RMMG - Revista Médica de Minas Gerais

Volume: 29. (Suppl.2)

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Suplemento do II Congresso Médico Acadêmico da UNIPAC Juiz de Fora

Suplemento do II Congresso Médico Acadêmico da UNIPAC Juiz de Fora

 

RISCO DE DEMENCIA RELACIONADO AO USO DE INIBIDORES DA BOMBA DE PROTONS (IBP): REVISÃO DA LITERATURA

Cristiano Ferreira de Araujo1, Arnon Francisco Rocha Vasconcelos1, Ingryd Porfírio de Oliveira1, Isabela Gomes e Silva1, Joao Avelar Issa Neto1, Danielle Cristina Zimmermann Franco2

1. Acadêmicos de Medicina da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora da Universidade Presidente Antônio Carlos- UNIPAC/JF. Juiz de Fora - MG;
2. Professora da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora da UNIPAC/JF.

E-mail: isabelagomes52@hotmail.com

Introdução: Os Inibidores da Bomba de Prótons (IBP) são fármacos amplamente utilizados no tratamento de doenças, como gastrite, úlcera duodenal e esofagite de refluxo. O mecanismo de ação dos IBPs se dá pela inibição da enzima H+/K+ ATPase, o que coíbe a secreção de ácido gástrico. Estudos clínicos recentes têm demonstrado a associação entre o uso de IBPs e o aumento do risco de demência. Objetivo: Analisar a literatura para correlacionar o uso prolongado de IBP e o risco de demência. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados PubMed e Scielo utilizando os termos: "Inibidores da Bomba de Prótons (omeprazol, pantoprazol, rabeprazol)" e "demência", incluindo artigos didáticos, publicados nos anos de 2009 a 2018, que apresentaram conveniência, qualidade e atualidade com o tema proposto. Resultados: Os IBPs figuram entre os fármacos mais prescritos nos últimos anos. Apresentam excelente perfil de segurança, sendo seus efeitos adversos considerados eventos raros. Portanto, o uso indiscriminado, em longo prazo, aumenta potencialmente o risco de reações adversas. São capazes de inibir a liberação de fatores intrínsecos, prejudicando a absorção de vitamina B12, e de outros nutrientes, o que poderia estar associado a possibilidade de prejuízo cognitivo. Além disso, atravessam a barreira hematoencefálica acentuando os níveis da proteína amiloide-β (Aβ), marcadores de degeneração neurológica. Conclusão: Com base no que foi apresentado, há indícios de que a prescrição indiscriminada e uso prolongado de IBPs podem influenciar em quadros de degenerações do sistema nervoso central (SNC), por diferentes mecanismos que dificultam a regeneração neurológica. O corpo clínico necessita estar atualizado frente às novas recomendações e constatações sobre o risco inerente a tais fármacos. Devem também se manter atentos aos pacientes, propondo-lhes um acompanhamento periódico, que pode incluir a dosagem de vitamina B12, como forma preventiva de maiores complicações no SNC.

Palavras-chave: Demência. IBP. Omeprazol. Fator intrínseco.

 


 

SEPSES: ESTUDO DA MORTALIDADE EM UMA COORTE DE DOENÇA FALCIFORME

Marina Schuffner Silva1, Maísa Marques Magalhaes1, Ianka Cristina Ernesto1, Dandara Emery Morais Sana2, Nathália Chebli de Abreu2, Renato Lourenço de Medeiros2, Breno Rodrigues Vianna3, Olívia Franco dos Santos3, Daniela de Oliveira Werneck Rodrigues4

1. Acadêmicos do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora - FAME/JF, da Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
2. Acadêmico do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora - SUPREMA
3. Acadêmico do curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
4. Fundação Hemominas de Juiz de Fora - MG

