ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
O Jornal D.D.T. e a franqueza dita, "doa 'a' quem doer": O pasquim dos alunos do curso médico da primeira metade dos anos de 1950
DDT Newspaper and the proper openness, "no matter 'who' it hurts": the lampoon of students from a medical course in the first half of the 1950s
Ethel Mizrahy Cuperschmid
Historiadora. Centro de Memória da Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Belo Horizonte, MG - Brasil
Endereço para correspondênciaEthel Mizrahy Cuperschmid
Av. Alfredo Balena, nº 190, sala 027 Bairro: Santa Efigênia
CEP: 30130 -100 Belo Horizonte, MG - Brasil
E-mail: ethelmizrahy@yahoo.com.br
Recebido em: 15/04/2011
Aprovado em: 06/06/2012
Instituiçao: Centro de Memória da Faculdade de Medicina da UFMG Belo Horizonte, MG - Brasil
Resumo
O presente artigo examina jornal estudantil da primeira metade dos anos de 1950 e analisa as principais demandas, sonhos, embates e combates dos alunos do curso da Faculdade de Medicina da entao UMG (Universidade de Minas Gerais).
Palavras-chave: Jornais; Estudantes de Medicina; Escolas Médicas/histótia; Educação Médica; História da Medicina.
INTRODUÇÃO
Texto inicial sobre o D.D.T.:
"este número não é jornal... é inseticida".
Assim como a narrativa bíblica da Torre de Babel pode ser apreendida como um mito da incompletude da vida dos seres humanos, a História também pode ser entendida como um discurso incompleto sobre o passado, mas que é capaz de encarar presente e futuro a partir de indagações infinitas que podem ou não encontrar respostas satisfatórias. O fulgurar do passado revela diversas possibilidades e mapeia o universo possível de escolhas pelas quais a humanidade constrói seu "aqui e agora" e esboça seu porvir.
A ausência da documentação e de testemunhos torna os acontecimentos do passado obscuros, embora consigamos vislumbrar resultados dessa teia de possibilidades, escolhas, omissões e também silêncios. O Centro de Memória da Medicina da Faculdade de Medicina da UFMG possui vasta documentação institucional sobre departamentos, disciplinas, turmas, hospitais e também acervo de professores e ex-alunos. Mas assim como a Torre de Babel, também o Centro de Memória prima por sua incompletude. Nem tudo está documentado, nem tudo foi registrado. A construção do discurso do historiador depara-se, portanto, com grandes lacunas. E mesmo elas podem dizer muito de si: descaso, desleixo, ocultação, deterioração...
Ter a oportunidade de ler todos os números do jornal DDT e conversar com um de seus articulistas mais ativos abriu novo horizonte no passado do movimento estudantil da Faculdade de Medicina da UFMG.
O JORNAL
D.D.T. ou Dicloro-Difenil-Tricloroetano, considerado inseticida eficiente no combate aos vetores causadores da malária e do tifo. Substância amplamente empregada pelos Aliados após a Segunda Guerra Mundial, o D.D.T. foi considerado o primeiro pesticida moderno. Por sua ação de combate a artrópodes, observadas pelo químico suíço Paul Hermann Mûller, o D.D.T. rendeu ao mesmo o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 1948.
Foi com esse título que um grupo de alunos do curso de Medicina elaborou o pasquim mimeografado que em poucos números tornou-se meio de comunicação importante e de leitura disputada entre os estudantes, já que brotou de um contexto de transformação e contestação. E foi sempre com o espírito de promover mudanças, estimular o humor, o amor, a amizade e a ética que o D.D.T. brindou a comunidade com artigos e levantou questoes que continuam ainda hoje atuais. Seu mote era "A verdade dita, doa a (sic) quem doer", mas tratava-se de um exercício de franqueza, daí a linguagem informal e repleta de gírias de época e também estudantis. Exemplo de vocabulário da época é o termo "benta", que só teve o seu significado revelado pelo contexto, pois não é uma palavra que se encontra nos dicionários, mesmo os daquele período. Pelo que se pode apreender do significado do termo, trata-se de notas de aula que os alunos registravam e que decoravam para a ocasiao das provas, tal qual o professor proferia e/ou ditava de suas próprias anotações de aula, já sacralizadas pelo tempo e, portanto, muitíssimo desatualizadas.
Em seu primeiro número, datado de abril de 1953, o jornal se apresenta com a finalidade de fazer valer a verdade, "doa 'a' quem doer", fazer "uma crítica honesta para consertar ou pelo menos melhorar a vida escolar em nossa Faculdade". Vale salientar que em todos os números do D.D.T. houve a publicação da seguinte frase grafada em caixa alta: "É NECESSARIO QUE OS ALUNOS TENHAM UM REPRESETNANTE NA CONGREGAÇÃO"1.
