ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
Resultados perinatais de gestantes com gravidez na adolescente e gravidez tardia em Montes Claros
Perinatal outcomes of pregnant women with teenage pregnancy and late pregnancy in Montes Claros
Maria do Carmo Tolentino Figueiredo Guimarães Santos1; Francis Balduino Guimarães Santos2; Felipe Tolentino3; Tulio Jose de Oliveira4; Luis Felipe Marinho Costa4; Marina Luiza Resende Abritta4
1. Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil
2. Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, São Paulo, Brasil
3. Complexo Hospitalar do Juquery em Franco da Rocha, São Paulo, Brasil
4. Universidade Estadual de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil
Recebido em: 05 Janeiro 2024.
Aprovado em: 28 Abril 2024.
Data de Publicação: 19 Novembro 2024.
Editor Associado Responsável:
Dr. Henrique Vitor Leite
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte/MG, Brasil.
Conflito de Interesse: Os autores declaram não ter conflitos de interesse.
Fontes apoiadoras: Não há.
Resumo
INTRODUÇÃO: Tem sido observado aumento do número de gestações de alto risco. Muitos dos fatores relacionados a esse fenômeno podem estar ligados a gestações em adolescentes e à maternidade tardia.
OBJETIVO: Dimensionar a ocorrência de partos em extremos de idade e os seus desfechos desfavoráveis.
Métodos: Estudo de caráter descritivo que utiliza uma abordagem qualitativa partindo das Declarações de Nascidos Vivos durante a década de 2007 a 2017.
RESULTADOS: Os dados analisados apontaram diferenças entre os grupos mostrando no grupo de adolescentes maior frequência de ser solteira, ter baixa frequência ao pré-natal e baixa escolaridade. Entre as parturientes com maternidade tardia foi mais frequente a gemelaridade e o parto cesariana quando comparadas ao primeiro grupo. Os fatores relacionados à ocorrência de parto cirúrgico foram idade ≥35 anos, ser casada, melhor escolaridade, ter pré-natal adequado e baixo peso do recém-nascido.
CONCLUSÃO: Foi confirmada a hipótese da presença de risco gestacional entre parturientes em idades extremas. Quanto à ocorrência de prematuridade, baixo peso ao nascer e índice APGAR abaixo de 7, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos estudados.
Palavras-chave: Gravidez na adolescência; Gravidez; Gestantes; Assistência perinatal; Enfermagem neonatal.
INTRODUÇÃO
Ao longo das últimas décadas, tem sido observado um aumento do número de gestações de alto risco, constituindo um sério problema de saúde pública. Ocorrem em torno de 10% dos casos e são responsáveis por elevadas taxas de morbidade e mortalidade materna e neonatal1,2.
Estão relacionados à gestação de alto risco vários fatores e, entre muitos, a idade da gestante vem sendo apontada como importante marcador para o bom andamento da gravidez. A gestação em extremos de idade, na adolescência (≤19 anos) e nas mulheres com maternidade tardia (≥35 anos), é apontada como fator de risco para inúmeras intercorrências gestacionais como: pré-eclâmpsia, trabalho de parto prematuro, rotura prematura de membranas amnióticas, baixo peso do recémnascido, anemia, crescimento intrauterino restrito, morte fetal e neonatal, maiores taxas de cesariana, além de maior risco de recém-nascidos com síndromes genéticas3-15.
Tem sido observado um aumento na frequência de gestação entre as mulheres com maternidade tardia. Ao lado do adiamento da primeira gravidez em função do aprimoramento estudantil e/ou profissional, a melhoria da assistência tem permitido a gravidez mais tardia, mesmo na presença de doenças crônicas; por outro lado, a proporção de gestação na adolescência tem diminuído comparando-se os censos demográficos de 2000 e 2010. Todavia, ainda se comparando esses dados, houve um aumento do número de gestações em adolescentes entre 10 e 14 anos12,16-21.
Sem desconsiderar que a gravidez na adolescência possa estar relacionada a uma opção devido a limitadas perspectivas, é considerável a existência de implicações negativas. Ao lado das maiores taxas de mortalidade infantil, a gestação na adolescência, relaciona-se, também, com a evasão escolar, maior predisposição para doenças sexualmente transmissíveis, uso de drogas, assim como a repetição da gravidez ainda nessa faixa etária, associada às limitadas oportunidades de trabalho13-15,22-25.
