RMMG - Revista Médica de Minas Gerais

Volume: 28. (Suppl.4) DOI: https://dx.doi.org/10.5935/2238-3182.20180021

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Artigo Original

Contaminação por Staphylococcus aureus em leite humano pasteurizado e a presença deste microorganismo em sítios variados da lactante em um município de Minas Gerais

Contamination by staphylococcus aureus in pasteurized human milk and the presence of this microorganism in varied sites of the infant in a municipality of Minas Gerais

Bianca Carolina De Oliveira Carvalho1; Camila Gonçalves Moreira1; Iana Novais Dias1; Maria Eduarda Schmidt França Costa1; Marina Martins De Meireles1; Cristina Maria Miranda Bello2

1. Acadêmicas do Curso de Medicina. Fundaçao José Bonifácio Lafayette de Andrada - FUNJOBE. Faculdade de Medicina de Barbacena - FAME. Barbacena, MG - Brasil
2. Professora FUNJOBE/ FAME. Barbacena, MG - Brasil; Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Endereço para correspondência

Cristina Maria Miranda Bello
Praça Presidente Antônio Carlos, 08
Barbacena/MG - CEP: 36202- 336
Telefone: (32) 3339-2950
E-mail: bello.cm@ hotmail.com

Resumo

INTRODUÇÃO: A colonização normal do recém-nascido inicia-se durante e após o processo de nascimento, até que seja estabelecida a flora normal endógena neonatal. A microbiota é importante na formação da defesa imunológica do indivíduo e o desequilíbrio dessa flora é denominado disbiose. Nota-se que o Staphylococcus aureus vem chamando a atenção nesse processo de disbiose por não fazer parte da flora indígena e que quando não se apresenta de forma assintomática, o patógeno é capaz de provocar infecções graves. Após o nascimento, o leite humano também influenciará na formação da microbiota do recém-nascido. Atualmente há um número crescente da utilização do leite humano pasteurizado e, caso o processo não seja efetuado adequadamente, poderá ocorrer complicações agudas como choque tóxico e intoxicações alimentares.
OBJETIVO: Analisar a presença de Staphylococcus aureus em vários sítios maternos, além de avaliar a presença desse micro-organismo no leite humano pasteurizado.
MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, prospectivo e experimental realizado no período de julho de 2016 a março 2017, em que foi analisada a presença de Staphylococcus aureus em amostras de leite humano e sítios maternos, sendo estes: aréola, nasofaringe e polegar direitos. As amostras de leite foram colhidas de forma aleatória no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Barbacena- MG após o processo de pasteurização ocorrido no Banco de Leite da cidade de Juiz de Fora. Todas as amostras, incluindo sítios e leite maternos, foram semeadas em meio de cultura e identificadas no laboratório de microbiologia da Faculdade de Medicina de Barbacena/FAME.

Palavras-chave: Contaminação de mãos, contaminação nasofaringe, contaminação aréola, Staphylococcus aureus, leite materno ordenhado.

 

INTRODUÇÃO

O Staphylococcus aureus é uma bactéria gram-positiva, geralmente disposta em cachos irregulares, ao microscópio, semelhantes a cachos de uvas. Crescem rápido em muitos tipos de meios de cultura e são metabolicamente ativos, fermentando carboidratos eproduzindo pigmentos amarelos. Além disso, mostra-se relativamente resistente a ressecamento, calor e cloreto de sódio a 9% e apresenta também um sistema regulatório complexo, que responde a estímulos ambientais para a expressão de vários de seus genes de virulência codificados em ilhas de patogenicidade.1

Diante dessa alta resistência, uma das preocupações quanto à presença de tal patógeno incide sobre seu eficiente mecanismo de formação de biofilme, que favorece sua sobrevivência em superfícies de ambientes hostis, e sobre a ocorrência de cepas que produzem toxinas, que são resistentes à pasteurização2 que podem causar choque tóxico, necrose epidérmica tóxica e intoxicações alimentares.3

