostaria de receber essas informações por esse especialista.
CONCLUSÃO
Embora a maioria das alunas tenha conhecimento prévio sobre embriologia e fisiologia feminina, este estudo mostrou uma compreensão limitada sobre saúde reprodutiva, provavelmente devido à falta de orientação médica somada a um planejamento familiar insuficiente, que nem sempre considera o fator profissional.
A pesquisa evidenciou que a maior parte das alunas se mostraram adeptas ao adiamento da maternidade por motivos acadêmico-profissionais e relataram o desejo de ter o primeiro filho entre os 31 e os 35 anos de idade - período em que já teriam avançado em sua formação médica, mas no qual já existe um impacto significativo sobre a fertilidade. Ressalta-se, ainda, que a maioria superestima a probabilidade de engravidar nessa faixa etária.
Por fim, o adiamento da maternidade é um fenômeno ascendente que deve ser tratado como uma demanda de saúde pública importante. Através da criação de espaços de discussões e orientações médicas adequadas sobre saúde reprodutiva, será possível um planejamento familiar eficiente, considerando os desejos de maternidade e o contexto profissional individual. Os desejos parentais e ocupacionais não precisam ser excludentes e o acesso à informação é essencial para que mulheres jovens construam seu futuro.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES
As contribuições dos autores estão estruturadas de acordo com a taxonomia (CRediT) descrita abaixo:
Conceptualização, Investigação, Metodologia, Visualização & Escrita - análise e edição: Bruna Eduarda Ribeiro Ramos, Beatriz Libero Abdalla, Ana Márcia de Miranda Cota. Administração do Projeto, Supervisão & Escrita - rascunho original: Bruna Eduarda Ribeiro Ramos, Beatriz Libero Abdalla, Ana Márcia de Miranda Cota. Validação, Software: Bruna Eduarda Ribeiro Ramos, Beatriz Libero Abdalla. Recursos & Aquisição de Financiamento: Bruna Eduarda Ribeiro Ramos. Curadoria de Dados & Análise Formal: Bruna Eduarda Ribeiro Ramos, Beatriz Libero Abdalla, Ana Márcia de Miranda Cota.
COPYRIGHT
Copyright© 2021 Ramos et al. Este é um artigo em acesso aberto distribuído nos termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Licença Internacional que permite o uso irrestrito, a distribuição e reprodução em qualquer meio desde que o artigo original seja devidamente citado.
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