RMMG - Revista Médica de Minas Gerais

Volume: 22. 3

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Artigo Original

Percepção corporal em adolescentes de baixa condição socioeconômica

Body perception among adolescents from low socioeconomic background

Juciane de Abreu Ribeiro Pereira1; Giselle Rossi Vasconcelos Ramos2; Eliane Garcia Rezende3

1. Nutricionista e Mestre em Ciência dos Alimentos. Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - Campus Barbacena. Barbacena, MG - Brasil
2. Nutricionista e Mestre em Tecnologia de Alimentos pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, UNI-BH. Belo Horizonte, MG - Brasil
3. Professora Adjunta da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alfenas. Alfenas, MG - Brasil

Endereço para correspondência

Juciane de Abreu Ribeiro Pereira
E-mail: juciane.ribeiro@ifsudestemg.edu.br

Recebido em: 16/05/2012
Aprovado em: 09/07/2012

Instituiçao: Universidade Federal de Alfenas. Alfenas, MG - Brasil

Resumo

INTRODUÇÃO: na adolescência podem ocorrer alterações na percepção corporal por influências externas, podendo ser fatores de risco para transtornos alimentares.
OBJETIVO: este estudo objetivou avaliar distorções da percepção corporal comparando estado nutricional antropométrico e percepção corporal de 339 adolescentes.
MÉTODOS: a percepção corporal foi avaliada em relação à imagem por meio de figuras de silhuetas (escala) e por percepções de peso (questionário), as quais foram comparadas com o índice de massa corpórea (IMC) por idade.
RESULTADOS: a percepção da imagem corporal mostrou que os homens se perceberam mais abaixo do peso do que as mulheres. As mulheres avaliaram-se com frequência acima do peso (p<0,05). Em relação à percepção do peso corporal, não houve diferença na frequência em se sentirem acima do peso entre os dois gêneros (p>0,05). Todavia, os índices de eutrofia foram elevados. Comparando a percepção da imagem corporal com IMC, constatou-se superestimação do estado nutricional por ambos os gêneros, principalmente pelas mulheres. Dos adolescentes com risco para sobrepeso, os homens mostraram mais subestimação do estado nutricional em relação às mulheres.
CONCLUSÃO: os homens apresentaram mais percepção para corpo magro, enquanto as mulheres para sobrepeso. Significativas alterações da percepção corporal podem constituir riscos para desenvolver transtornos alimentares.

Palavras-chave: Transtornos da Alimentação; Adolescente; Estado Nutricional.

 

INTRODUÇÃO

A adolescência é um período de transição no ciclo vital, de grande importância no crescimento e desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, moral e social do indivíduo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, esse período compreende a faixa etária entre 10 e 19 anos. O processo de individuação do adolescente passa pelo conhecimento e pela adaptação ao próprio corpo de consolidação da identidade pessoal, que inclui a elaboração de uma imagem corporal mais consistente.1 Os padroes culturais de beleza, muitas vezes impostos pela sociedade, também são importantes na formação da imagem corporal e no modo como o indivíduo se relaciona consigo mesmo. Sabe-se, porém, que as adversidades infringidas pela cultura, pela família ou por amigos não atingem suas imagens corporais de forma semelhante. A forma de pensar, sentir e reagir frente à percepção de atributos físicos influencia na caracterização da personalidade de cada um.2

Pesquisas recentes têm demonstrado que a insatisfação com a imagem corporal é observada tanto em indivíduos com transtornos alimentares3,4 quanto em pessoas saudáveis de diferentes estratos da população.5-7 Entretanto, o interesse na insatisfação corporal vem aumentando, motivado, em grande parte, pelo reconhecimento crescente dos transtornos alimentares, principalmente a anorexia nervosa e a bulimia, como principais problemas de saúde mental entre adolescentes e adultas jovens.8

