ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
Maria do Carmo Barros de Melo; Cássio da Cunha Ibiapina
Rev Med Minas Gerais 2024; 34(Suppl.1):S4-S4
Hospital management of variceal gastrointestinal bleeding in children and adolescents with portal hypertension
Maria Carolina Feres de Lima Rocha Gama; Eleonora Druve Tavares Fagundes; Thaís Costa Nascentes Queiroz; Adriana Teixeira Rodrigues; Simone Diniz Carvalho; Liv Maria Caetano Costa; Gabriel Cavalcante da Silva; Guilherme Paes Gonçalves Nogueira; Alexandre Rodrigues Ferreira
Rev Med Minas Gerais 2024; 34(Suppl.1):S7-S12
INTRODUÇÃO: A abordagem da hemorragia digestiva alta (HDA) varicosa em crianças e adolescentes tem sido pouco relatada na literatura.
OBJETIVO: descrever a abordagem hospitalar da HDA em crianças e adolescentes com hipertensão porta acompanhados no Serviço de Hepatologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da UFMG.
MÉTODOS: estudo retrospectivo incluindo crianças e adolescentes com hipertensão porta, cirróticos ou com obstrução extra-hepática de veia porta (OEHVP), que apresentaram HDA no período de 1990 a 2021. Foram colhidos dados clínicos, laboratoriais e de evolução, além da abordagem medicamentosa e endoscópica durante os episódios de HDA.
RESULTADOS: foram incluídos 86 pacientes (58,1% feminino) que apresentaram 174 episódios de HDA. A mediana de idade no primeiro episódio de HDA foi de 5,0 (2,0-9,0) anos. 51,2% dos pacientes tinham OEHVP e 48,8% eram cirróticos. A abordagem endoscópica da HDA foi realizada em 94,8% dos episódios, sendo 81,6% escleroterapia e 13,2% ligadura elástica. Falha no controle de sangramento foi observado em 19% dos episódios e ressangramento foi observado em 5,7% dos casos. Octreotide foi iniciado em 64,9% de todos os episódios e antibioticoprofilaxia em 50,6%. Hemotransfusão foi necessária em 70,1% dos episódios e expansão de volume em 48,3%. A mediana de dias de hospitalização total foi de 5 dias. Houve necessidade de internação em unidade de tratamento intensivo em 23% dos episódios. Não houve óbitos no período de até seis semanas após HDA.
CONCLUSÃO: A abordagem da HDA envolve suporte hemodinâmico com expansão volêmica e hemotransfusão se necessário, procedimentos endoscópicos e manejo medicamentoso como uso de octreotide e antibioticoprofilaxia para prevenção de peritonite bacteriana espontânea. Não houve registro de mortalidade após o sangramento, mas a morbidade devido às hospitalizações deve ser considerada. Mais estudos são necessários para se compreender melhor a abordagem da HDA varicosa na faixa etária pediátrica.
Palavras-chave Hipertensão porta. Sangramento de varizes. Hemorragia digestiva alta. Tratamento. Cirrose. Crianças.
INTRODUCTION: The management of variceal upper gastrointestinal bleeding (UGB) in children and adolescents has been little reported in the literature.
OBJECTIVES: To describe the management of variceal UGB in children and adolescents with portal hypertension (HP) followed up at the Pediatric Hepatology Service of the Hospital das Clínicas da UFMG.
METHODS: a retrospective study including children and adolescents with PH, cirrhotic or with extrahepatic portal vein obstruction (EPVO), who presented with UGB from 1990 to 2021. Clinical and laboratory data, complications, drugs and endoscopic approach during episodes of UGB were collected.
RESULTS: 86 patients were included (58.1% female) who had 174 episodes of AVB. The median age at the first UGB was 5.0 (2.0-9.0) years. 51.2% of patients had EPVO and 48.8% were cirrhotic. The endoscopic approach to UGB was performed in 94.8% of the episodes, 81.6% with sclerotherapy and 13.2% with rubber band ligation. Failure to control bleeding was observed in 19% of episodes and rebleeding was observed in 5.7% of cases. Octreotide was started in 64.9% of all episodes and antibiotic prophylaxis in 50.6%. Blood transfusion was required in 70.1% of episodes and volume expansion in 48.3%. The median of days of total hospitalization was 5 days. Admission to an intensive care unit was required in 23% of the episodes. There were no deaths in the period of up to six weeks after UGB.
CONCLUSION: The approach to UGB involves hemodynamic support with volume expansion and blood transfusion, if necessary, endoscopic procedures and medication management such as the use of octreotide and antibiotic prophylaxis to prevent spontaneous bacterial peritonitis. There was no record of mortality after bleeding, but morbidity due to hospitalizations must be considered. More studies are needed to better understand the approach to UGB in the pediatric group.