Sem diminuir a relevância das complicações associadas ao desfecho de uma gravidez em idades precoces, a maioria dos autores concorda que esses resultados podem ser minimizados diante de condições sociais favoráveis, relacionadas com o nível de escolaridade, estado civil, apoio familiar e, particularmente, diante de um eficiente pré-natal26-29.
Segundo dados brasileiros mais recentes disponibilizados pelo DATASUS30 e que englobam parte do período contemplado no presente estudo, entre os anos de 1994 e 2000 ocorreram aumentos nas taxas de partos na adolescência, sendo que a partir deste ano esses valores sofrem uma tendência à estabilização ou até mesmo a declínio em 2015. No ano de 1994, a taxa de partos entre mulheres com 10 a 19 anos era de 19,76%, em 2000 passou a ser de 23,40% e em 2015 foi de 18,14% de todos os partos.
Por outro lado, chama a atenção o aumento de gravidez entre mulheres com idade acima de 35 anos. Ainda no Brasil30, nos anos de 1994, 2000 e 2015, as taxas de partos em mulheres com idade acima de 35 anos, nesse período, foram de 7,6%, 8,58% e de 12,86% respectivamente.
Relaciona-se ao evento a melhoria das condições de saúde com controle de doenças crônicas, técnicas de reprodução assistida e numerosas decisões relativas à vida e à carreira. Além disso, o aumento da expectativa de vida da mulher, o conhecimento acerca do envelhecimento, dos alimentos, suas funções nas células e das práticas que melhoram a qualidade de vida, é conferido à mulher com idade acima de 35 anos pleno vigor físico, mental e profissional para ser mãe nessa faixa etária, mesmo levando em conta a queda da fertilidade que ocorre naturalmente nessa época.
O aumento do risco gestacional em mulheres com idade acima de 35 anos pode envolver fatores clínicos, biológicos e sociais. Suspeita-se que mulheres com idade avançada teriam envelhecimento placentário precoce, pior qualidade genética de embriões, anormalidades na estrutura da placenta, o que colabora para uma série de enfermidades perigestacionais16,17,31,32. Além disso, a maior frequência de partos cirúrgicos nessa faixa etária se daria devido a possíveis anormalidades no trabalho de parto.
Se os riscos de desfechos perinatais desfavoráveis como prematuridade e baixo peso do recém-nascido, entre adolescentes e mulheres com maternidade tardia, se assemelham em magnitude, não se pode deixar de apontar diferenças. Na adolescência pesa a baixa frequência ao prénatal, que poderia elevar o risco gestacional, assim como o aumento da frequência de gemelaridade, cesariana e a concomitância de doenças crônicas; na maternidade tardia, se associa a aumento da morbidade materna e perinatal3, 4,7,12,18,31.
O objetivo do presente estudo é identificar as características maternas, materno-fetais e dos recémnascidos de parturientes adolescentes e mulheres com idade maior ou igual a 35 anos, durante o período de 2007 a 2017 em Montes Claros, determinar a frequência de partos de adolescentes e mulheres acima de 34 anos, ao longo dos anos de 2007 a 2017, comparar as características maternas, materno-fetais e do recém-nascido entre as parturientes nos extremos de idade, no período, e determinar os fatores envolvidos à ocorrência de prematuridade, baixo peso do recém-nascido e cesariana, de acordo com o grupo etário materno.
MÉTODOS
O presente artigo utilizou dados obtidos de uma população de partos ocorridos, entre os anos de 2007 e 2017, através das declarações de nascidos vivos da Secretaria Municipal de Saúde, sendo assim não foi preciso aprovação em Comitê de Ética e Pesquisa.
Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, descritivo e correlacional com dados secundários e norteado pela ferramenta STROBE.
A pesquisa foi realizada no município de Montes Claros/ MG, cidade polo do norte do Estado e com uma população estimada para 2016 em 398.288 habitantes. É a 6ª maior cidade em população do Estado de Minas Gerais, apresenta Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,770 e ocupa a 7ª posição em relação ao PIB estadual.
Foram utilizados dados coletados do banco de dados da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros.