Numerosas investigações têm documentado o importantíssimo papel da autoavaliação e da insatisfação de pessoas sobre sua imagem corporal no que diz respeito à propensão aos transtornos alimentares. Os estudos indicam que alterações da imagem corporal podem ser a causa de problemas emocionais importantes na adolescência e no início da juventude, podendo atuar como fator de risco predisponente, precipitante ou mantenedor dos transtornos da conduta alimentar bastante conhecidos como anorexia e bulimia nervosa9-11, além da vigorexia. A vigorexia é outro transtorno de distorção da imagem corporal e caracteriza-se pela obsessão em tornar-se musculoso, pela prática intensa de exercício físico e pela atitude de alimentar-se de forma atípica e exagerada e sempre acompanhada por altas doses de complementos vitamínicos, hormonais e anabolizantes.12 Outro transtorno atualmente descrito é a ortorexia nervosa, caracterizada pela fixação por ingestao de alimentos saudáveis de forma obsessiva, tornando a pessoa patologicamente preocupada com o que e quanto comer.

Atualmente, a ampla divulgação nos comerciais, em revistas e no cinema de um padrao corporal de mulheres macérrimas e homens musculosos vem influenciando a vida das pessoas, uma vez que representam ideais de beleza, de sucesso e de felicidade.13,14 Entre os diferentes grupos etários, os adolescentes constituem um dos mais vulneráveis às pressões da sociedade quanto ao aspecto de seu corpo.15 Todo adolescente tem em mente um corpo idealizado e quanto mais esse corpo se distanciar do real, maior será a possibilidade de conflito, comprometendo sua autoestima.16 Mudanças físicas, comportamentais e emocionais que afetam os adolescentes e possíveis influências do meio socioeconómico e da mídia podem desencadear transtornos emocionais, gerando a distorção da imagem corporal que possivelmente acarretará em distúrbios alimentares.

No âmbito de um estudo sobre imagem corporal, dois aspectos específicos podem ser distinguidos: a exatidao da estimativa do tamanho corporal e os sentimentos em relação ao corpo e às porções do mesmo.17 Nessas considerações, este trabalho objetivou avaliar possíveis distorções da percepção corporal, comparando-se o estado nutricional antropométrico e a percepção corporal de adolescentes de uma escola pública que atende pessoas de baixa condição socioeconómica no município de Alfenas-MG.

 

CASUISTICA E MÉTODO

Realizou-se estudo transversal com 339 adolescentes entre 10 e 19 anos, estudantes de uma escola pública do município de Alfenas-MG. A escola foi selecionada de acordo com a identificação das condições socioeconómicas predominantes dos adolescentes, segundo atribuição dos dados da escola, somadas à caracterização da profissão exercida pelos pais. As profissões foram agrupadas em seis categorias, segundo critérios adotados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNDS) do IBGE em 1996.18

As avaliações da percepção da imagem corporal foram realizadas por autopercepção com uso de figuras de silhuetas e por percepções de peso, que depois foram comparadas com avaliação nutricional antropométrica, por intermédio do índice de massa corpórea (IMC) de acordo com a idade, buscando-se verificar possíveis distorções na percepção corporal. A escala de figuras de silhuetas empregada foi a utilizada por Kearney et al.19, que é constituída de nove figuras diferentes para homens e mulheres, contendo imagens que variavam de muito magro até muito gordo. Para a análise, foram estabelecidos os critérios adotados por Madrigal-Fritsch20, dispostos em três categorias: baixo peso (silhueta 1), representando indivíduos com IMC abaixo de 20 kg/m2; eutrófico (silhuetas 2-5), abrangendo indivíduos com IMC de 20 a 25 kg/m2; e sobrepeso (silhuetas 6-9), caracterizado por IMC acima de 25 kg/m2. Foi utilizado questionário para avaliar a autopercepção para peso dos adolescentes, que continha alternativas sobre a sensação em relação ao seu peso e incluía as categorias: 1 - baixo peso: aqueles que se sentiam muito abaixo do peso e abaixo do peso; 2 - eutrófico: aqueles que se sentiam em peso médio e 3 - sobrepeso: aqueles que se consideravam acima do peso e muito acima do peso.

