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CAPES/Qualis: B2
Derressuscitação: revisão integrativa sobre estratégias utilizadas e desfechos clínicos nos pacientes criticamente enfermos com sobrecarga hídrica
Romina Aparecida dos Santos Gomes1,2; Adriana Teixeira Rodrigues1; Maria do Carmo Barros de Melo1; Lorena Ferreira Azevedo2; Nathalia Mayumi Shimoda1; Gabriel Carlos Santos Dutra1; Jaisson Gustavo da Fonseca2; Alexandre Rodrigues Ferreira1
1. Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais - Brasil
2. Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais - Brasil
Romina Aparecida dos Santos Gomes - rominapediatra@gmail.com
Resumo
INTRODUÇÃO: A derressuscitação é definida como a remoção ativa de fluidos através do uso de medicamentos e/ou ultrafiltração, permitindo um equilíbrio hídrico e melhores desfechos clínicos.
OBJETIVO: Realizar revisão integrativa sobre o uso da derressuscitação nos pacientes criticamente enfermos com sobrecarga hídrica.
METODOLOGIA: Foram seguidas as etapas da revisão integrativa, utilizando como perguntas norteadoras: "Quais os métodos utilizados para a derressuscitação dos pacientes com sobrecarga hídrica?" "Quais desfechos clínicos da derressuscitação nos pacientes com sobrecarga hídrica?" Foram selecionados artigos publicados de 2014 a 2023, que abordassem a derressuscitação em crianças, adolescentes e adultos. A busca ocorreu nos portais PubMed e BVS. O nível de significância foi obtido de acordo com o preconizado pelo Instituto Joanna Briggs.
RESULTADOS: Inicialmente foram selecionados 51 artigos e após leitura do título, resumo e artigo na íntegra, foram incluídos 8 artigos para o estudo. Foram encontrados apenas 2 estudos na faixa etária pediátrica. A síntese das publicações foi realizada e a seguir analisada, com registros sobre as estratégias de derressuscitação e os desfechos clínicos dos pacientes com sobrecarga hídrica. Os estudos sugerem a remoção ativa de fluidos através do uso de drogas e/ou ultrafiltração e que a estratégia de manejo conservador de fluido é superior a derressuscitação. Os principais desfechos observados com a derressuscitação foram menor tempo de ventilação mecânica, menor tempo de internação na UTI e menor mortalidade.
CONCLUSÕES: Mais estudos são necessários para a elaboração de protocolos de manejo conservador de fluidos e da utilização da derressuscitação para controle da sobrecarga hídrica, principalmente na faixa etária pediátrica.
Palavras-chave: Balanço Hidrológico. Cuidados Críticos. Líquidos Corporais. Estado de Hidratação do Organismo.
INTRODUÇÃO
Embora a administração de fluidos seja uma das intervenções terapêuticas mais comuns em cuidados intensivos, ela apresenta um alto potencial de danos,1 uma vez que a reanimação excessiva de fluidos pode levar à sobrecarga hídrica (SH), definida como o acúmulo de fluidos acima de 10% do peso corporal (dividindo o balanço hídrico acumulado em ml pelo peso do paciente em mg multiplicando por 100).2,3 Os fluidos devem ser considerados medicamentos com indicações, contraindicações e potenciais efeitos adversos.4
O conceito atual de "administração de fluidos" nos pacientes criticamente enfermos, análogo à administração de antibióticos, concentra-se nos 4 D's (drug, duration, dosing and de-escalation), nas quatro questões (quando iniciar e quando interromper a fluidoterapia, quando iniciar e quando interromper a remoção de fluido), nas quatro indicações (reanimação, manutenção, reposição e nutrição) e nas quatro fases da fluidoterapia (resuscitação, otimização, estabilização and eliminação)4 que incluem três etapas (escalonamento, descalonamento e derressuscitação).5 Veja figura 1.

O termo derressuscitação (DR) foi instituído em 20142 e é definido como remoção ativa de fluidos em pacientes com SH, devendo ser considerada quando a SH impacta negativamente na função do órgão. As estratégias para a DR podem ser farmacológicas e não farmacológicos (ultrafiltração líquida), combinadas com a restrição de fluidos. A DR deve ser interrompida através de critérios clínicos e laboratoriais e quando o equilíbrio hídrico for alcançado.5
Na literatura existem vários trabalhos que descrevem a fase de ressuscitação nos pacientes criticamente enfermos, mas há escassos dados na literatura sobre a DR no contexto de SH.6,7 O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão integrativa (RI) sobre o uso da DR nos pacientes com SH, avaliando as estratégias utilizadas e os desfechos clínicos observados.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de RI desenvolvido conforme proposto por Soares et al.8 Foram incluídos artigos científicos publicados no período de 2014 a 2023, em português, inglês e espanhol que abordassem: as estratégias de DR em crianças, adolescentes e adultos com SH e os seus desfechos clínicos. Foram excluídos os artigos de revisão narrativa sobre o tema e os estudos que não preencheram os critérios de inclusão citados anteriormente.