O processo de colonização da microbiota normal inicia-se ao nascimento quando há a exposição do recém-nascido a diferentes espécies de microorganismos presentes na mae e no ambiente. Observa-se que por um período da vida do recém-nascido ocorre a seleção de algumas bactérias e eliminação de outras, sendo alcançada uma comunidade clímax por volta dos dois anos de idade. Esse processo depende do equilíbrio entre bactérias benéficas e patogênicas e possui correlação com fatores diversos que incluem tipo de parto, aleitamento, contato íntimo materno, condições de higiene, contaminação ambiental, estado imunológico do recém-nascido e utilização de antibióticos. A microflora da criança nascida por via vaginal será inicialmente da flora materna presente no canal do parto, enquanto que nos nascidos por via cesárea o ambiente será o fator primordial no processo de colonização. Observa-se que a via cesárea proporciona o estabelecimento da flora estável mais tardiamente com uma menor frequência de Lactobacillus e Bifidobacterium e maior frequência de bactérias anaeróbias como Clostridium e Bacteroides.4

A partir do momento em que o processo de colonização do recém-nascido ocorre por bactérias que não fazem parte da sucessão primária comum de colonização do neonato, como o S. aureus, poderá ocorrer situações de desequilíbrio e os microorganismos podem se comportar como patógenos oportunistas, sendo deste modo denominado disbiose. Este patógeno pode determinar doenças clinicamente manifestas ou se comportar como portadores assintomáticos, sem causar danos aparentes em indivíduos.5

Após o nascimento, o leite humano também influenciará na formação da microbiota do recém-nascido, tendo um papel importante na prevenção de várias patologias, dentre essas, doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e síndrome metabólica.6 Associado a isso, o leite materno possui propriedades anti-infectivas através dos componentes solúveis (IgA, IgM, IgG, IgD, IgE, lisozimas e outras substâncias imunorreguladoras) e componentes celulares (macrófagos, linfócitos, granulócitos, neutrófilos e células epiteliais).7,8

Apesar dos benefícios relacionados ao aleitamento, muitas maes não podem ou não querem amamentar seus filhos, além de que recém-nascidos prematuros não dispoem de forças para sugar o leite materno.9 Assim, para atender à necessidade desses lactentes, tornou-se crescente a utilização de leite humano ordenhado e pasteurizado para suprir a demanda, exigindo-se a utilização de técnicas adequadas de coleta, processamento e controle de qualidade, uma vez que quando pasteurizados de maneira ineficaz o produto pode apresentar microorganismos, dentre eles o S. aureus, reduzindo o valor nutricional e a qualidade do leite.2

Assim, diante dos expostos, o estudo teve o objetivo de analisar a presença do Staphylococcus aureus em aréola, nasofaringe e polegar direitos, além da identificação deste micro-organismo em leite humano pasteurizado, com intuito de avaliar o impacto da possível colonização precoce e intoxicação aos neonatos.

 

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo transversal, prospectivo e experimental realizado no período de julho de 2016 a março 2017, em que foi analisada a presença de Staphylococcus aureus em amostras de leite humano e sítios maternos, sendo estes: aréola, nasofaringe e polegar direitos, como forma de padronização. As amostras de leite foram colhidas de forma aleatória no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Barbacena-MG após o processo de pasteurização ocorrido no Banco de Leite da cidade de Juiz de Fora.

O processo de aquisição das amostras dos sítios maternos teve início a partir da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) das maes internadas no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Barbacena- MG. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (FHEMIG), com o protocolo:1446245.

As amostras dos sítios de 100 mulheres lactentes e nutrizes foram coletadas, por meio do swab, e permitiram uma prevalência de 40% em um intervalo de confiança de 95%, de aproximadamente 9,6% segundo estatística de padronização da amostra. Quanto ao leite materno pasteurizado foram avaliadas 24 amostras, selecionadas de acordo com a disponibilidade do hospital e sistematização deste estudo.

