ISSN (on-line): 2238-3182
ISSN (Impressa): 0103-880X
CAPES/Qualis: B2
Revascularização cirúrgica do miocárdio com uso de enxerto autólogo de artéria torácica interna
Coronary artery bypass grafting with use of autograft internal thoracic artery
Roberta Martins Carvalho Mesquita Nunes1; Bruno Basílio Cardoso1; Carlos Fernando Moreira Silva2
1. Acadêmico(a) do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Barbacena - FAME. Barbacena, MG - Brasil
2. Médico. Professor da FAME. Barbacena, MG - Brasil
Roberta Martins Carvalho Mesquita Nunes
E-mail: roberttacarvalho@yahoo.com.br
Instituiçao: Faculdade de Medicina de Barbacena - FAME Barbacena, MG - Brasil
Resumo
INTRODUÇÃO: A revascularização do miocárdio consiste no restabelecimento do fluxo sanguíneo para as artérias coronárias obstruídas através de enxertos autólogos de artérias ou veias. O enxerto de veia safena é o mais utilizado sobretudo em casos de emergência e/ou urgência em pacientes hemodinamicamente instáveis e idosos. No entanto, a utilização de enxertos da artéria torácica ou mamária interna ganhou notoriedade na revascularização miocárdica em relação à veia safena magna.
OBJETIVOS: Apresentar uma forma alternativa de realizar a cirurgia de revascularização miocárdica, expondo as vantagens e desvantagens intrínsecas a esse processo.
METODOLOGIA DE BUSCA: foram realizadas pesquisas no banco de dados da Scielo, tendo como fatores de inclusão artigos da seção de ciências da saúde, publicados entre 1998 e 2016.
DISCUSSÃO: A revascularização miocárdica com artéria torácica interna torna-se relevante devido a sua larga utilização no tratamento de pacientes cardiopatas com obstrução coronária importante. Ressalta-se a necessidade do aperfeiçoamento de tal procedimento a fim de prevenir complicações das doenças cardiovasculares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A revascularização cirúrgica do miocárdio com enxertos de artéria torácica interna tem a capacidade de proporcionar um aporte sanguíneo adequado as regioes do coração em que há significativa aterosclerose coronariana. Deste modo, torna-se usual o emprego desse enxerto arterial que possibilita maior êxito no tratamento de pacientes cardiopatas.
Palavras-chave: Artéria Torácica Interna; Revascularização Miocárdica; Transplantes; Artérias.
INTRODUÇÃO
A medicina, nos últimos anos, obteve significantes avanços da terapêutica clínica e das intervenções percutâneas no tratamento de pacientes com insuficiência coronariana, porém a revascularização do miocárdio ainda é muito utilizada nesses indivíduos se mantendo como uma das mais frequentes e bem estabelecidas cirurgias cardiológicas. A cirurgia consiste no restabelecimento do fluxo sanguíneo para as artérias coronárias obstruídas através de enxertos autólogos de artérias ou veias. O enxerto de veia safena é o mais utilizado, sobretudo, em casos de emergência e/ou urgência em pacientes hemodinamicamente instáveis e idosos devido a sua facilidade de coleta, manipulação e sua resistência ao espasmo. No entanto, a utilização de enxertos da artéria torácica ou mamária interna ganhou importância na revascularização miocárdica em relação à veia safena magna.
REVISÃO
A revascularização do miocárdio utilizando as artérias torácicas internas possuem boa capacidade de manter uma via pérvia e o seu uso está associado à sobrevida livre de eventos cardíacos subseqüentes. O endotélio dessas artérias por possuir lâmina interna elástica não fenestrada e camada média com poucas células musculares lisas impede a migração celular, o que diminui a hiperplasia da camada íntima e quando estimulado por fatores de crescimento derivado de plaquetas apresenta menor proliferação o que a torna menos susceptível a aterosclerose se comparada à veia safena. A produção basal maior de óxido nítrico e prostaciclinas pelo endotélio das artérias torácicas internas favorece a resposta medicamentosa no pós-operatório da cirurgia de revascularização miocárdica. Além dessas vantagens, após a cirurgia, tais artérias se remodelam, aumentam o seu diâmetro e fluxo sanguíneo, para se adaptarem às novas demandas fisiológicas o que possibilita uma maior semelhança com as artérias coronárias normais. Dentre as desvantagens da utilização da artéria torácica interna destaca-se a maior fragilidade e dificuldade na dissecção da artéria torácica interna, e também sua relativa contraindicação em pacientes com radiação torácica e estenose de subclávia.
DISCUSSÃO
A utilização da artéria torácica interna na revascularização cirúrgica do miocárdio tem-se mostrado superior aos enxertos venosos e um preditor independente de sobrevida tardia em todas as categorias de pacientes. Devido aos bons resultados, o enxerto de artéria mamária interna tem sido usado em larga escala no tratamento de pacientes cardiopatas com obstrução coronariana importante. Ressalta-se a necessidade do aperfeiçoamento de tal conduta a fim de torná-la menos invasiva, com recuperação menos traumática, prevenindo assim complicações das doenças cardiovasculares as quais são principais causas de óbitos no Brasil, especialmente, na emergência médica.
CONCLUSÃO
Com habilidade técnica adequada, a revascularização cirúrgica do miocárdio com enxertos de artéria torácica interna tem a capacidade de restabelecer o fluxo sanguíneo adequadamente as regioes do coração em que há significativa aterosclerose coronariana em pacientes de todas as faixas etárias. Deste modo, torna-se usual o emprego desse enxerto arterial que possibilita maior êxito no tratamento de pacientes cardiopatas.
REFERENCIA
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