Para a estratégia de busca foram utilizados os portais PubMed e BVS. Dentro dessas plataformas foi utilizada a expressão de busca: deresuscitation OR "de-resuscitation". A busca foi realizada entre agosto a dezembro de 2023, com o objetivo de consolidar conhecimentos sobre a utilização da DR em crianças, adolescentes ou adultos com SH. Os estudos identificados foram inicialmente avaliados a partir da análise dos títulos e posteriormente dos resumos. Por fim, dois investigadores, de forma independente, realizaram a leitura da íntegra das publicações, permitindo a seleção dos estudos que respondiam as perguntas norteadoras desta RI: "Quais os métodos utilizados para a DR dos pacientes com SH?" e "Quais desfechos clínicos da DR nos pacientes com SH?"
Foi elaborada uma matriz de síntese, com a finalidade de extrair e analisar os dados dos estudos incluídos, composta dos seguintes itens: (1) Identificação do estudo, (2) Instituição sede, (3) Tipo de publicação, (4) Características metodológicas, (5) Avaliação do rigor metodológico e (6) Nível de evidência. A identificação conteve itens como nome do artigo, autores e ano de publicação. No item 2 e 3, foram extraídos o local do estudo, se multicêntrico ou não e o tipo de publicação. O item 4 conteve dados sobre população estudada, intervenção, comparativo e desfechos. Item 5 conteve a clareza da metodologia, a identificação de limitações e os pontos fortes. Em nível de significância, no item 5, classificamos os artigos de acordo com o Instituto Joanna Briggs,9 cuja metodologia busca determinar a autenticidade e credibilidade de fontes de evidências textuais. O Instituto é uma organização internacional de pesquisa que desenvolve e fornece informações baseadas em evidências, software, educação e treinamento projetados para melhorar a prática de assistência médica e os resultados de saúde.
Por fim, utilizamos roteiros padronizados para avaliar a qualidade metodológica dos estudos incluídos. Para os ensaios clínicos randomizados, utilizamos o Consort10 e para os estudos observacionais utilizamos o Strobe.11
RESULTADOS
Foram identificadas 51 referências e após análise final, foram incluídas oito referências nessa RI. A figura 1, feita com base na estratégia prisma,12 ilustra cada etapa da busca dentre as referências encontradas nas bases de dados.

Os dados sintetizados dos oito artigos selecionados, sobre a identificação do estudo, a instituição sede, o tipo de publicação, as características metodológicas (população, intervenção, comparação e desfecho), a avaliação do rigor metodológico, o nível de evidência e o número de itens de acordo com o Strobe10 ou Consort11 são mostrados na tabela 1.
As respostas às perguntas norteadoras "Quais os métodos utilizados para a DR dos pacientes com SH?" e "Quais desfechos clínicos da DR nos pacientes com SH?" são apresentadas nas tabelas 2 e 3.
DISCUSSÃO
O presente estudo apresenta uma RI sobre DR, tendo como resultado da busca o encontro de oito publicações, o que permitiu analisar sobre as estratégias utilizadas para a DR e os desfechos clínicos nos pacientes com SH.
Os pacientes elegíveis para os estudos foram pacientes criticamente enfermos, a maioria adultos. Somente dois estudos utilizaram também a população pediátrica.2,3 A grande maioria da população estudada apresentou contexto clínico de sepse ou choque séptico3,15,17,18 e estava em ventilação mecânica (VM).3,14,15,17,18 Os estudos de Malbrain et al4 e Jiang et al15 avaliaram pacientes com hipertensão intra abdominal (HIA) e Silversides et al3 avaliaram pacientes com Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA).