As coletas foram realizadas nos setores da obstetrícia e pediatria dessa instituição, às 9:00 horas, nas segundas e quartas-feiras. Durante a coleta materna, as maes foram orientadas quanto à higienização da mama e mãos e foram paramentadas com gorros e máscaras. As acadêmicas que realizaram a coleta também estavam devidamente paramentadas com gorro, máscara e luvas. Posteriormente foi realizada a fricção dos swabs nos sítios maternos previamente citados e armazenados em tubo de rosca esterilizado com tioglicolato de sódio, para garantir a viabilidade das amostras até o momento do semeio. Estes tubos foram rotulados e identificados por numeração. Quanto ao leite pasteurizado, as acadêmicas ainda paramentadas realizaram a coleta de 2ml no lactário da instituição, através de pipetas (5ml) e tubo de ensaio previamente esterilizados.

Posteriormente, amostras dos sítios e leite materno foram avaliadas no Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Medicina de Barbacena Fundação "José Bonifácio Lafayette de Andrada". Do total de leite coletado, 0,5 ml foi utilizado para isolamento e identificação do microorganismo em questao; 0,5 ml foi congelado em freezer -70°C para estudos posteriores o 1 ml restante, assim como parte das amostras provenientes dos sítios, foi preservado com crio protetor para contribuição do acervo microbiológico da instituição vinculada a pesquisa.

No laboratório a análise foi dividida nas seguintes etapas: 1) os materiais foram armazenados em estufa, a 37°C, durante 4 horas para crescimento microbiano. Transcorrido o tempo de crescimento, foram realizados os semeios por esgotamento no meio de cultura Agar Sal Manitol, em capela de fluxo laminar; posteriormente, os meios foram deixados na estufa à 37°C, durante 36 horas para possível crescimento do Staphylococcus aureus. 2) decorridas 36 horas, efetuou-se a avaliação de crescimentos macroscópicos e estes, se presentes, foram encaminhados para análise microscópica, através da realização de lâminas coradas pelo Método de Gram, as quais continham colônias retiradas do meio Manitol. Diante de fermentação do Manitol associada à presença de cocos gram positivo visto ao microscópio óptico, confirma-se a presença do S. aureus. Caso não houvesse a fermentação e na lâmina fossem identificados os cocos gram positivos, era realizado novo semeio dessas amostras não fermentadas, em meio DNA. 3) foi utilizada a prova de DNAs e nos meios de DNA semeados e, quando a mesma positivasse, sinalizava o micro-organismo em questao. A identificação desse micro-organismo foi feita utilizando métodos bioquímicos que avaliam suas características morfológicas, segundo Balows e Finegold.10

Os resultados foram contabilizados e tabelados em planilha eletrônica, avaliados e processados em Software estatístico STATA versão 9.2. Foram produzidas tabelas com frequências absolutas e relativas, e calculado o intervalo de confiança de 95% para as amostras utilizadas.

 

RESULTADO

As amostras de 100 lactantes foram coletadas em 3 sítios, gerando um total de 300 meios de cultura. Quanto ao leite pasteurizado, foram coletadas e semeadas 24 amostras.

No laboratório, foi identificado o crescimento em 294 amostras de um total de 300 meios semeados, dentre essas, houve a presença do S. aureus em 258 amostras. Quanto ao leite, houve crescimento em 5 amostras de um total de 24, sendo 4 positivas para S.aureus e 1 compatível a um micro-organismo não contemplado na pesquisa.

De acordo com a análise dos resultados, houve maior prevalência do micro-organismo estudado em nasofaringe, quando comparado a outros sítios da lactante. No que diz respeito à chance aleatória de uma mae ser portadora do S. aureus, bem como a probabilidade de haver positividade para qualquer sítio, nota-se prevalências de 99% e 86%, respectivamente. Já quanto à amostra de leite pasteurizado, houve prevalência de 16,67% do micro-organismo em questao.