Keywords Portal hypertension. Variceal bleeding. Upper gastrointestinal bleeding. Treatment. Cirrhosis. Children.
Challenges and new perspectives for immunization in Brazil
Lilian Martins Oliveira Diniz; Lívia Barbosa da Silva; Gilmar José Coelho Rodrigues; Thales Philipe Rodrigues da Silva; Ericka Viana Machado Carellos; Daniela Caldas Teixeira; Roberta Maia de Castro Romanelli; Raquel di Paula Ferreira; Ana Luisa Lodi Jimenez; Aline de Almeida Bentes; Marina Melo Moreira; Fernanda Penido Matozinhos; José Geraldo Leite Ribeiro
Rev Med Minas Gerais 2024; 34(Suppl.1):S13-S17
Nos últimos anos, como consequência da luta contra a pandemia de Covid-19, testemunhamos grandes avanços relacionados à imunização. Ao mesmo tempo, temos vivenciado a amplificação das discussões a respeito da segurança e eficácia das vacinas. Apesar dos números inegáveis que demonstram a importância das vacinas, em tempos de excesso de informações e superficialidade de conteúdos, cresce o número de pessoas que se recusam a se vacinar, o que resulta na ameaça crescente de retorno de doenças até então erradicadas. Este trabalho tem como objetivo trazer informações sobre os desafios e avanços observados nos últimos anos relacionados à imunização no Brasil.
Palavras-chave Vacinas. Criança. Adolescente. Infodemia.
In recent years, as a result of the fight against the Covid-19 pandemic, we have witnessed great advances related to immunization. At the same time, we have experienced an amplification of discussions regarding the safety and effectiveness of vaccines. Despite the undeniable numbers that demonstrate the importance of vaccines, in times of excess information and superficial content, the number of people who refuse to be vaccinated is growing, resulting in the growing threat of the return of previously eradicated diseases. This paper aims to provide information about the challenges and advances observed in recent years related to immunization in Brazil.
Keywords Vaccines. Child. Adolescent. Infodemic.
Pediatric polysonography: Indications and how to interpret the report
Ana Elisa Ribeiro Fernandes; Victor Domingues Pereira; Vinícius Zuin de Abreu; Simone Chaves Fagondes
Rev Med Minas Gerais 2024; 34(Suppl.1):S18-S24
INTRODUÇÃO: Os distúrbios do sono são muito prevalentes na infância e podem trazer graves prejuízos para a saúde física, emocional, para o desenvolvimento e para o bem-estar da criança e sua família. A polissonografia (PSG) é o principal exame da Medicina do Sono e é o padrão ouro para o diagnóstico de algumas doenças. A Academia Americana de Medicina do Sono (AASM), a Academia Americana de Pediatria (AAP) e a Academia Americana de Otorrinolaringologia elaboraram documentos com indicações para a realização de PSG. A PSG é um procedimento não invasivo e não doloroso, porém pode ser assustadora para a criança e a família e, por isso, a correta orientação sobre o exame é fundamental. Esse exame registra simultaneamente vários parâmetros neurológicos, cardiorrespiratórios e de movimento durante o sono e fornece informações muito importantes para o profissional de saúde.
OBJETIVO: Apresentar síntese atualizada do conhecimento disponível sobre a PSG, suas indicações na faixa etária pediátrica e explicar os principais achados do laudo.
METODOLOGIA E RESULTADOS: Diante das dúvidas práticas que surgem a respeito do exame foram elaboradas seis perguntas e as respostas, as quais foram compiladas de acordo com a experiência e registros na literatura.
CONCLUSÃO: o pediatra deve saber as indicações e orientações sobre a realização do exame, encaminhando para o especialista quando necessário.
Palavras-chave Polissonografia. Medicina do Sono. Pediatria.
INTRODUCTION: Sleep disorders are highly prevalent in childhood and can bring serious impairments to physical and emotional health, development, and the well-being of the child and their family. Polysomnography (PSG) is the most important test in Sleep Medicine and is the gold standard for diagnosing some diseases. The American Academy of Sleep Medicine (AASM), the American Academy of Pediatrics (AAP), and the American Academy of Otolaryngology have developed documents with indications for PSG. PSG is a non-invasive and painless test, but it can be frightening for the child and the family, hence correct guidance about the test is crucial. This test simultaneously records various neurological, cardiorespiratory, and movement parameters during sleep and provides very important information for the healthcare professional.
OBJECTIVE: To present an updated synthesis of the available knowledge about PSG, its indications in the pediatric age group, and to explain the main findings of the report.
METHODOLOGY AND RESULTS: Faced with practical doubts about the test, six questions and answers were formulated, which were compiled according to experience and literature records.
CONCLUSION: The pediatrician should know the indications and guidelines for performing the test, referring to the sleep specialist when necessary.
Keywords Polysomnography. Sleep Medicine. Pediatrics.
