ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
80 Anos do Hospital das Clínicas da UFMG: Desafios e Oportunidades
Tânia Mara Assis Lima; Antonio Luiz Pinho Ribeiro
Este fascículo da Revista Médica de Minas Gerais comemora os 80 anos do Hospital das Clínicas da UFMG (HC/UFMG), uma das mais importantes instituições de saúde do estado de Minas Gerais. Criado em agosto de 1928 como hospital de ensino para atender às demandas da Faculdade de Medicina, o HC vem se destacando pela excelência na assistência e pelo papel estratégico na formação de profissionais de saúde e na pesquisa científica. Se completar 80 anos é mostra da força e da perenidade do hospital, é certamente mais relevante saber como a instituição atinge seus 80 anos e com quais perspectivas.
Hoje, o HC/UFMG é referência de saúde no município e no estado, participando de maneira estratégica da assistência ambulatorial e hospitalar de média e alta complexidade, plenamente integrado ao Sistema Único de Saúde. Estendeu seu campo de estágio para alunos de graduação e pós-graduação da Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicologia, Nutrição e Fonoaudiologia, além de oferecer residências médicas em 38 especialidades e uma residência de Odontologia, abrigando atualmente 345 docentes, mais de 300 residentes, 160 estagiários e 2500 alunos de graduação. É também campo de atuação das pós-graduações da área de saúde, em especial da Medicina e Enfermagem, participando ativamente da produção do conhecimento científico.
Não são poucos os desafios que o hospital enfrenta para cumprir a tripla missão de assistência, ensino e pesquisa. A dimensão da tarefa não pode ser menosprezada: apenas pelas portarias dos prédios do complexo HC/UFMG passam, a cada dia, mais que 30 mil pessoas. São cerca de 3000 funcionários e médicos contratados que, juntamente com residentes, docentes e alunos, são responsáveis, a cada mês, por 40 mil consultas ambulatoriais, 3500 atendimentos de urgência, 2 mil cirurgias e 290 partos, além de mais que 130 mil exames laboratoriais e de imagem. Suas despesas são pagas quase integralmente pela produção de serviços, incluindo a contratação de mão de obra complementar, com um orçamento anual de cerca de 90 milhões de reais. Alçado em 2004 à categoria de Unidade Especial da UFMG, com Conselho Diretor próprio e assento no Conselho Universitário, o HC/UFMG tem estrutura administrativa própria e modelo de gestão baseado em unidades funcionais, conforme é discutido no texto de Costa, Mota e Figueiredo, publicado nesta edição da RMMG. Os autores escrevem com particular autoridade e conhecimento da questão, já que foram administradores do hospital na última década e, em nossa opinião, responsáveis diretos, com a colaboração de muitos outros, pelo soerguimento e pela dinamização do hospital, observado na última década.
No seu octagésimo aniversário, o hospital se encontra em plena renovação e expansão física. Na última década, investimentos superiores a 20 milhões levaram a restauração completa do Ambulatório Borges da Costa, a construção do Instituto Alfa de Gastroenterologia, da unidade de hospital-dia, do Centro Pesquisa Clínica e a reforma e ampliação do Ambulatório de Pediatria São Vicente de Paulo, além da ampliação e reforma da imaginologia e da portaria do hospital. Recursos da mesma monta estão sendo investidos na construção do Centro de Atenção a Saúde do Idoso e Mulher, na reforma e ampliação do Pronto Atendimento, na construção da Unidade Cardiovascular Intensiva, na reforma da Obstetrícia, Ginecologia, Neonatologia e Reprodução Humana, na criação de unidade de Oncologia e Hematologia Pediátrica e na reconstrução do Hospital São Geraldo. Em pouco mais que 10 anos, todo o HC/UFMG terá sido reconstruído ou reformado, aparelhado com novos equipamentos que incluem ressonância magnética, medicina nuclear, hemodinâmica (segundo aparelho) e material de centro cirúrgico e atendimento de urgência.
Mais do que esses recursos materiais, o HC depende do trabalho e da dedicação das pessoas que nele trabalham, ou que por algum motivo foram beneficiados pelos seus serviços. Não é difícil se apaixonar por uma instituição como esta com enorme capacidade de fazer bem feito aquilo a que se propõe . Dividimos, com os leitores da Revista Médica de Minas Gerais, a satisfação e o orgulho de participar desta história.
Tânia Mara Assis Lima e Antonio Luiz Pinho Ribeiro
Diretora e Vice-Diretor Geral do HCUFMG
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