Em alguns números aparece também a frase: "OS ALUNOS PRECISAM DE MATERIAL NAS AULAS PRATICAS!!!". Outras frases também foram destacadas: "OS ALUNOS PRECISAM DE MATERIAL HUMANO E APARELHAMENTOS NAS AULAS PRATICAS!!!!!!!".
Diante da leitura do D.D.T., percebe-se que ele dialoga com outros jornais de estudantes de Medicina, como "O termômetro", produzido pelos alunos da Faculdade de Ciências Médicas e "PH7" dos alunos da Faculdade de Medicina.
Já em seu primeiro número psiciona-se na busca da honestidade e pretende ganhar a confiança dos demais alunos.
O corpus documental do D.D.T. é composto de 11 números que saíram "mimeografados" de de abril de 1953 a abril de 1955. O cenário é dos primórdios da Guerra Fria, período em que a guerra era improvável, mas a paz era impossível. Em termos culturais, o período foi marcado pela oposição entre dois ideais de felicidade: o comunismo e o capitalismo. Embora os assuntos do jornal não versassem sobre essas questoes políticas, sua "linha editorial" estava preocupada em melhorar as condições do curso de Medicina: aulas práticas e laboratórios equipados. Nesse mesmo sentido a liberdade de expressão é condição sine qua non para informar a comunidade de alunos, professões e funcionários e também reivindicar essas melhorias às instâncias competentes.
Entre seus diretores podem-se citar: Edilson José Antunes (formado em 1958), Luiz Felipe, Márcio de Vasconcelos Pinheiro (formado em 1957) e Ely Bonini Garcia (formado em 1956). Márcio Vasconcelos Pinheiro tem seu nome estampado como diretor nos quatro primeiros números.
A tônica do D.D.T. é basicamente focada en críticas aos professores, à falta de material didático, à falta de professores, à didática adotata e à não participação dos alunos nas reunioes da Congregação da Faculdade. O sistema de cátedras foi bastante criticado nos textos:
O artigo "De como se tornar catedrático"2 leem-se as seguintes afirmações:
1) Faça um curso médico normal e pense numa cátedra!!!Sonhe com 8.400 cruzeiros...
2) Faça amizade na panela. Espere uma vaga.
3) Estude e faça tese pra assistente; não precisa e você lucra 5.000 cruzeiros. Ganhando o "BICO" é que vem o importante:
4) Lembre-se, o lugar é vitalício... não precisa se preocupar nem se esforçar. A Lei está com você...
5) Não dê aulas. Você se cansará à toa... Os estudantes não merecem o seu esforço...???2
Alguns artigos são assinados pelos alunos e em outros textos são empregados nomes fictícios - Kachaça, Bisbilhoteiro, Estudante, Mata Sete, Desconhecido, Marapi, Esculápio -, mas são textos repletos de indícios. Chama sempre por artigos para serem publicados.
Colegas são "aqueles que se batem por um mesmo ideal", "são companheiros de luta".
Críticas aos professores preenchem grande número de artigos: "o curso de Fisiologia por ele ministrado (Dr. Otávio de Magalhaes) é, como sabemos, nulo, completamente nulo. Apenas usufruímos desse curso as piadas e os ditos chistosos produzidos pela leitura da "Las Casas". Deveriamos silenciar sobre isso?"3.
Professores que ganharam bolsa de estudos no exterior são criticados por abandonarem o curso, como foi o caso do Prof. Baeta Viana, que viajou largando as atividades didáticas no meio do curso. Mas a crítica deve-se, acima de tudo, pela sua ausência, visto que era um dos poucos que realmente ministravam aulas práticas.
Alguns professores ganham "aplausos" pelo esforço, competência, dedicação e didática, inclusive alguns professores assistentes.
TRECHOS DO JONAL QUE CHAMARAM ATENÇÃO
E [...] esta escola, a nossa escola, para não perder o costume, continua a honrar a tradição. O estudante, na maioria, entra para a escola cheio de ideais e com vontade de aprender. Mas em um mês de universidade ele cai na realidade. A irresponsabilidade continua como no curso ginasial e científico. Aqui dentro muito pouco se prende [...] Obrigam o "pobre diabo" a decorar o "Testut" inteiro, a assistir a aulas que são o mesmo que nada, a abandonar a prática pela teoria e sempre com uma orientação da idade média.4
No nº 11, de abril de 1955, lê-se5: "O D.D.T. torna público e notório que (sic):
1) Continuará batalhando com vigor contra a desonestidade e ineficiência de certos cursos fossilisados, que emprestam à nossa Faculdade um ar de museu;
2) Não é filiado e nem se filiará a nenhuma facção política;
3) Poderá publicar (a título de curiosidade) as promessas do Snr. Diretor, embora nelas não acredite;
4) Se responsabilizará pelos artigos pulbicados sob pseudônimo, mesmo os contra o Prof. Di Dio, se aparecerem.