Os dados provenientes das declarações de nascidos vivos foram solicitados por meio de ofícios entregues à Secretaria Municipal de Saúde. A partir da análise dos documentos, as parturientes foram caracterizadas de acordo com a idade e assim consideradas: G1- adolescência (10 a 19 anos) e G2- maternidade tardia (maior ou igual a 35 anos), o estado civil será classificado: 1) solteira (solteira, viúva e separada) e 2) casada (casada e união consensual). Com relação à escolaridade serão classificadas: 1) analfabeta ou ensino básico-fundamental e 2) ensino médio ou ensino superior.
Foi considerado ainda, no presente estudo, o pré-natal 1) Adequado e 2) Inadequado, sendo considerado adequado aqueles com pelo menos 6 consultas e inadequados aqueles com menos de 6 consultas de pré-natal. A via de parto será classificada como: 1) vaginal e 2) cesáreo e o tipo de gravidez será considerado: 1) gestação única e 2) gestação gemelar.
Os recém-nascidos foram classificados de acordo com a idade gestacional como: 1) prematuro, com idade gestacional inferior a 37 semanas e 2) a termo, aquele com 37 a 41 semanas completas. Foram considerados recém-nascidos: 1) Baixo Peso, os nascituros até 2499 gramas, e 2) Peso Normal com peso maior ou igual a 2500 a 3749 gramas. O índice de Apgar de 5º minuto, 1) satisfatório, valores a partir de 7 e 2) insatisfatório, abaixo deste valor.
Além disso, foram consideradas variáveis desfecho o tipo de parto, a idade gestacional e o peso dos recém-nascidos. A faixa etária da mãe foi considerada variável exposição e as demais variáveis foram consideradas variáveis de controle.
Foram somadas as informações dos grupos etários, a título da comparação pretendida para compor o conjunto da década. Foram calculadas as proporções, frequências absolutas (n) e relativas (%) de partos na adolescência, na idade adulta e em mães com gestação tardia, ao longo de todo o período.
Na análise descritiva, foram calculadas a frequências e o X2, com o respectivo p valor, para avaliar a magnitude das associações, entre os grupos e as características maternas, materno-fetais e fetais.
Foram conduzidas análises bivariadas e análise multivariada através de regressão logística binária. A magnitude das associações entre as variáveis desfecho e variáveis independentes será avaliada através das odds ratio (OR) com seus respectivos intervalos de confiança de 95%.
Todas as análises serão efetuadas com o software PASW Statistic; SPSS®, V.20.
RESULTADOS
De acordo com a Tabela 1, a frequência de partos em adolescentes apresenta diminuição das taxas ao longo do período, de 18,5% em 2007 a 11,9% em 2017; ocorrendo o inverso nas parturientes com maternidade tardia, em 2007 era de 9,9% e em 2017 chega a 16,9%.
De acordo com a Tabela 2, a proporção de mães adolescentes solteiras foi de 75,7%, ocorrendo o inverso entre mães com idade maior ou igual a 35 anos, em que a maioria era casada (71,7%). A diferença entre os grupos se mostrou significante, com (p<0,000).
Em relação à escolaridade final, como era de se esperar, as taxas acima do nível médio foram superiores no grupo das parturientes mais velhas, com valores de 78,6%, sendo de 70,5% no grupo das adolescentes. A menor escolaridade foi mais frequente no grupo das mães adolescentes, sendo de 29,2% e de 21,2% no outro grupo, diferenças estatisticamente significantes.
No caso da assistência ao pré-natal, fundamental na avaliação dos desfechos da gravidez, os dados revelaram que na adolescência a frequência de inadequação do pré-natal foi mais frequente, sendo que na população estudada as taxas de adequação foram superiores às de inadequação. A frequência de parto vaginal no grupo de adolescentes foi de 74,1%, enquanto no das acima de 35 anos foi de 40,9%.
Quanto ao tipo de gravidez, nota-se que a gestação gemelar é mais frequente no grupo das pacientes acima de 35 anos.
Conforme anunciado anteriormente, os dados relacionados com os RNs evidenciaram valores de baixo peso, prematuridade e baixo Apgar no 5º minuto, ainda que em proporções pequenas, foram sem significado estatístico entre os grupos, o que reforça a semelhança e o risco gestacional nesses grupos.
Das variáveis consideradas como desfecho o peso do recém-nascido, a idade gestacional e o tipo de parto foram selecionados para o modelo múltiplo, embora somente essa última foi estatisticamente diferente entre os grupos.