E-mail: marinaschuffner@hotmail.com

Introdução: A Doença faciforme (DF) é uma doença inflamatória hereditária crônica permeada de episódios infecciosos agudos com elevada mortalidade. Objetivos: Identificar os óbitos entre os pacientes inscritos na coorte Recipient Epidemiology and Donor Evaluation Study REDS III DF, correlacionando o desfecho e sepse. Métodos: Estudo de 275 pacientes recrutados na coorte, com diagnóstico confirmado de DF (SS, SB0 tal, SC, SB+ tal), independente de idade, sexo ou raça, com cadastro ativo na Hemominas Juiz de Fora entre novembro/2013 a março/2018. As informações foram obtidas por revisão de prontuário e dados extraídos do sistema http://data.ime.usp.br/REDSIII-SMS do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo. As variáveis estudadas foram: óbito, sexo, idade, tipo de DF, uso hidroxiuréia e transfusão. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa e encontra-se cadastrada na Plataforma Brasil. Resultados: Foram identificados 12 óbitos entre os pacientes da coorte, representando uma mortalidade de 4,36%. A septicemia foi responsável por 41,6% dos óbitos. Quanto ao local primário de infecção, 60% dos casos decorreram de foco pulmonar, 20% em vias biliares e em um paciente não foi possível estabelecer o sítio infeccioso primário. As mortes ocorreram entre mulheres, 2 pacientes estavam em uso de hidroxiuréia, e em 100% dos casos houve a necessidade de suporte hemoterápico. A análise do tipo de hemoglobinopatia x óbito por sepses evidenciou que em 80% dos casos, ocorreu entre pacientes com Anemia Falciforme. A idade média do óbito por sepses foi de 32,8 anos.Conclusão: A sepse configura uma importante causa de morte na DF. As medidas de antibioticoprofilaxia e imunização realizadas entre as crianças mostraram-se efetivas reduzindo sua morbi-mortalidade. Contudo, ainda é alta a letalidade entre adultos com DF, o que mostra a necessidade de mais estudos como o REDSIII DF na busca de redução da mortalidade por sepse.

Palavras-chaves: Mortalidade. Doença Falciforme. Sepse.
Suporte financeiro: Fundação Hemominas, Fapemig e NIH.

 


 

SUICIDIO E TRANSTORNOS PSIQUICOS ENTRE MÉDICOS E ESTUDANTES DE MEDICINA: UMA REVISÃO SISTEMATICA

Laura Galhardo Brun1, Beatriz Malatesta Werneck1, Carla Rodrigues Bolsoni1, Leonardo Starling Albuquerque Cerqueira2, Maria Paula Schettine Catta Preta1, Artur Laizo3

1. Acadêmicos do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora - FAME/JF, da Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
2. Acadêmico do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu - FACIG
3. Professor do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Juiz de Fora - FAME/JF, da Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC

E-mail: lauragbrun@yahoo.com.br

Introdução: A depressão tornou-se crescente de forma exponencial nas últimas décadas e estima-se que até o ano de 2020 se tornará a segunda maior causa de incapacidade do mundo. O estado de estresse vem sendo apontado como frequentes entre estudantes de medicina, que, por sua vez, conservam essa condição após a vida acadêmica, podendo acarretar prejuízos não só a si, mas também ao paciente. Objetivo: Pesquisar a incidência de suicídios e transtornos emocionais entre médicos e estudantes de medicina, bem como analisar os fatores predominantemente influentes na saúde mental dos atuantes na área. Métodos: Foram realizadas pesquisas nas bases indexadoras SciELO e MedLine que versam a respeito dos suicídios praticados pelos profissionais e estudantes da área médica, bem como os transtornos psíquicos associados e mais incidentes na classe, fazendo-se um levantamento dos fatores mais influentes. Resultados: A análise das evidências científicas apontou que as taxas de suicídio entre médicos e estudantes de medicina são maiores do que na população geral e do que em outros meios acadêmicos. Relacionados diretamente à vivências específicas da profissão como: grande carga de trabalho e estudo, vivência longe dos familiares, a forte competição entre os colegas e o próprio contato constante com a morte e com a dor são considerados fatores de risco para a saúde mental deles. Também estao relacionados o abuso de substâncias antidepressivas e estimulantes, privação de sono e condições de trabalho insalubres.Conclusão: A grande responsabilidade de cuidado e atenção para com os pacientes atribuída ao médico dificulta um olhar mais atento para as próprias insatisfações, e impedindo a identificação de transtornos e busca por ajuda. O preconceito entre a própria classe também permeia o meio médico e acadêmico, e afasta o médico e/ou estudante de buscar auxilio psiquiátrico com medo da própria exposição. A prevenção é possível porém vem sido negligenciada.

Palavras-chave: Suicídio. Estudantes. Médicos. Saúde Mental. Estresse.