A avaliação antropométrica foi realizada com a aferição de peso e altura para determinação do IMC, classificado de acordo com a proposta da Organização Mundial de Saúde (WHO)21. Foram considerados percentis inferiores a cinco para caracterizar baixo peso, percentis entre 5 e abaixo de 85 para eutrofia e percentil igual ou acima de 85 como risco de sobrepeso, uma vez que, na ausência de valores de dobras cutâneas, não se pode classificar a obesidade.

A análise dos resultados foi realizada em software Epi Info versão 6.04d22, utilizando-se teste qui-quadrado com nível de significância de 5% (p<0,05) para as análises estatísticas. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética para Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de Alfenas-MG, de acordo com a Resolução 196/96.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Do total de adolescentes avaliados, 53,4% eram do gênero feminino e 46,6% do masculino. O perfil socioeconómico em relação à ocupação dos pais mostrou predominância das profissões não qualificadas para os pais, todos na categoria 5 (45,4%) do IBGE. Das maes, 51,2% eram empregadas domésticas (categoria 5) e 36,1% donas de casa, portanto, caracterizadas como de baixa condição socioeconómica.

Percepção corporal

A percepção da imagem corporal, por meio da observação das silhuetas (Tabela 1), mostrou que os adolescentes do gênero masculino apresentaram mais propensão a se perceberem abaixo do peso (6,3%) em relação ao feminino (3,9%). As mulheres se perceberam com mais frequência acima do peso (31,5%), comparativamente aos homens (15,8%). Essas diferentes percepções de imagem quanto ao gênero foram estatisticamente significativas (p<0,05).

 

 

Em relação à percepção do peso corporal (Tabela 1), 21% das mulheres responderam que se sentiam com peso acima do desejado, enquanto 14,6% dos homens assim se perceberam. Entretanto, as diferenças encontradas não foram estatisticamente significativas (p>0,05), portanto, ocorreram ao acaso.

Avaliação antropométrica

A avaliação antropométrica do estado nutricional (Tabela 2) pela classificação do IMC de acordo com a idade mostrou distribuição semelhante entre os gêneros (p>0,05). O risco de sobrepeso foi de 13,3% e 11% para o gênero masculino e feminino, respectivamente. A eutrofia foi encontrada em 80,4% dos homens e em 87,3% das mulheres.

 

 

Distorções da percepção corporal

Ao avaliar as alterações de percepção corporal por meio da comparação entre a percepção da imagem corporal pela silhueta e classificação do IMC (Tabela 3), constatou-se superestimação do estado nutricional, tanto pelos homens quanto pelas mulheres. Observou-se que as mulheres eutróficas superestimaram seu estado nutricional em maior proporção do que os homens. Dos adolescentes com risco para sobrepeso, os homens mostraram mais subestimação do estado nutricional em comparação às mulheres. A frequência de distorção da imagem em relação à avaliação pelo IMC é diferente entre os dois gêneros (p<0,05), sendo que os homens relataram mais percepção para o corpo magro, enquanto as mulheres para o sobrepeso.

 

 

A relação da percepção do peso e a classificação do IMC de acordo com o gênero (Tabela 4) indicaram que, entre os adolescentes de baixo peso, ambos os gêneros superestimaram suas massas corporais, julgando-se em estado de eutrofia, embora os homens tendessem a superestimar seus pesos para a condição de sobrepeso. No grupo categorizado com IMC de eutrofia as mulheres relataram sentir-se mais em sobrepeso do que os homens; já estes se sentiram mais em baixo peso quando comparados às mulheres. No grupo caracterizado pelo IMC com risco de sobrepeso, nenhum indivíduo em ambos os gêneros manifestou a sensação de baixo peso, entretanto, detectou-se a sensação de peso adequado para esse grupo, sendo a diferença significativa para os dois gêneros (p<0,05).