5) Não publicará artigos de teor religioso, podendo, no entretanto, citar a Bíblia e outros livros universalmente consagrados.
6) Não publicará mais dos trocadilhos do Tiao, por julgá-los infames...
7) Agradecerá a colaboração dos colegas que enviarem artigos bem intencionados. 5
Artigo sobre o inquérito feito pelos alunos sobre o ensino médico, publicado em junho de 19536, diz que a publicação se deve ao fato de o D.A. ter feito o levantamento e não ter conseguido tornar público o seu conteúdo. Nesse artigo são avaliadas as disciplinas Anatomia, Fisiologia, Diretor, Histologia, Química e Física (sic):
Nós, senhores da Congregação, alunos desta Escola, chegamos à única conclusão a que podíamos chegar: curso prático aqui na escola não existe. Já havíamos sentido isso, muitas vezes, mas, sempre na esperança de que os srs. arranjassem uma solução e ficamos esperando acontecer alguma cousa. Mas, nada, até hoje aconteceu e... continuamos na mesma. Agora, viemos, nós, do D.D.T., mostrar aos srs. a causa mais possível da falta de prática em sua Escola. E a verdade é essa: a escola não tem meios material ou humano para dar ensino a turmas de 150 alunos.7
A cadeira de Sociologia foi pleiteada por Ely Bonini Garcia, que se baseou no artigo 115 dos Estatutos da Universidade de Minas Gerais8 (sic):
É que descobriríamos, através da Sociologia, a nossa doença e cuidaríamos de reagir dentro das nossas fracas possibilidades. Foi com este espírito que participei do movimento que tinha em mira beneficar o Art.1 do nosso regimento interno, que parece ter sido rejeitado pela Congregação.9
[.] era imprescindível a presença de um aluno na Congregação. Isso porque os dignos professores não estao a par do pensamento dos alunos sobre esta questao de excedentes. Se lá estivesse um aluno, poderia perfeitamente provar, que para nós e para nossos materiais, o dinheiro não sobra.10
Uma carta aberta chamou a atenção no número 7, primeira página11. Trata-se de um texto assinado pelo entao aluno Hermes Pardini (formado em 1958), que diagnosticou o problema do diretor - Prof. Dr. Lodi: A indecisão. Ao redigir essa carta, o autor identifica-se como alguém que nutre amizade pelo diretor. Mesmo assim, não hesita em indicar a solução para os vários impasses sempre respondidos com o "vou falar na Congregação" ou "vou estudar, verificar". Segundo Hermes Pardini, hoje um dos empresários de peso no setor da saúde, bastava que o diretor "tomasse o remédio" da resolução.
Segundo Ely Bonini Garcia12, a característica da falta de decisão, geralmente expressa na ação de adiamento, relaciona-se ao jogo de poder e pretende reforçar o status quo, ordem instituída, hierarquia. Essas questoes ainda necessitam ser trabalhadas para que haja o desenvolvimento da dialogia dentro da Faculdade de Medicina. O entendimento do real significado do melhor está diretamente ligado ao processo de decisão. A filologia evidencia que a palavra "melhor" tem raiz distinta da palavra "bom". A indecisão do diretor refletia sua incapacidade de construir relações dialógicas, aquelas caracterizadas por reciprocidade, responsividade e interindependência humanas14. A atitude de adiar do diretor reforçava a sua posição de poder, o que Hermes Pardini pretendeu sanar indicando a ação de resolver as questoes e demandas da Faculdade.
RESULTADOS DAS DEMANDAS DO D.D.T. (AINDA INCOMPLETO, COMO TUDO O QUE FOI SEMEADO NO PASSADO E QUE AINDA ESTA A DAR FRUTOS)
Levantamentos foram feitos para quantificar o ensino da Medicina na Faculdade, professores foram avaliados pelos alunos. Esse é o caso do Levantamento de 1959, publicado pela gestao 59/60 na presidência de Gilberto Lino Vieira (formado em 1960) do Diretório Acadêmico Alfredo Balena.13 Na Classificação Global Final, o professor mais bem qualificado foi José Feldman (Tisiologia), com nota 9,44, seguido de Edmundo Chapadeiro (Patologia Geral), 9,15, e Luigi Bogliolo (Anatomia Patológica), 8,79.
O artigo de José Geraldo Dângelo (formado em 1955)14, entao aluno do curso de Medicina, sobre o Teatro Universitário e sua necessidade parece que deu frutos, pois a UFMG conta com seu teatro. De qualquer maneira, Jota Dângelo chamava a atenção dos colegas para a necessidade de manutenção de uma vida artistica já existente, como o Festival Medicina e, dentro dele, o Show Medicina, expressões artísticas bastante expressivas até os dias atuais.