Tracheal intubation in pediatric: Integrative review on the use of simulation as a training method
Isabela Serra Ribeiro; Romina Santos Gomes; Pedro de Melo Cerqueira; Marcela Sales De Lucca Rodrigues; Adriana Teixeira Rodrigues; Jaisson Gustavo da Fonseca; Thomás Felipe Silva; Priscila Menezes Ferri Liu; Maria do Carmo Barros de Melo
Rev Med Minas Gerais 2024; 34(Suppl.1):S25-S31
INTRODUÇÃO: A metodologia da educação baseada em simulação faz parte do processo ensino-aprendizado nas escolas médicas e é recurso útil para a educação continuada. As doenças respiratórias em pediatria são prevalentes e podem evoluir para insuficiência respiratória e parada cardiorrespiratória, desta forma é essencial que os médicos emergencistas estejam aptos a realizar intubação traqueal. Esse procedimento quando malconduzido pode levar a lesões traqueais, contribuindo para um prognóstico desfavorável.
OBJETIVO: Realizar revisão integrativa sobre o uso da simulação para a capacitação em intubação traqueal em pediatria.
METODOLOGIA: Foram seguidas as etapas da revisão integrativa, utilizando como perguntas norteadoras: "Qual o impacto descrito pela literatura científica sobre a simulação para o ensino de intubação traqueal na pediatria?" e "Quais são os métodos para sua utilização?" Foram selecionados artigos publicados de 2002 a 2022, em português, inglês ou espanhol, que abordassem: crianças ou adolescentes até 19 anos, revisão de literatura e relato de casos, uso de simulação para capacitação em intubação traqueal. A busca ocorreu no portal PUBMED (englobando MEDLINE, e LILACS). O nível de significância foi obtido de acordo com o preconizado pelo Instituto Joanna Briggs, o que garante o rigor metodológico.
RESULTADOS: Inicialmente foram selecionados 196 artigos, após leitura do título, resumo e artigo na íntegra, foram incluídos 9 artigos para o estudo final. A síntese das publicações foi realizada e a seguir analisada, com registro sobre a utilização da simulação de intubação traqueal na pediatria para pesquisas e capacitação. Alguns estudos sugerem a utilização de vídeos instrucionais seguidos de prática no manequim com avaliação de parâmetros como taxa de sucesso nas tentativas de intubação, disposição de cenários com a classificação de Cormack-Lehane e a utilização de check list para acompanhar o progresso dos participantes.
CONCLUSÕES: Mais estudos são necessários para a elaboração e validação de casos-cenários que permitam a capacitação na abordagem de via aérea em pediatria, em especial para a abordagem de casos de via aérea difícil. Os estudos apontam para a necessidade de uso de vídeos instrucionais, prática em manequins, incluindo situações de via aérea difícil, com avaliação pré e pós-capacitação que incluam check list prático e avaliação de parâmetros técnicos.
Palavras-chave Intubação Intratraqueal. Simulação de paciente. Pediatria.
BACKGROUND: Currently, the methods of simulation-based education is an integral part of the teaching and learning process in medical schools and serves as a useful resource for continuing medical education. Respiratory diseases in pediatrics are prevalent and can progress to respiratory failure and cardiopulmonary arrest; therefore, it is essential for physicians to be proficient in performing tracheal intubation. Improperly conducted intubation procedures can lead to tracheal injuries, contributing to an unfavorable prognosis.
OBJECTIVE: To conduct an integrative review on the use of simulation for training in pediatric tracheal intubation.
METHODS: The steps of integrative review were followed, using the following guiding questions: "What impact does the scientific literature describe regarding simulation for teaching pediatric tracheal intubation, and what methods are used for its application?" Articles published from 2002 to 2022 were selected, written in Portuguese, English, or Spanish, focusing on: children or adolescents up to 19 years old, literature reviews, and case reports that addressed the use of simulation for training in tracheal intubation. The search was conducted on the PUBMED portal (including MEDLINE and LILACS). The level of significance was determined according to the guidelines of the Joanna Briggs Institute.
RESULTS: At first, 196 articles were selected; after reviewing the titles, abstracts, and full articles, 9 articles were included for the final study. The synthesis of the publications was performed and subsequently analyzed, with a record of the utilization of tracheal intubation simulation in pediatrics for research and training. Some studies suggest the use of instructional videos followed by practice on mannequins with evaluation of parameters such as intubation success rate, Cormack-Lehane classification scenarios, and the use of a checklist to monitor participants' progress.
CONCLUSIONS: Further studies are needed for the development and validation of case scenarios that allow training in pediatric airway management, especially for difficult airway cases. The studies point to the necessity of using instructional videos, practicing on mannequins, including difficult airway situations, with before and after training evaluation that includes a practical checklist and assessment of parameters.
Keywords Intratracheal Intubation. Patient Simulation. Pediatrics.
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