Os resultados da análise multivariada (Tabela 3) indicaram que a ocorrência de prematuridade entre as parturientes foi 1,5 vezes mais frequente, na ocorrência quando o pré-natal era inadequado; já quanto à variável "baixo peso" era de se esperar essa concomitância tendo em vista a prematuridade.
Entraram no modelo inicial as variáveis: idade materna, estado civil, escolaridade e tipo de parto. Essas variáveis foram retiradas por apresentarem p-valor maior que 0,05, ficando no modelo final apenas as descritas acima.
Em relação à Tabela 4, chama a atenção o aumento em 40% das vezes as chances de um recém-nascido ter baixo peso, quando a mãe teve um pré-natal inadequado, em 36% quando o parto era cesáreo e em 71% das vezes associou-se com baixo Apgar no 5'.
Em relação à Tabela 5, esses resultados indicam que a chance de cesárea entre as mulheres mais velhas é 1,99 vezes que a observada entre a mulheres com idade mais jovem, mantendo constante as demais variáveis do modelo. Verificou-se que o peso do recém-nascido (OR=1,23 vezes, p<0,000) apresentou associação estatisticamente significante com a prevalência de cesárea.
Muito interessante de observar que, quando a assistência pré-natal era adequada, assim como a escolaridade e o fato de ter um companheiro, aumentou a chance de realizar uma cesárea.
DISCUSSÃO
A gestação nos extremos de idade é cercada de recomendações ou até proscrições, devido aos potenciais riscos gestacionais. A mortalidade materna, que é considerada como o pior desfecho obstétrico, é duas vezes mais frequente após os 35 anos e cinco vezes após os 40 anos. Entre as adolescentes de 10 a 16 anos, o risco de morte é de quatro vezes mais quando comparadas com as parturientes com idade entre 20 a 34 anos33.
As situações desfavoráveis associadas à gravidez na adolescência chamam a atenção pela complexidade e gravidade: a iniciação sexual precoce, maior predisposição a doenças sexualmente transmissíveis, curto tempo de amamentação, maiores taxas de mortalidade infantil, baixa escolaridade com consequente pior qualificação profissional e multiparidade, o que pode complicar ainda mais o futuro dessa mulher.
Por outro lado, a maternidade tardia comporta duas situações diferentes: as nulíparas, muitas vezes sadias, que adiaram a gestação em função de outros planos, e as multíparas, que iniciaram a vida reprodutiva mais cedo, podendo coabitar patologias como diabetes mellitus, hipertensão arterial crônica, cardiopatia, dentre outros, contribuindo para potencializar o risco já inerente à própria idade. São mais frequentes a insuficiência placentária, prematuridade, a gemelaridade, morte fetal e o significativo aumento das taxas de cesariana.
Como foi demonstrado no presente estudo, existem diversas semelhanças, porém importantes diferenças entre as parturientes em extremos de idade, considerando as adolescentes e as mulheres com maternidade tardia2.
Ao longo da década analisada, verificou-se redução das taxas de parturientes adolescentes e aumento das parturientes com mais de 35 anos. Esses resultados apontam para eventos distintos: maior acesso a serviços de saúde, a informações relacionadas à gravidez e aos métodos de contracepção e maior frequência de adiamento da gestação em função do aprimoramento profissional, além do controle mais eficaz de doenças crônicas e melhoria das técnicas de reprodução assistida.
Em nosso estudo, a taxa de parto nas adolescentes foi de 14,6% e nas mães com gestação tardia foi de 12,9% do total de partos ocorridos na década. Nas adolescentes, essas taxas mostraram declínio; em 2013 era de 14,6% e em 2017 passou a 11,9%; já na maternidade tardia, visualizou-se um aumento: em 2013 era de 13,1% e em 2017 foi para 16,9%, confirmando nossa hipótese inicial.
Comparando com os dados estaduais, em 2007 as taxas de partos em adolescentes mineiras foram de 18,7%, chegando a 14,6% em 2016; já na maternidade tardia observou-se um aumento, em 2006 era de 11%, chegando a 15,3% em 2016. O mesmo movimento foi observado no Brasil, nos anos de 2006 e 2016 as taxas de partos na maternidade tardia foram de 9,5% e de 13,5%, já na adolescência foram de 21,4% e de 17,5% de todos os partos30.