A chamada de que "os alunos precisam de um representante na Congregação da Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais [...]" presente na maioria dos números do DDT foi uma ideia que se concretizou. Desde entao, a Congregação possui representante do corpo discente e de funcionários.
Atualmente existem as disciplinas História da Medicina e o Departamento de Medicina Social e Preventiva, que contam com professores de Sociologia.
Sonhos apenas esboçados e necessidades reivindicadas (cantina, melhor acesso à biblioteca, mais livros, mais aulas teóricas, laboratórios devidamente equipados, professores em sala de aula ministrando suas disciplinas práticas, melhor didática, apoio às pesquisas, criação de teatro e um coral universitário, encontros esportivos, entre várias outras) podem ser encontrados na documentação. Em estilo bastante informal para a época e com humor os alunos tinham um espaço no D.D.T. para exporem suas demandas. Algumas foram concretizadas e outras ainda aguardam solução. Um exemplo é a Associação de Alunos para defesa do artigo primeiro do Regimento Interno da Faculdade. O primeiro capítulo do regimento trata dos objetivos da Faculdade e pode-se ler: "a) ministrar o ensino das sciencias medicas, de modo a formar profissionais aptos ao exercício da Medicina; b) contribuir, com a sua acção scientifica, educativa e social para o aperfeiçoamento da cultura nacional"15.
Em 25 de maio de 1953 um grupo de alunos protocolizou documento requerendo a criação da Associação em Benefício do Art.1º do Regimento Interno da Faculdade de Medicina da UMG.16 Trata-se do protocolo de número: 1.861, que até hoje não obteve resposta.
Ely Garcia Bonini, um dos articulistas do D.D.T., associa as propostas do jornal às práticas adotadas desde o século XIV por escola médica italiana. A Escola de Salerno, pioneira na Medicina Preventiva, indicava dieta, alegria e sossego como práticas para uma saúde equilibrada17.
Essas são metas que a Faculdade de Medicina atual se esforça, em parte, em criar e manter - conforme se pode constatar em sua participação em congressos, cursos e programas. Entretanto, ainda conforme as exigências da Universidade Medieval citada, para que pessoas mantenham a saúde, além de seguirem os "doutores Dieta, Alegria e Sossego", era necessário banir a solicitude, a raiva e o rancor do coração. O banimento dessas duas atitudes ainda é um dos objetivos propostos pelo D.D.T. na década de 1950 que ainda não foi alcançado.
REFERENCIAS
1. Pinheiro MV A procura da honestidade. DDT.1953 abr;1(1):6.
2. Pinheiro MV DDT. 1953 jun;1(3):6.
3. PinheiroMV. DDT.1953 mai;1(2):3.
4. Pinheiro MV DDT. 1953 abr;1(1):4.
5. Antunes EJ, Felipe, L. DDT. 1955abr;3(11):4.
6. Antunes EJ, Felipe, L. DDT. 1955 abr;3(11):4.
7. PinheiroMV. DDT.1953;1(4):01.
8. Universidade de Minas Geraes. Estatutos da Universidade de Minas Geraes. Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do Commercio; Rodrigues&C, 1935. 44 p.
9. Pinheiro MV DDT. 1954 abr;2(5):8 .
10. Pinheiro MV DDT.1954 abr;2(5):3..
11. Garcia EB. Bonini. Da dialogia possível: processo de decisão: o melhor (texto cedido pelo autor).
12. Pinheiro MV Garcia EB. DDT. 1954 set;2(9):01.
13. Marias J. Tratado de lo mejor: la moral y las formas de la vida. Madrid: Alianza e Garcia,EB. Da dialogia possível: processo de decisão: o melhor (texto cedido pelo autor).
14. Vieira GL. Diretório Acadêmico Alfredo Balena. Levantamento do Aproveitamento dos Cursos da Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais em 1959.Nossa escola: o que dela aproveitamos, 1959. Publicado na gestao 59/60 09p.
15. Antunes EJ, Felipe L. DDT. 1955 abr;3(11):7.
16. Universidade de Minas Gerais. Regimento Interno da Faculdade de Medicina (approvado pelo Conselho Universitario em 3 de Dezembro de 1935). Bello Horizonte: Graphica Queiroz e Breyner, 1936. 96 p.
17. Antunes EJ, Felipe L. DDT. 1955 abr;3(11):5-6.
18. Moulton FR, Schifferes JJ. La ciência duerme: em La Edad Media. In: Moulton FR, Schifferes JJ. Autobiografia de la ciencia. México-Buenos Aires: Fondo de la Cultura, 1947.Cap 2, p. 31-7.
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