 

 

DISCUSSÃO

Moraes23, ao avaliar adolescentes de classe média no município de São Paulo, concluiu que as mulheres são insatisfeitas com seu corpo, em proporção quase duas vezes maior que os homens, superestimando a extensão de seu corpo e apresentando acentuada tendência a distorções da imagem corporal. Além disso, no estudo de Branco et al.13, ambos os sexos apresentaram distorção da percepção real de sua condição, sendo que nas meninas há mais casos de superestimação e, nos meninos, de subestimação da condição real.

É provável que as meninas sejam mais críticas com sua imagem corporal do que os meninos, pois elas se perceberam mais em sobrepeso e obesidade, escolhendo as figuras com silhuetas referentes a essas condições, enquanto os meninos se identificaram mais com as figuras de eutrofia.

No trabalho de Petroski et al.24, em que estudaram a satisfação corporal em escolares da rede estadual de ensino de Florianópolis, apurou-se que metade das estudantes estava insatisfeita com o peso corporal e relatava o desejo de perder peso. Da mesma forma, no trabalho de Nunes et al.25, mais de dois terços das mulheres com IMC normal gostariam de pesar menos ou sentiam-se gordas.

Os seres humanos possuem concepções e atitudes sobre estética e beleza que influenciam o modo de caracterizar e se relacionar com os outros. Classificam-se os indivíduos conforme seu peso em atraentes e não atraentes. Percebe-se que o mundo social claramente discrimina os não atraentes numa série de situações cotidianas importantes. Pessoas atraentes parecem receber mais suporte e encorajamento no desenvolvimento de repertórios cognitivos socialmente seguros e competentes. Em contraste, indivíduos não atraentes estao mais sujeitos a encontrar ambientes sociais que variam do não responsivo ao rejeitador e que desencorajam o desenvolvimento de habilidades sociais e de um autoconceito favorável. Com isso, exibem com mais frequência ansiedade e medo de rejeição social.26

Em relação à avaliação antropométrica do estado nutricional, resultados semelhantes foram encontrados por Branco27, quando analisou adolescentes estudantes de uma escola pública, verificando que tanto o gênero masculino como o feminino se encontravam em sua maioria eutróficos. Já Madrigal-Fritisch et al.20 ressaltaram que os homens tinham mais prevalência de sobrepeso quando comparados às mulheres.

A avaliação das alterações de percepção corporal por meio da comparação da imagem corporal pela silhueta e classificação do IMC foi similar ao encontrado por Madrigal-Fritisch et al.20, que detectaram superestimação da eutrofia. Esta ocorria quando avaliada a autopercepção da imagem corporal em relação à classificação do IMC para ambos os gêneros. Também foi detectado que a prevalência de sobrepeso nos homens tendia a ser subestimada, enquanto que nas mulheres sobressaiu-se a subestimativa da magreza. O trabalho de Branco27 corrobora os resultados do presente estudo, descrevendo que o percentual de adolescentes do gênero masculino eutróficos que se percebiam dessa forma era mais alto do que para o gênero feminino. Além disso, o autor constatou também que entre os indivíduos classificados como risco de sobrepeso houve elevado número de mulheres que tiveram autopercepção da imagem corporal de obesidade comparativamente aos homens.

O comportamento de discordância entre IMC e imagem corporal foi evidenciado no trabalho de Branco et al.13, ao correlacionarem a autopercepção com o estado nutricional. Eles encontraram superestimação feminina, ou seja, aproximadamente 39% das meninas eutróficas se percebiam em sobrepeso e 47% se percebiam obesas. Entre os homens, o processo foi inverso: 26% dos que tinham sobrepeso se acharam eutróficos e 46% daqueles com obesidade se autoavaliaram com sobrepeso ou eutrofia.