 

 

DISCUSSÃO

O ser humano no período fetal vive em um ambiente estéril e protegido, mas assim que nasce, após a ruptura das membranas amnióticas, fica exposto à micro-organismos que passam a colonizar várias regioes do seu organismo de maneira equilibrada dependendo da temperatura, umidade, substâncias inibitórias e nutrientes do local.11

A sequência dessa colonização sofre variações dependendo do tipo de parto (cesariana ou natural), o tipo de alimento recebido (leite materno ou fórmula) e o grau de exposição ao ambiente.12

Esse processo de colonização pode ocorrer de forma errônea ao albergar patógenos que não fazem parte da microbiota normal, a exemplo do S.aureus, que pode colonizar fossas nasais, mãos, pele, orofaringe, trato digestivo e trato geniturinário.13

O presente estudo avaliou diferentes sítios da lactante sendo eles, aréola, nasofaringe e polegar direitos, além de amostras de leite humano pasteurizado, a fim de determinar a prevalência de Staphylococcus aureus nessas amostragens, no período de julho de 2016 a março 2017, totalizando 324 amostras.

Estima-se que 25% a 30% da população mundial seja portadora assintomática de S.aureus.14

Sabe-se que este micro-organismo pode determinar doenças clinicamente manifestas ou se comportar como portadores assintomáticos, sem causar danos aparentes em indivíduos.3 No presente estudo, a probabilidade de uma mae ser portadora do micro-organismo em questao, em qualquer um dos sítios analisados, foi de 86%. É válido ressaltar também que há uma escassez na literatura de estudos que avaliam a presença de tal patógeno nas maes. Portanto, os resultados obtidos na presente pesquisa são de extrema importância, mesmo se tratando de um estudo regional.

Sugere-se que a alta prevalência do microorganismo nos sítios maternos esteja relacionada à eficiência da disseminação do mesmo e também, em parte, pela grande versatilidade e capacidade de formação de biofilme que permite a adaptação a diferentes ambientes, pH, umidade e deficiência de nutrientes, o que possibilita não só a colonização do homem como também do ambiente ao seu redor, criando reservatórios de células aptas a colonizar outros indivíduos.15,16

Em se tratando deste estudo, as justificativas para a alta prevalência, quando comparadas às referências bibliográficas citadas, devem-se às possíveis razoes: 17

• Contaminação das amostras no momento da coleta, uma vez que parte da equipe de pesquisa é portadora assintomática de S. aureus. No entanto, vale ressaltar que todas as medidas de proteção individual foram rigorosamente seguidas;

• Aumento da circulação do micro-organismo em questao em indivíduos da comunidade, não considerando o perfil de susceptibilidade às drogas antimicrobianas;

• Contaminação cruzada entre profissionais de saúde.

Em relação à nasofaringe, foi realizado um estudo em 2012 com funcionários de um serviço de saúde em Campina Grande, cuja prevalência apontou níveis de 20% a 50% de portadores assintomáticos do S.aureus13, enquanto no presente estudo, esta prevalência foi de 87%.

Em se tratando do polegar, a literatura aponta uma prevalência de 26,9%18 e nesta pesquisa foi encontrada uma prevalência de 85%. Estes dados conflitantes e a alta prevalência encontrada neste estudo podem ser resultantes do contato direto das mãos com a cavidade nasal, o que pode contribuir, portanto, para uma superestimação dos resultados nesse sítio.19

No que diz respeito à presença do S.aureus na aréola, foi encontrada uma prevalência de 86%. Não foram identificados na literatura dados quanto à prevalência desse micro-organismo nesse sítio, mas provavelmente este alto índice pode ser devido à contaminação proveniente da manipulação das mamas pela própria lactante ou por profissionais de saúde que participam do cuidado materno e neonatal, quando portadores assintomáticos. Outro fator contribuinte correlaciona-se a uma alta prevalência regional de portadoras assintomáticas de S.aureus no município de Barbacena.17