Com relação ao estado civil, foi revelado que a maioria das adolescentes era solteira, o oposto do que foi observado nas gestantes com mais de 35 anos, com a maioria casada. Esse evento sugere o melhor planejamento da gravidez e adiamento da gestação entre as gestantes com mais de 35 anos7,9,10.
O apoio familiar e a presença de melhor escolaridade final são fatores protetores de relevância em qualquer idade materna, podendo abreviar uma série de intempéries durante a prenhez, uma vez que tem relação com a maior frequência ao pré-natal e a melhor compreensão e seguimento das orientações médicas.
Foi demonstrado que as parturientes adolescentes possuem menor escolaridade do que as parturientes com maternidade tardia. Esses dados sugerem maior associação entre evasão escolar com a gestação na adolescência e do adiamento da gravidez, possivelmente em função de aprimoramento acadêmico, com aquelas com idade maior que 35 anos 5-7,16,17,19,21,22
.
Considerando a assistência ao pré-natal, as taxas de inadequação foram maiores nas parturientes adolescentes que nas maiores de 35 anos, o que sugere que o menor acesso aos serviços de saúde, além de condições socioeconômicas menos favoráveis e a maior exposição a riscos sociais são fatores que podem estar relacionados com esse achado23-25.
Se por um lado a baixa frequência ao pré-natal, a baixa escolaridade e a falta de apoio familiar (estado civil) são mais frequentes nas adolescentes, a frequência de gemelaridade é maior nas mães com maternidade tardia, o que pode fazer com que esses resultados perinatais sejam equivalentes. As gestações gemelares são consideradas de alto risco, uma vez que têm maior relação com partos prematuros, síndromes hipertensivas e malformações.
A verificação de maior frequência de gemelaridade em gestantes com mais de 35 anos aponta também para o aprimoramento das técnicas de fertilização in vitro e reprodução assistida, concordando com dados previamente levantados 16,17,31,32.
Os resultados perinatais adversos como prematuridade, baixo peso ao nascer e baixo Apgar no 5º minuto tendem a ser semelhantes nos extremos de idade materna como mostrou nosso estudo. Tais dados reforçam que a idade da gestante é um fator importante na determinação de risco gestacional, além da maior presença de complicações gestacionais em ambos os grupos 3-10,12-15,31,32,34.
Estudo realizado em Liverpool34 mostrou que a prevalência de parto prematuro e de baixo peso apresentou uma curva em U, considerando a idade materna, com valores mínimos na idade adulta e elevados nos dois extremos de idade.
O baixo peso ao nascer, importante marcador de morbimortalidade perinatal, em nosso estudo também mostrou resultados semelhantes nos extremos de idade. Dentre os fatores de risco para o baixo peso ao nascer, as vasculopatias têm estreita relação com o crescimento intrauterino restrito, e nos extremos de idade as causas são diferentes: nas mais jovens predomina a pré-eclâmpsia, e nas mulheres de idade avançada, a hipertensão preexistente e colagenoses35.
A verificação da relação entre prematuridade, baixo peso ao nascer e parto cesáreo com o pré-natal inadequado reforça dados encontrados na literatura que ressaltam a importância do pré-natal adequado como o principal fator protetor para as complicações relacionadas às gestações em extremos de idade 3,13,26,27,29.
Em nosso estudo, a chance de baixo peso ao nascer foi de 40%, e do RN ser prematuro, de 50%, quando ocorreu a inadequação na assistência pré-natal.
Em relação à via de parto, verificou-se que a mais frequente nas gestantes em idades precoces foi a vaginal; em contrapartida, a via cesárea foi a mais comum entre as mulheres com mais de 35 anos. Em nosso estudo, acompanhando estudos nacionais, as taxas de cesariana foram estatisticamente muito diferentes entre as faixas etárias; nas adolescentes foram de 25,9%, e na maternidade tardia, de 59,1%.
Dados do DATASUS apontam que em 2016 o Brasil registrou mais cesarianas do que partos normais. Foram 55,4% de partos cesáreos e 44,6% de partos vaginais, o que tem colocado o Brasil na posição de campeão ou vicecampeão mundial de cirurgias cesarianas no mundo36.
Essa ocorrência tem explicação de várias ordens: como domínio das técnicas operatórias, aumento das gestações de alto risco, deficiente treinamento dos obstetras para realização de manobras durante o parto, falta de informação, medo de processos médicos, preferência pela cesariana por parte das mulheres brasileiras, além de aspectos culturais envolvidos11,36.