Os métodos utilizados para a DR foram principalmente diuréticos de alça, com ou sem associações de outros diuréticos e a UF. O equilíbrio hídrico foi atingido mais rapidamente com as medidas de DR nos diferentes estudos. Os desfechos clínicos mais estudados foram: tempo de VM, evolução para terapia de substituição renal (TSR), tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e mortalidade. O tempo de VM foi menor nos pacientes que receberam estratégias de DR em comparação com o grupo controle na maioria dos estudos.3,15,17 Em Messmer et al,18 apenas um ensaio randomizado revelou redução na duração da VM no grupo que recebeu DR. Em todos os estudos que avaliaram o tempo de internação hospitalar, este foi menor nos pacientes que receberam estratégias de DR em comparação com o grupo controle.3,13-15 A mortalidade foi avaliada na maioria dos estudos e foi significativamente menor nos grupos que receberam estratégias DR em comparação ao grupo controle,2,13-15 embora nos estudos de Silversides et al3 e Jones et al17, a mortalidade hospitalar foi semelhante entre os grupos. No estudo de Malbrain et al4, a incidência de HIA foi menor no grupo que recebeu DR em comparação com o grupo controle, em contrapartida, no estudo de Jiang et al15, o grupo que recebeu DR não diferiu do grupo conservador em relação ao abdomen aberto, HIA ou síndrome compartimental. Em Jiang et al15, a estratégia DR foi associada a uma prevalência menor de lesão renal aguda (LRA) e a uma diminuição na duração da terapia de substituição renal (TSR). Em Messmer et al18, apenas um ensaio não randomizado revelou impacto na função renal e necessidade de TSR. Os efeitos colaterais da DR tais como alcalose metabólica, hipernatremia e hipocalemia também foram avaliados em alguns estudos.14,16
O número de artigos encontrados nesta RI foi consideravelmente pequeno, provavelmente devido ao fato do termo DR ter sido estabelecido somente em 2014,2 podendo haver artigos anteriores a esta data com a utilização de outro termo para descrever o mesmo fenômeno. Apenas três estudos na literatura descrevem a DR em crianças e adolescentes, sendo dois estudos desta RI2,3 e uma revisão narrativa, onde Loi et al19 discutem a fluidoterapia em crianças com dengue grave, com atenção à necessidade de DR de fluidos.
Alguns estudos desta RI compararam as estratégias de DR com o tratamento padrão da instituição,2,14,16,18 mas estes estudos não descreveram como foram realizados estes tratamentos. Nos estudos de Silversides et al3 e Jiang et al15 o grupo que recebeu DR foi comparado com grupo que recebeu estratégias conservadoras de fluidos, mas estes estudos também não descrevem como foram realizadas as estratégias conservadoras de fluidos. Vários estudos na literatura utilizam a porcentagem da SHA como ferramenta para estimar a quantidade de líquido retido em relação ao peso corporal e verificar sua associação com desfechos desfavoráveis.20-22 Na maioria dos estudos desta RI, a porcentagem da SHA foi calculada por meio da fórmula, introduzida por Goldstein et al23 (fluidos administrados menos os fluidos eliminados em ml dividido pelo peso em gramas x 100). Dois estudos recentes realizados no Brasil, uma revisão narrativa em pacientes em VM24 e um estudo retrospectivo em pacientes em VM e uso de aminas,25 também utilizaram a fórmula de Goldstein et al23 para avalia a SHA nestes pacientes. Neste estudo retrospectivo,25 os desfechos clínicos estudados também foram os mesmos avaliados nesta RI: tempo de VM, evolução para TSR, alta da UTI e óbito.
Recentemente, métodos para avaliação da SHA e DR mostraram-se promissores na literatura, tais como a ultrassonografia pulmonar26 e de veia cava inferior27 e a bioimpedanciometria28,29 contribuindo para desfechos clínicos favoráveis de pacientes criticamente enfermos. A literatura atual também mostra que a DR deve ser individualizada, como descrito em um estudo de Ma et al30 que avaliaram a ressuscitação e a DR em pacientes com choque séptico classificados em cinco grupos, que podem ser facilmente identificados com variáveis ??clínicas de rotina.
A revisão aqui apresentada contribui com a literatura pela necessidade de um maior conhecimento sobre as implicações da administração de fluidos no organismo de pacientes gravemente enfermos, inclusive para avaliar a melhor forma de abordagem terapêutica e as repercussões no prognóstico. O rigor metodológico da RI garante resultados que possam representar efetivas contribuições para a prática do cuidado baseado em evidências e para a construção e a consolidação de teoria. Como fator limitante do presente estudo é importante citar a escassez de publicações na literatura diante da dificuldade de levantamento de dados para análise e estudo com relevância científica.
CONCLUSÃO
Os estudos sugerem a remoção ativa de fluidos de pacientes criticamente enfermos através do uso de drogas e/ou UF e que a estratégia de manejo conservador de fluido é superior a DR. Os principais desfechos observados com a DR foram menor tempo de VM, menor tempo de internação na UTI e menor mortalidade. Mais estudos são necessários para a elaboração de protocolos de manejo conservador de fluidos e da utilização da DR para controle da SH, em especial na faixa etária pediátrica. Importante refletir sobre o cuidado no manejo dos pacientes graves, o qual deve iniciar desde a admissão no pronto atendimento, seguindo premissas e protocolos assistenciais validados.
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