Locatelli28, ao analisar a concordância entre a percepção do peso e estado nutricional, também destacou que entre os adolescentes eutróficos as mulheres tenderam a superestimar mais seu estado nutricional quando comparadas aos homens, bem como no estudo de Nunesa29, em que se apurou que mais de 2/3 das mulheres com IMC de eutrofia sentiam-se "gordas".

O impacto dos ideais de beleza é distinto entre os gêneros. Diversos autores têm afirmado que as jovens do sexo feminino buscam obter corpo muito magro13,30, enquanto os meninos visam ao ganho de massa muscular.26,31 Segundo Braggion et al.32, ao buscarem a adaptação aos protótipos de beleza física estabelecida pela sociedade, meninas apresentam grande frequência na omissão de refeições, assim como ingestao de alimentos mais saudáveis, quando comparadas aos meninos. Por outro lado, a contemporânea redução no dispêndio energético apresenta-se como um dos fatores determinantes da atual epidemia da obesidade observada em grandes centros urbanos. Em adolescentes, essa modificação intensifica-se quando associada a atividades passivas de lazer, como assistir à televisão, brincar com jogos eletrónicos e usar a Internet.33 É possível encontrar transtornos da imagem corporal principalmente nos obesos infanto-juvenis, com a presença concomitante de sintomas neuróticos e atitude hostil.34

É importante ressaltar que os adolescentes que superestimam seu peso podem ser mais susceptíveis aos transtornos da alimentação, objetivando alcançar a magreza. Todavia, indivíduos que subestimam sua massa corporal podem ter hábitos compensatórios para o incremento do volume corporal, como o uso de suplementos, anabolizantes e mesmo alimentação altamente calórica. Para aqueles que se encontram em risco de sobrepeso, e até mesmo além dessa condição, mas se percebem mais magros do que são realmente, também torna-se necessário receber atenção, pois esse tipo de distorção da imagem corporal pode contribuir para o desencadeamento indesejável de ganho de peso e, consequentemente, para a instalação do quadro de obesidade. A insatisfação corporal pode ocasionar transtornos alimentares para qualquer gênero humano. Nas mulheres que superestimam sua imagem corporal ou seu peso corporal, pode ser frequente a adoção de dietas restritivas, independentemente da real necessidade, as quais podem levar à desnutrição. E nos homens, devido à subestimação da imagem corporal, pode-se verificar o excesso alimentar que, com o tempo, pode levar a algum desequilíbrio nutricional ou até mesmo à obesidade.

 

CONCLUSÕES

As significativas alterações da percepção corporal registradas neste estudo sugerem riscos para essa população, por apresentarem faixa etária mais predisponente aos transtornos alimentares, pois adolescentes são altamente influenciados pelos modismos que ditam o ideal de beleza da atualidade. Considerando que a adolescência é um período da vida em que há muita insatisfação com o corpo e que pode se associar à distorção da sua percepção, gerando possíveis práticas de controle de peso que podem ser prejudiciais à saúde, a situação exige medidas preventivas, como campanhas educativas para esclarecimento dos efeitos negativos do culto exacerbado à forma física.

Portanto, os resultados deste trabalho mostram que existe alteração da percepção corporal de adolescentes de baixa condição socioeconómica no município de Alfenas-MG. Essa alteração deve ser avaliada com mais critério em estudos posteriores, associando investigação de atitudes alimentares (Bulimic Investigatory Test Edinburgh - BITE - e Eating Test - EAT) e satisfação da aparência física, uma vez que esses parâmetros, quando utilizados conjuntamente, podem detectar grupos de risco para transtornos alimentares. Além disso, seria importante realizar estudos que buscassem adolescentes de outros estratos socioeconómicos, objetivando conhecer o comportamento dos adolescentes em diferentes condições sociais.

 

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