Os motivos para indicação de cesariana nas jovens passam pelas síndromes hipertensivas agudas, rotura de membranas associada a infecções e prematuridade extrema37,38. Nas parturientes mais velhas, os motivos para a maior indicação de cesariana não são totalmente claros: as distocias ocorrem mais frequentemente, além da maior frequência de miomatose, o que pode comprometer a tão necessária contratilidade durante o trabalho de parto.
Também devemos lembrar que, além da maior coabitação com doenças crônicas, nas mulheres com maternidade tardia existe um grupo de nulíparas sadias, em que muitas vezes a gestação é fruto de um doloroso processo de fecundação in vitro e pode levar o obstetra a realizar cesárea por medo ou receio de complicação, a fim de valorizar a tão sonhada gestação39.
Além disso, as parturientes mais velhas, por possuírem maior nível socioeconômico, suporte social e familiar, escolaridade, acesso à informação e adequação do pré-natal, são mais favorecidas com relação às mais novas no que diz respeito à escolha da via de parto, o que pode sugerir, sim, alguma pressão social ou uma nítida intenção de "assegurar prognóstico adequado" à gestante com mais idade e seu recém-nascido.
Na população estudada, não é possível o estudo por classe social, o que, se possível, poderia sugerir um caráter de indicação que esse tipo de parto tem adquirido ao longo dos anos no Brasil - como bem de consumo, que pode ser usado por quem tem recursos para custeá-lo40.
Um grande desafio na assistência ao parto no Brasil é o enfrentamento do significativo número de cesáreas realizadas sem indicação obstétrica. Toda e qualquer cirurgia apresenta riscos de morte materna por hemorragia, infecção ou complicação anestésica. Além disso, a cicatriz uterina é fator de risco para acretismo placentário e risco de hemorragias11.
CONCLUSÃO
Este estudo reconhece limitações inerentes ao seu método, uma vez que sua análise é fundamentada em informações retiradas de uma base de dados, o que pode implicar desafios no estabelecimento de relações causais diretas. Contudo, em virtude da significativa robustez estatística dos dados examinados, é possível extrair algumas conclusões relevantes.
As adolescentes apresentaram taxas decrescentes de partos ao longo da década, em contraposição com as crescentes taxas nas mulheres maiores de 35 anos. Esse grupo de gestantes com idade mais avançada também exibiu taxas elevadas de partos cesáreos e gemelaridade em comparação com as mais jovens. Embora seja possível que melhorias nos serviços de saúde tenham contribuído para a redução dos partos em adolescentes, a atenção à saúde para parturientes em extremos de idade continua a ser um desafio, dada a crescente proporção de parturientes com idade acima de 35 anos e o aumento do risco de complicações associadas.
Além disso, apesar de taxas similares de baixo peso ao nascer, de prematuridade e de baixo Apgar no 5º minuto relativas aos RNs das gestantes de ambos os grupos em extremos de idade, as parturientes com menos de 20 anos apresentaram menores taxas de união estável, escolaridade e adequação ao pré-natal. Esses achados indicam que, apesar de possíveis avanços, a assistência pré-natal para adolescentes ainda pode ser aprimorada.
Com relação à cesariana, de acordo com a OMS, que recomenda taxa de 15% de cesariana como ideal, as taxas encontradas neste estudo acima de 50% são consideradas muito altas, mesmo considerando ser em hospitais de alto risco, o que sinalizam para a necessidade de intervenção principalmente a nível primário de atenção à saúde em nossa cidade.
CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES
Propuseram o tema desenvolvido, realizaram o levantamento bibliográfico e análise de dados: Maria do Carmo Tolentino Figueiredo Guimarães Santos e Francis Balduino Guimaraes Santos. Participou da discussão teórica, redação do capítulo e elaboração da versão final do capítulo: Felipe Tolentino Figueiredo Guimaraes Santos. Participou da discussão teórica, redação do capítulo e elaboração da versão final do capítulo: Tulio Jose de Oliveira. Participaram da revisão do texto e da elaboração da versão final: Luís Felipe Marinho e Marina Luiza Resende Abritta. Todos os autores discutiram, leram e aprovaram a versão final do capítulo.
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