Outro foco dessa pesquisa foi a análise do leite humano pasteurizado. Segundo Serafinietal (2003) no qual avaliou a qualidade microbiológica do leite humano obtido em banco de leite, os autores relataram a presença de S.aureus em 5 amostras (6,9%) de 144 avaliadas.9 No presente estudo foi encontrada uma prevalência de 16,67% em um espaço amostral de 4 amostras positivas em 24, o que foi considerado, pela análise dos dados, uma quantidade questionável pelo grande intervalo de confiança (1,75 - 31,58). No entanto, em se tratando de leite pasteurizado, era esperado não encontrar crescimento bacteriano, incluindo de S.aureus, sendo este um fator preocupante, pois sabe-se que apesar dos benefícios relacionados ao aleitamento, muitas maes não podem ou não querem amamentar seus filhos, além de que recém-nascidos prematuros não dispoem de forças para sugar o leite materno.9 Assim, para atender a necessidade desses lactentes, tornou-se crescente a utilização de leite humano ordenhado e pasteurizado para suprir a demanda.2

Essa contaminação do leite pasteurizado pode ser interpretada como sendo devido ao não atendimento aos padroes básicos sanitários em qualquer etapa do processamento que pode favorecer a formação de biofilmes20 cujos fragmentos podem se desprender e contaminar o produto durante o processo de beneficiamento, o que representa um risco à saúde do consumidor.21

Essas altas prevalências observadas, tanto nos sítios avaliados quanto no leite, são preocupantes, uma vez que o contato íntimo de maes portadoras assintomáticas do S. aureus com recém-nascidos irá contribuir para formação da microbiota destes, assim como o contato com objetos e leite colonizados, corroborando para mudanças na composição da microbiota. Assim, os recém-nascidos ao albergarem o agente potencialmente infectante, poderao sofrer as consequências desta colonização a curto prazo e longo prazo. A curto prazo, pode-se observar desde episódios leves de infecção de pele, como impetigo, furúnculos, foliculites até quadros mais graves como osteomielite, endocardites, pneumonias, bacteremia ou sepse19. A longo prazo, a colonização pelo S. aureus vem sendo associado a várias doenças crônicas discutidas em um conceito denominado disbiose, situação na qual a microbiota permanente é substituída por outras bactérias patogênicas. Dentre essas doenças abordadas na literatura, os principais estudos estao relacionando a disbiose com doenças alérgicas, como asma e rinite.22 Outras patologias que podem também ser associadas ao processo de disbiose são as inúmeras doenças inflamatórias intestinais, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn23, além de distúrbios a nível neurológico como o autismo, por exemplo, que possui seu espectro variado em decorrência da gravidade da disbiose.6 Outras doenças também são sabidamente associadas a mudanças na microbiota humana e incluem o diabetes tipo 2 (não dependente de insulina), dermatite atópica, câncer colorretal, cálculo renal, periodontite e psoríase.24 As limitações dessa pesquisa referem-se ao número reduzido de amostras de leite pasteurizado e à dificuldade quanto a sua obtenção, devido à sistemática imposta pelo hospital, cuja a disponibilidade para as coletas era restrita a uma vez por semana. Portanto novos estudos podem ser realizados para avaliação da contaminação e dos níveis das enterotoxinas estafilocócicas do leite humano pasteurizado.

 

CONCLUSÃO

Foi observado no presente estudo uma alta prevalência de contaminação por Staphylococcus aureus na aréola, nasofaringe e polegar das lactantes. Além disso, este micro-organismo foi identificado no leite humano pasteurizado, o qual é administrado aos neonatos. Esses dados são preocupantes e denotam a necessidade da continuidade dos estudos relacionados ao tema aqui abordado, uma vez que terao em comum a finalidade de se avaliar o impacto na saúde dos neonatos.

 

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